Telê Santana

Telê Santana: o mestre dos técnicos

Telê Santana da Silva nasceu em 26 de julho de 1931 em Itabirito, Minas Gerais. Ele começou cedo. Em 1945 jogou no Itabirense, depois no América Recreativo de São João Del Rey, cujo técnico e presidente era o seu pai. Ainda juvenil, foi para o Fluminense. Assinou contrato profissional em fevereiro de 1951. Logo no seu primeiro ano, sagrou-se Campeão Carioca. Permaneceu no Fluminense por mais 12 anos e antes de parar de jogar, em 1965, ainda jogou no Guarani, Madureira e Vasco.

Iniciou a carreira de técnico em 1967, nas categorias de base do Fluminense e começou a treinar os profissionais em 1969. Continuou conquistando títulos pelos clubes Atlético Mineiro e Grêmio. O Palmeiras é o único clube que dirigiu e não ganhou nenhum título, mas formou uma equipe inesquecível em 1979. Em 1980, foi convidado a dirigir a Seleção Brasileira, cuja classificação para a Copa do Mundo de 1982 e em seus jogos encantou o mundo com o futebol arte que, mesmo sem vencê-la, ficou para sempre na história.

Em seguida foi para a Arábia Saudita, viver uma era de glórias no Ali Ahli, ganhando todos os títulos disputados. Chamado novamente à seleção, classificou novamente o Brasil para a Copa do Mundo de 1986 (perdeu nos pênaltis para a França) e pelo fato de não ganhá-la tentaram colocá-lo como “pé-frio”, mas deu a volta por cima ganhando títulos estaduais em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, no Campeonato Brasileiro, das Américas e do Mundo, quando viveu principalmente a era mais vitoriosa do São Paulo Futebol Clube, só comparável à era Pelé no Santos Futebol Clube.

Em 1996, com problemas de saúde, deixou o clube e terminou sua história ganhando o Mundial, não de seleção, mas de clubes e por duas vezes.

Como jogador

Telê iniciou sua carreira cedo. Em 1945, aos 14 anos, jogou no Itabirense, indo depois para o América Recreativo de São João Del Rey, cujo técnico e presidente era o seu pai.

Ainda juvenil, foi para o Fluminense e conquistou o seu 1º título, Campeão Juvenil de 1950. Assinou contrato profissional em fevereiro de 1951 e foi lançado pelo Professor Zezé Moreira, de quem se tornaria um grande amigo. Telê era conhecido como “Fio de Esperança” – o “Fio”, devido ao seu estilo físico, bem magro – 57 kg e “Esperança” pela sua habilidade, rapidez, inteligência e aplicação tática, com que tinha o poder de decidir várias partidas no seu final.

Logo no seu primeiro ano, sagrou-se Campeão Carioca, marcando 2 gols na decisão contra o Bangu, jogando como ponta-direita. Não era driblador como Garrincha, mas em compensação corria muito, lutava o tempo todo, era um “ladrão” de bola e primava pela boa técnica (passe, chute, cabeceio etc.), sendo sempre um dos mais importantes jogadores para sua equipe. Permaneceu no Fluminense por mais 12 anos e antes de parar de jogar, em 1965, ainda passou pelo Guarani, Madureira e Vasco. Sendo convocado algumas vezes para a seleção, não chegou a disputar uma Copa do Mundo. Quando encerrou a carreira como jogador, Telê passou a jogar pelo time de veteranos da ADEG (Associação Desportiva do Estado da Guanabara), junto com outros craques como Nilton Santos, Ademir Menezes, Jair da Rosa Pinto, Zizinho, entre outros..

Telê deixou grandes lembranças no coração dos torcedores do Fluminense. Além de ser o 4º maior artilheiro do tricol de todos os tempos, em junho de 2000, foi eleito o 5º maior jogador da história do clube, pela Revista Placar.

Como treinador

Como treinador, iniciou sua carreira em 1967, nas categorias de base do Fluminense, passando a treinar os profissionais em 1969, conquistando o Campeonato Carioca daquele ano. No Atlético Mineiro, foi Campeão Estadual em 1970 e deu ao Galo o 1º Título de Campeão Brasileiro, em 1971.

Dirigiu a Seleção Brasileira em 1980 e classificou o Brasil para a Copa do Mundo da Espanha, em 1982. Este time, considerado uma das melhores equipes de todos os tempos, repleto de craques, encantou o mundo com seu futebol ofensivo, até tropeçar contra a Itália e ser desclassificado.

Em 1983 foi para Arábia Saudita, onde ficou até maio de 1985, sendo campeão do “Campeonato Árabe”, da “Copa do Rei” e da “Copa do Golfo”.

Antes do início da Copa de 1986, no México, foi convidado outra vez a dirigir a seleção, como salvador da pátria, para as eliminatórias. Classificou-a novamente, mas na Copa, mesmo sem perder (invicto), fazendo 10 gols e tomando apenas 1, sendo considerada a melhor equipe da competição pelos votos dos jornalistas, caiu na disputa de pênaltis diante da França, nas quartas-de-final. Os inimigos do futebol bem jogado e amantes do futebol-força, tentaram rotulá-lo de “pé-frio”.

Já no Brasil os fatos mostraram um “pé bem quente”, pois ganhou vários títulos seguidos: em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Campeonato Brasileiro, das Américas e Mundial. Principalmente na década de 90, a era mais gloriosa do São Paulo Futebol Clube, conquistou vários títulos, encantando a todos com um time de futebol-arte.

Infelizmente, em 1996, o futebol brasileiro viu o afastamento deste grande profissional dos campos: uma isquemia cerebral o acometeu e deixou o SPFC. Um tempo depois, chegou a assinar com o Palmeiras como diretor-técnico, mas não assumiu. Retirou-se  da cena do futebol para cuidar da sua saúde e até hoje deixa saudades a todos os torcedores que ainda gritam o seu nome.

Títulos como jogador

1950 – Campeão Carioca Juvenil (Fluminense)

1951 – Campeão Carioca (Fluminense)

1952 – Campeão da Copa Rio (Mundial de Clubes – Fluminense)

1957 – Campeão do Rio – São Paulo (Fluminense)

1959 – Campeão Carioca (Fluminense)

1960 – Campeão do “Roberto Gomes Pedrosa” Rio – São Paulo (Fluminense)

Títulos como treinador

1967 – Campeão Carioca Juvenil (Fluminense)

1968 – Campeão Carioca Júnior (Fluminense)

1969 – Taça Guanabara (Fluminense)

1969 – Campeão Carioca (Fluminense)

1970 – Campeão Mineiro (Atlético)

1971 – Campeão Brasileiro (Atlético)

1977 – Campeão Gaúcho (Grêmio)

1983 – Campeão Árabe (Al Ahli)

1984 – “Copa do Rei” (Al Ahli)

1985 – “Copa do Golfo” (Al Ahli)

1988 – Campeão Mineiro (Atlético)

1989 – Taça Guanabara (Flamengo)

1991 – Campeão Paulista (SPFC)

1991 – Campeão Brasileiro (SPFC)

1991 – Troféu Cidade de Barcelona (SPFC)

1992 – Campeão Paulista (SPFC)

1992 – Campeão da Taça Libertadores da América (SPFC)

1992 – Campeão Mundial de Clubes – Copa Toyota (SPFC)

1992 – Taça Cidade de Barcelona – Espanha (SPFC)

1992 – “Ramon de Carranza” – Espanha (SPFC)

1992 – “Tereza Herrera” – Espanha (SPFC)

1993 – Troféu Cidade de Santiago – Chile (SPFC)

1993 – Campeão da Taça Libertadores da América (SPFC)

1993 – Campeão da Supercopa Libertadores (SPFC)

1993 – Campeão da Recopa Sul-Americana (SPFC)

1993 – Torneio Santiago de Compostela – Espanha (SPFC)

1993 – Torneio Jalisco – México (SPFC)

1993 – Torneio Cidade de Los Angeles – EUA (SPFC)

1993 – Campeão Mundial de Clubes – Copa Toyota (SPFC)

1994 – Taça San Lorenzo de Almagro – Argentina (SPFC)

1994 – Campeão da Recopa Sul-Americana (SPFC)

1994 – Campeão da Conmebol (SPFC)

1995 – Torneio “Rei Dadá” (SPFC)

1995 – Copa de Clubes Brasileiros Campeões Mundiais (SPFC)

 

Morreu Telê, o mestre dos mestres.

Morreu Telê Santana. O melhor técnico de futebol que conheci em toda a minha vida. E já são 47 anos, ao menos 42 vivendo intensamente este esporte e torcendo muito pelo São Paulo.

Telê Santana foi o mestre dos mestres. Me fez rir, vibrar e chorar com os times que dirigiu. Chorava quando os times dele jogavam contra o São Paulo.

Mas vibrei muito. Torci demais.

Aquela Seleção maravilhosa de 1982, aonde Junior, Falcão, Sócrates, Zico, Toninho Cerezzo e tantos outros monstros sagrados do nosso futebol se curvavam às ordens do Mestre. Não ganhamos aquela Copa, é verdade. Mas o mundo viu a injustiça que foi. E até hoje todos reconhecem que aquela foi uma Seleção de sonhos.

Isso se repetiu em 86. Jogamos maravilhosamente bem. Telê não poderia imaginar que Zico, logo ele, perderia um pênalti contra a França e que uma penalidade cobrada pelos franceses bateria na trave, nas costas de Carlos e entraria no gol.

Mas foi no meu São Paulo amado e querido que Telê foi maioral. Consagrou-se no mestre dos mestres. De pé frio que era chamado na Seleção, para um autêntico pé quente, competente, rigoroso, divino. Telê se transformaria no gerente do São Paulo e seria o melhor e maior técnico de toda a nossa história.

Telê ensinou Cafú a chutar. Descobriu que Raí poderia ser um grande meia e nos dar títulos. Fez Ronaldão virar quarto-zagueiro titular e bicampeão mundial. Apostou em Pintado, um “grosso” do Bragantino, mas que foi um leão naquele meio de campo. E Dinho, por quem ninguém dava nada.

Telê jogou suas fichas num tal de Palhinha, que não foi bem em lugar nenhum. Só no São Paulo. E nas suas mãos. Foi um gênio de alguns anos. Mas resolveu muitas partidas.

Com Muller, com Leonardo, com Adilson de volante, com Vitor e Cafú virando ponta-esquerda.

Esse era Telê. Um técnico que inventava, criava e não errava. Um técnico com visão alguns quarteirões a frente de todos os outros.

O mundo do futebol ficará marcado pelo Antes de Telê e o Depois de Telê. Outros poderão repetir suas façanhas. Outros poderão adquirir uma visão diferenciada. Mas ninguém alcançará Telê Santana.

Como disse acima, eu chorei de tristeza com a eliminação da Copa. Mas chorei muito, mas muito mesmo, quando ele nos deu as duas Libertadores e os dois Mundiais. Ele montou um time de sonhos para o São Paulo com jogadores absolutamente desconhecidos.

Telê Santana se foi. E com ele levou alguns segredos daqueles bem mineiros, que não se conta prá ninguém. Nem para o próprio filho. Levou com ele, também, uma linda página da história da minha vida ligada ao futebol, ligada ao São Paulo.

Telê Santana e São Paulo se confundem. Telê Santana ficará, para sempre, na memória de quem gosta de futebol.

Telê Santana ficará para sempre no coração de que ama o São Paulo F.C.

Vá com Deus, grande mestre Telê Santana.

Paulo Pontes

 

O que falaram de Telê

Mestre inspira Cerezo

Agora treinador, Toninho Cerezo tenta passar para seus jogadores parte do que aprendeu com Telê Santana, falecido na última sexta-feira. O ex-meia foi peça fundamental na conquista do bicampeonato mundial do São Paulo em 1993 e acompanha o cortejo do Mestre em Belo Horizonte, neste sábado. Confira detalhes da carreira.

Cerezo também integrou a histórica seleção brasileira da Copa do Mundo da Espanha, em 1982, da qual era um dos principais destaques. Ao treinador, palavras de carinho e agradecimento.

– Telê participa da minha vida desde os 13 anos. Era uma pessoa que falava pouco, ficava mais na dele, mas sempre que o fazia, tinha a atenção de todos por sua sabedoria. O que mais procuro usar na minha carreira de treinador é a disciplina, e a importância dela foi o Telê que me passou – conta, em entrevista à “Rádio CBN”.

Do GloboEsporte

Última homenagem dos pupilos

Além de torcedores e admiradores, vários ex-jogadores estão no enterro de Telê Santana para prestar a última homenagem ao treinador neste sábado, em Belo Horizonte. Cerca de 500 pessoas acompanham o cortejo até o Cemitério Parque da Colina.

Diversas camisas e bandeiras de clubes podem ser vistas, inclusive de times onde Telê não trabalhou. O ex-lateral-esquerdo Ronaldo Luís teve a oportunidade de trabalhar com o Mestre na época áurea do São Paulo bicampeão mundial e não se esquece dos ensinamentos.

– Não imaginava que fosse conquistar tantos títulos. Foi uma fase excepcional, maravilhosa. Trabalhava com o melhor treinador que o Brasil pôde ver. Vai ficar sempre a imagem de um homem vencedor. Vamos lembrar de Telê como um paizão – diz o Ronaldo Luís, em entrevista à TV Globo, recordando também do estilo de Telê.

– Ele se preocupava muito com o nosso futuro, interferia nas decisões dos atletas.

Do Globo Esporte

Funcionários do São Paulo destacam o “homem” Telê

A direção do São Paulo decretou luto oficial por três dias, hasteou a bandeira do clube a meio pau e os funcionários lembraram com carinho dos cinco anos de convívio com o ex-treinador no Tricolor. A sexta-feira foi de homenagem a Telê Santana, falecido nesta manhã em Belo Horizonte.

Nas conversas não era o técnico vitorioso que era lembrado, mas sim o mineiro Telê Santana da Silva, nascido em Itabirito há 74 anos, de pouca conversa, que adorava acordar às 6h30 para verificar a grama dos campos do CT da Barra Funda e guardava ovos dos pássaros que eram deixados nos gramados.

“Era o último dos puristas, um cara que amava o futebol-arte, um profissional muito sério, honesto e dedicado”, afirmou o fisiologista Turíbio Leite de Barros, que conviveu nos cinco anos da passagem mais vitoriosa do treinador por um clube brasileiro.

Auxiliar de Telê, o atual técnico do Tricolor, Muricy Ramalho, lembrava de causos daquele que aprendeu a seguir no exercício de sua função. “Em 1974, quando iniciava minha carreira como jogador, ele foi meu técnico. Eu era meio rebelde, tinha cabelo comprido e ele não gostava disso. Depois viemos a nos encontrar de novo e foi um período muito grande de aprendizado para mim”, disse.

O treinador reconheceu que Telê foi um exemplo no melhor sentido da palavra. “Deixou um modelo diferente para os técnicos do Brasil com muita ética, seriedade e determinação. É o caminho que decidi seguir, aprendi com ele a cumprir a palavra. Ele era assim, um homem na melhor acepção”, comentou.

E quem fez questão de reforçar esta imagem foi a “dona” Cida, encarregada pela cozinha do CT da Barra Funda há 15 anos. “Toda vez que pedia dinheiro ao Telê, ele me emprestava, mas cobrava depois. Ele queria que as pessoas cumprissem sua palavra e sempre foi assim”, revelou em entrevista à TV Cultura.

Uma das poucas funcionárias da época de Telê a trabalhar neste feriado de Tiradentes, Cida também aproveitou para mostrar um lado diferente do “mestre” carrancudo, pão-duro e de pouca emoção como ficou marcado. “Lembro que no dia que o Alexandre (goleiro do São Paulo, morto em acidente de carro no início dos anos 90) morreu, ele foi para o campo e eu observei ele chorando no canto do gramado. Ele ficou muito sentido”, recordou.

Fora os títulos e o legado da devoção pelo futebol bonito, Telê Santana ainda deixará outra marca importante para os funcionários são-paulinos. “O CT é o grande legado do Telê. Não foi ele que construiu, mas foi quem ajudou a modernizar. Ele não entendia muito, pois era um técnico da velha guarda, mas usou o Moracy (Sant’anna) para trazer aparelhos e montar o que temos hoje. Esta é a maior lembrança que deixa para nós”, resumiu Barros.

Telê foi um poucos técnicos que optou por dormir no CT e controlar assim os jogadores. Hoje o local é tido como um exemplo no futebol brasileiro e deu uma singela despedida ao treinador que mais marcou os campos da Barra Funda. Por volta das 16h15, uma arrevoada de pássaros pôde ser vista no CT, bem no local onde o “mestre” parava para colher os ovos das aves. Pouco mais de uma hora depois, a bandeira foi hasteada a meio pau por três seguranças.

Da Gazeta Esportiva

Parreira diz que Telê representou muito para o futebol

O atual técnico da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Parreira, disse que o futebol brasileiro perdeu um grande treinador e que todas as homenagens são merecidas.

– Ele representou muito para o futebol brasileiro. Quero aproveitar e dar meus sentimentos à família do Telê Santana – disse em entrevista ao programa bate-bola da “ESPN Brasil”.

Sobre o seu modo de dirigir as equipes, Parreira garantiu que Telê era um defensor do futebol arte.

– Ele sempre foi adepto do futebol de beleza. Sempre procurou tirar o melhor da sua equipe. Valorizava o passe – completou.

Parreira revelou que não viu Telê atuando, mas soube de sua capacitade:

– Não vi Telê jogar, mas sei que era um jogador à frente do seu tempo. Revolucionou, pois era um jogador polivalente. Sabia sair jogando – concluiu.

Do lance

Luxa diz que aprendeu muito com Telê

Técnico do Santos, Vanderlei Luxemburgo afirmou que Telê Santana deixou muitos ensinamentos para ele. Luxa destacou como maior legado de Telê o futebol técnico e ofensivo de suas equipes. Além disso, Vanderlei lembrou que Telê pregava a lealdade dentro dos campos.

– Você pode ser um jogador duro sem ser violento, criativo sem ser exibicionista. Aprendi muito com ele e hoje temos um dia ruim para o futebol brasileiro. Eu brincava que ficava olhando os treinamentos do tele por cima de muro (os centros de treinamento de Palmeiras e São Paulo são separados por um muro). O time do Telê sempre jogou bonito e o meu também segue nessa linha – disse.

Do Lance

Felipão: ‘Mais do que profissional, Telê era uma ótima pessoa’

Para o técnico da seleção de Portugal, Luiz Felipe Scolari, a morte de Telê Santana, nesta sexta-feira, o mais importante é a perda da pessoa maravilhosa que era o treinador.

– Era um defensor do fair play. Condenava o jogo violento. A melhor lembrança não é a profissional, e sim a pessoa do Telê. Era uma pessoa muito humilde, amiga e dedicada ao extremo ao seu trabalho – disse em entrevista à “ESPN Brasil”.

Para Felipão, o grande mérito de Telê Santana era o seu poder de motivação, que fazia com que os seus jogadores se superassem em campo.

Do Lance

Raí: Meu segundo pai

Raí, eterno ídolo da torcida do São Paulo, ficou emocionado ao falar do técnico Telê Santana. O ex-jogador participou do jogo pela paz, promovido pelo padre Marcelo Rossi, na tarde desta sexta-feira, no Morumbi, e levou um susto quando foi informado a respeito da morte do amigo. Arrasado, ele disse que acabava de perder o seu segundo pai.

– O Telê foi um exemplo de vida para mim. Meu segundo pai. Ele me fez ver que eu precisava ter mais ambição no futebol, me conhecer melhor e colocar para fora o melhor de mim. Fiz o que ele me ensinou, ajudei o São Paulo a conquistar títulos e, ao seu lado, entrei para a história do clube. Tudo o que ele falava para mim acabou acontecendo – afirma Raí.

O ex-jogador lembrou das trocas de experiências com Telê Santana, que estava sempre disposto a ouvir os amigos e a dar conselhos. De acordo com Raí, o ex-treinador fazia questão de ajudar os atletas a alcançarem o sucesso não somente em campo, mas fora dele ao exigir que os atletas amparassem financeiramente os seus familiares.

– O Telê procurava fazer do seu trabalho uma escola de vida. Queria mudar o mundo e fazia tudo com paixão. Ele estava sempre disposto a transmitir uma palavra amiga para quem estava ao seu lado. Foi uma pessoa fantástica – resume Raí.

Do Globo Esporte

Prefeito de São Paulo presta homenagem a Telê Santana

Gilberto Kassab, prefeito da cidade de São Paulo, prestou homenagem ao ex-técnico Telê Santana, que morreu na manhã desta sexta-feira.

Em nota enviada à imprensa, Kassab afirmou que a morte do ex-técnico de Palmeiras e São Paulo deixou uma grande lacuna no futebol brasileiro.

Confira à nota na íntegra.

“Desde pequeno aprendi a admirar Telê Santana como um dos maiores técnicos do futebol mundial, quer seja como técnico da Seleção Brasileira, ou como técnico duas vezes campeão mundial pelo São Paulo Futebol Clube. Sua morte deixa uma grande lacuna no futebol e uma grande saudade entre nós”.

Do lance

Júnior destaca insistência de Telê com os fundamentos

Treinador de Júnior nas Seleções que disputaram as Copas do Mundo de 1982 e 1986, Telê Santana foi um verdadeiro mestre para o ex-jogador do Flamengo. Com ele, Júnior aprendeu muito, principalmente na questão dos fundamentos, em que o ex-técnico cobrava bastante de seus comandados.

– O Telê dava prioridade aos fundamentos. Era como escovar os dentes. Todo dia tinha que treinar cabeçada, toque de bola, chute. Ele dava muito coleito e era criticado por isso, mas era no coletivo que a coisa acontece e tínhamos que respeita. Depois de algum tempo, todos o respeitaram – lembrou o “Capacete” em entrevista à “ESPN Brasil”.

Júnior tinha uma intensa admiração por Telê Santana. Assim como muitos outros ex-comandados, Júnior ressaltou as qualidades de Telê, principalmente seu caráter.

– Aprendi a admirá-lo por todos os ensinamentos que me deu nos treinamentos. Seus dotes, suas virtudes, era um grande homem. Como educador que era, foi excelente. Foi uma das pessoas que mais lutou pela essência do futebol brasileiro.

Do Lance

Cafu: ‘O que sou hoje em dia foi graças ao Telê’

Cafu lembrou dos tempos em que Telê Santana o comandava o São Paulo e o ajudou a disputar as últimas três Copas do Mundo, atuando ou na lateral direita ou no meio-de-campo.

– Por meia hora, antes e depois do treino, ele me pegava para aperfeiçoar o cruzamento. Eu não gostava de jogar na posição e ele me dizia que aperfeiçoando seria o melhor da posição. O que sou hoje em dia foi graças ao Telê – contou.

Sobre o seu método de trabalho, que era muito disciplinador, o lateral do Milan sabia que era para o bem do grupo.

– Ele as vezes pegava no pé até demais, mas a gente falava para os mais novos que isso acontecia porque ele gostava da gente.

Sobre o momento que mais o marcou, Cafu citou uma frase de Telê.

“Um malandro age direito, por isso ajam direito”.

Do lance

Ceni: ‘Telê foi um divisor de águas na minha carreira’

O goleiro Rogério Ceni foi mais um que lamentou a morte do ex-técnico Telê Santana. O jogador, que esteve no Morumbi nesta sexta-feira para uma partida beneficente, também lembrou de passagens com Telê na época em que foi dirigido por ele – juntos, os dois conquistaram os títulos do Mundial e da Libertadores.

– Estamos todos tristes num momento de alegria. Tinha que acontecer num momento especial, num Morumbi cheio. Todos têm admiração por ele. Eu chegava mais cedo nas concentrações para jogar tênis com ele. Eu tenho essa lembrança à parte no futebol. Ele era supercompetitivo mesmo aos 60 anos e não gostava de perder – contou.

Especialista em cobranças de falta, Rogério disse ainda que Telê o ensinava a bater na bola.

– Ele colocava aquele cesto de lixo pendurado no alambrado e pela idade que tinha batia muito bem. Eu aprendi bastante com ele O jeito de bater na bola. Ele é um exemplo para todos. Se você fizer tudo com paixão e transmitir para os outros, você vai contribuir para um mundo melhor. Essa é a mensagem dele – afirmou.

Por fim, o goleiro tricol declarou que sua visão sobre o futebol mudou após a convivência com Telê.

– É um segundo pai. Ele foi um divisor de águas na minha carreira. Ele serve de exepmplo para todos que o acompanharam. O Telê me fez ver que eu poderia dar muito mais do que eu já tinha. Eu tinha que ter ambição positiva. Ele dizia que eu precisava acreditar nisso para melhorar profissionalmente como também pessoalmente – finalizou.

Do Lance

Moracy lembra que Telê se preocupava com a vida dos jogadores

O preparador físico Moracy Santana, que trabalhou com Telê Santana na fase áurea do São Paulo no início dos anos 90, lamentou a morte do ex-técnico e destacou o dato de que ele se preocupava não só com o rendimento dos jogadores em campo, mas com a vida particular deles.

– Telê foi uma pessoa que sempre passou muita coisa para a gente, não só para a comissão técnica como para os jogadores também. A preocupação dele não era só com o atleta dentro de campo. Ele se preocupava com a vida de cada um. Ele chamava a atenção como se fosse filho dele, independente de idade, estado civil, se era experiente. Todos tinham tratamento igual – disse.

As passagens curiosas também foram lembradas pelo preparador físico da Seleção Brasileira.

– Foram muitos momentos interessantes com ele, alguns até engraçados. Uma coisa que acontecia bastante, isso o Valdir Moraes (preparador de goleiros) pode dizer. Eles gostavam de ir ao Bar do Elias e uma vez ele não convidou o Valdir com medo de pagar – lembrou.

Do Lance

Válber lamenta a morte de Telê Santana

O zagueiro Válber, que disputou o Campeonato Carioca pelo América, lamentou a morte do ex-técnico Telê Santana, que foi seu comandante no São Paulo na época em que este clube conquistou o bicampeonato mundial interclubes, em 1992/93.

– É difícl. A emoção é muito grande – disse Válber.

O jogador apontou também uma característica marcante nas equipes que eram comandadas por Telê Santana.

– Ele nunca mandou um jogador dar um pontapé – lembrou.

Válber afirmou que obteve as maiores conquistas no futebol sob o comando do ex-treinador.

Do Lance

Careca lembra com carinho de Telê Santana

O ex-atacante Careca lamentou muito a morte de Telê Santana, ocorrida nesta sexta-feira. Careca trabalhou com o técnico na Seleção Brasileira e viveu seu melhor momento com ele na Copa de 1986, quando fez cinco gols e foi o vice-artilheiro do Mundial. Careca também estava no grupo da Copa de 1982, mas foi cortado por lesão.

– É uma notícia bastante triste. Eu aprendi muito com ele. Ele era um paizão. Tive oportunidade de estar com ele em 1986. Ele vai deixar muitas coisas boas. Sempre foi leal com todos os jogadores e era uma pessoa carinhosa e maravilhosa – lembrou.

Do Lance

Muricy: ‘Ele foi, para mim, um mestre’

Desde que assumiu novamente o comando do São Paulo, no início da atual temporada, o técnico Muricy Ramalho citou por diversas vezes o nome de Telê Santana como exemplo a ser seguido. Ao comentar a morte do comandante do Tricolor na época mais gloriosa da história do clube, Muricy não escondeu a emoção.

‘Ele foi um exemplo para mim em muitas situações da minha vida. Fui jogador dele e também pude trabalhar como auxiliar. Aprendi muito com ele e sempre foi uma referência para mim’, disse o técnico do São Paulo, auxiliar de Telê nos anos 1990 e comandado do ‘mestre’ no começo dos anos 1970.

‘O ‘seu’ Telê sempre exigia muito, mas sempre queria o bem das pessoas. Ele sempre lutava por um futebol bonito, e este é o legado que ele deixa’, afirmou Muricy. ‘Eu herdei muitas coisas do Telê. Muitas manias que tenho hoje aprendi com ele. Ele foi, para mim, um mestre’.

Da Gazeta Esportiva

Carlos Caboclo conta como foi a chegada de Telê Santana ao São Paulo

Conselheiro do São Paulo e amigo pessoal de Telê Santana, Carlos Caboclo, lamentou, nesta sexta-feira, a morte de um dos grandes técnicos do futebol brasileiro. Responsável pela chegada do ex-comandante ao Tricolor, em 1990, Caboclo falou sobre a passagem.

“É uma situação muito triste e eu estou um pouco abalado. Eu sei que perdemos um grande amigo e um mestre. Foi um homem íntegro, que teve a sua vida única e exclusivamente voltada para o futebol“, afirmou o conselheiro, em entrevista concedida à Rádio Jovem Pan.

“Foi uma guerra, quase que uma briga para trazer o Telê. Foram mais de 20 telefonemas pedindo para que ele viesse. Essa não era a vontade dele, que entedia que ainda não era a hora. Ele vivia um baixo astral, porque na época ele era conhecido como pé-frio. Ele dizia que não poderia negar esse meu pedido, então liguei para ele e falei que o encontraria no Rio de Janeiro, porque queria vê-lo recusar diante dos meus olhos. Então, ele acabou aceitando o pedido, nos encontramos em uma pizzaria na Barra Funda, fomos ao nosso CCT, ele fez questão de conhecer o gramado e acertamos o negócio“.

“Eu falei para ele que o salário seria pequeno, porque o São Paulo estava mal financeiramente, mas que em 90 dias ele receberia um aumento. Ele me respondeu que não estava preocupado e que só queria trabalhar. A única condição que ele impôs foi a de utilizar apenas as categorias de base, sem realizar qualquer contratação. Ele me disse que queria antes saber o que o São Paulo dispunha, queria até observar o infantil e, caso os atletas não o agradassem, ai sim iríamos atrás de reforços“, contou.

Segundo Carlos Caboclo, Telê Santana sempre preferiu trabalhar com jogadores das categorias de base. “Ele valorizava primeiro o que o clube tinha em casa. Ia assistir jogos até do juvenil B. Ele realmente vivia para o futebol, sábado, domingo e feriados, ele estava sempre com o rádio e a televisão ligados na sua casa durante o dia inteiro“, finalizou.

Da Agência Placar

Craques do bi se despedem do Mestre

Alguns dos jogadores comandados por Telê no São Paulo se despediram do técnico nesta sexta-feira. Ronaldão, Raí e Rogério Ceni, que fizeram parte do esquadrão que conquistou o mundo em 92 e 93, fizeram questão de destacar a dedicação do treinador a formação de pessoas íntegras pelo jogador.

O ex-zagueiro Ronaldão definiu Telê como “uma pessoa que me ajudou muito”. Já Raí descreveu o ex-treinador como “um divisor de águas” em sua carreira. “Ele me fez ver muita coisa. Me fez ver que eu tinha que ter aquela ambição de tirar o melhor de mim”, completou o ex-camisa 10.

O goleiro Rogério Ceni, que foi promovido aos profissionais do São Paulo por Telê, destaca a dedicação do Mestre não só na formação de jogadores. “Para a minha carreira, para a minha formação como homem”, explica o ainda goleiro do Tricolor.

Capitão do São Paulo, Rogério ainda se despede em nome dos torcedores até mesmo de outros clubes. “Tenho certeza que todos têm uma admiração por ele”, finaliza.

Da Gazeta Esportiva

Telê Santana, uma vida de devoção ao bom futebol

De “Fio de Esperança” a “pé-frio” até chegar a “mestre”. Telê Santana, morto na manhã desta sexta-feira em Belo Horizonte aos 74 anos, carregou muitos rótulos durante a carreira vencedora como jogador e técnico. No entanto, o comandante brasileiro nas Copas de 1982 e 1986 e herói são-paulino na década de 90 deixa ao futebol um legado que transcende seus apelidos.

Tanto como atleta quanto treinador, Telê Santana se caracterizou por brigar por um futebol melhor, justo e bonito. A batalha por esportividade, beleza técnica e lealdade talvez tenha sido a maior contribuição desse mineiro da pequena Itabirito ao jogo que tanto se devotou.

Na época de jogador, orgulhava-se de respeitar a de ter ganhado o troféu Belfort Duarte, que era concedido no passado a atletas exemplos de disciplina. Como treinador, desenvolveu um perfecionismo que abrangia quase todos os detalhes técnicos do futebol, do cuidado com a grama do centro de treinamento à cobrança quase militar sobre seus comandados em ralação a fundamentos básicos, como o passe.

Mas não há como falar de Telê Santana sem mencionar seus inúmeros feitos esportivos. O mais importante deles como jogador aconteceu em 1952, com a conquista da Copa Rio, espécie de Mundial de Clubes da época, com a camisa do Fluminense.

Como jogador, Telê Santana não chegou a ser brilhante. Tanto que nunca foi convocado para a seleção. Era um ponta-direita de boa técnica, inteligência tática e muita movimentação e foi um dos primeiros atacantes a perceber a importância da marcação, recuando para fechar o meio-campo e impedir os avanços dos adversários. Jogava com muita vontade, correndo os 90 minutos de forma impressionante. Graças à essa vontade – e alguns títulos -, entrou para a galeria dos heróis tricolores.

No clube carioca, Telê era conhecido como “Fio de Esperança”, por ser um jogador franzino (de 57 kg), mas que jamais desistia. Ainda como jogador, defendeu as camisas de Guarani, Madureira e Vasco.

Telê ganhou um lugar no time principal do Fluminense em 1951, ano em que o clube conquistou o título carioca. Na final, com Carlyle suspenso, o técnico Zezé Moreira deslocou o jogador mineiro para o comando de ataque, e ele não decepcionou, marcando os gols da vitória sobre o Bangu (2 a 0).

Ainda como um jovem treinador, Telê entrou para a história do futebol nacional ao liderar o Atlético-MG ao título da primeira edição do Campeonato Brasileiro.

Por clubes, triunfou nos quatro centros mais importantes do país: no Rio de Janeiro com o Fluminense (1969), em Minas gerais com o Atlético Mineiro (1970 e 1988), no Rio Grande do Sul com o Grêmio (1977) e finalmente com o São Paulo no Paulistão (1991 e 1992).

Foi justamente com o São Paulo que o treinador viveu o apogeu de sua carreira, construindo e modelando a geração mais vencedora da história do clube. No começo dos anos 90, o time Telê varreu praticamente todos os títulos disponíveis, dominando o Estado, o país, o continente e o mundo.

Com um futebol vistoso, que cultuava o jogo coletivo e solidário, o São Paulo de Telê Santana despertou o interesse do brasileiro para a Copa Libertadores, vencendo o título sul-americano duas vezes seguidas, em 1992 e 1993.

Nos mesmos anos, o time de Telê superou duas potências européias, Barcelona e Milan, e suas respectivas posturas de empáfia em relação aos sul-americanos. Ao mesmo tempo, o São Paulo, com a conquista do bicampeonato mundial, alçou o futebol brasileiro de volta ao topo, numa época de escassez de taças e pessimismo pré-tetra.

Cerca de dez anos antes, o culto de Telê ao futebol bem jogado moldou uma das mais célebres seleções da história do Brasil. Em 1982, o super-time de Zico, Falcão e companhia encantou o mundo, mas caiu diante da Itália na Copa da Espanha. Do famoso fracasso do estádio Sarriá nasceria uma das mais polêmicas questões do futebol nacional: é mais importante jogar bonito ou ganhar?

Quatro anos depois, Telê voltou ao comando da seleção com muitas das peças da seleção de 1982. Com mais uma eliminação precoce, contra a França nas quartas-de-final, o Brasil viu nascer o fantasma da derrota nos pênaltis, que só seria exterminado na conquista do tetra.

Dois fracassos seguidos em Copas renderam a Telê a injusta pecha de “pé-frio”. Foi só com o trabalho minucioso no São Paulo, cobrando seus atletas a cada passe ou cruzamento durante os treinos, que o treinador do “dia-a-dia” viu seu mérito reconhecido, deixando a fama de perdedor para passar a atender por “mestre”.

Na incrível geração do Morumbi, a obstinação do treinador, que brigava até pela condição dos campos do Centro de Treinamento do São Paulo, “fez” jogadores como Cafu, modelou o talento de Raí e resgatou a capacidade de Müller. Só para citar alguns exemplos.

Por ironia do destino, numa espécie de compensação tardia a uma injustiça dos deuses do futebol, o time de Telê Santana deu à seleção tetracampeã mundial em 1994 cinco jogadores (Zetti, Cafu, Ronaldão, Raí e Müller).

No começo de 1996, uma isquemia cerebral afastou Telê do comando do São Paulo. A família do treinador alega erro médico, pois tudo aconteceu quando o mineiro realizava exames de rotina.

Telê foi submetido no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia a dois exames que, segundo especialistas, não eram a melhor opção inicial para o seu caso, e ambos com risco potencial de provocar um AVC isquêmico.

Depois do incidente, o São Paulo esperou o retorno do comandante por algum tempo, mas o treinador não conseguiu se recuperar. Assim, o então interino Muricy Ramalho acabou promovido. Meses depois, Telê Santana assinou com o Palmeiras para ser diretor-técnico, mas não chegou a assumir, em razão das mesmas dificuldades de saúde.

Desde então, Telê passou maior parte de seu tempo em repouso ao lado de seus familiares. Em 2003, na mais grave decorrência de sua doença, o já ex-treinador teve parte da perna esquerda amputada após uma cirurgia de revascularização.

Do sofá da sala de sua casa, Telê Santana assistiu à nova consagração do São Paulo na Libertadores e no Mundial de Clubes, em 2005. Na época, o ex-treinador fez questão de dizer que a equipe tricol era tão boa quanto a sua dos anos 90, num gesto de desprendimento do passado glorioso e, claro, de esportividade.

Ponto Baixo: Copa de 1982

A “tragédia de Sarriá”, com a derrota para a Itália e a conseqüente eliminação brasileira na Copa do Mundo de 1982, marcou o momento mais triste da carreira de Telê Santana como treinador.

Havia muita expectativa sobre geração virtuosa de Zico, Falcão, Sócrates (foto) e companhia, que encantou a Espanha na 1ª fase, mas sucumbiu nos pés do italiano Paolo Rossi no confronto de Barcelona, que decidia uma vaga na semifinal.

Ponto Alto: São Paulo

Telê Santana deixou a fama de “pé-frio” para trás com sua gestão no São Paulo, de 1990 a 1995. Ao todo, o técnico liderou a equipe na conquista de 11 competições.

Os mais importantes deles foram os bicampeonatos da Libertadores e do Mundial Interclubes. Telê também triunfou com o São Paulo no Brasileiro de 1991 e em duas edições do Paulistão.

No âmbito sul-americano, mais quatro taças: duas Recopas Sul-Americanas, uma Supercopa da Libertadores e uma Conmebol. De quebra, conquistas nos torneios internacionais Ramón de Carranza e Teresa Herrera de 1993 (goleando Barcelona e Real Madrid, respectivamente, por 4 a 1 e 4 a 0).

Do Uol

28 de Abril

São Paulo homenageia Telê na partida diante do Santa Cruz: