BASE OU MERCADO: EIS A QUESTÃO…
Nestes últimos anos o S.Paulo FC se caracterizou por montar times para uma única temporada. Lógico que ninguém veio a público com esta informação mas ela salta aos olhos de todos que acompanham o clube. Digo mais: em alguns desses anos o time foi montado para seis meses – metade das temporadas. Foi assim, quando disputou sua última Libertadores; assim também quando montou o time para a segunda metade da temporada 2017 para fugir do rebaixamento.
Mas como montar um time para seguir por temporadas disputando títulos, já que ganha-los depende de muitos fatores, nem sempre possíveis de serem previstos na montagem?
Vejo, nas redes sociais e nos estádios, torcedores inflamados gritando com a diretoria de futebol exigindo contratações para fortalecer o time na ânsia de ganhar títulos. Humildemente pergunto: contratar quantos; quais; onde; com que dinheiro? E ainda: é melhor ter um time equilibrado e sem nenhum craque ou um ou dois craques seriam suficientes para disputar títulos?
Enfim, como montar um time para disputar títulos por várias temporadas: usar a base ou contratar “medalhões”?
Contratando” Medalhões”.
Todos sabemos que embora o Brasil seja capaz de formar grandes seleções, o melhor futebol brasileiro, há muito, se joga fora do país. O dinheiro que por aqui circula: renda de bilheteria, direitos de tv e patrocínios, não dá para pagar salários ou fazer contratações de grandes estrelas, tornando hercúleo o trabalho de garimpagem de profissionais que viessem para resolver os problemas técnicos de nosso time.
Quando por aqui se contrata algum jogador renomado é porque ele está em fim de carreira e já não tem mercado melhor… e nos contentamos. Só que, com jogador em final de carreira não se forma um time para temporadas e, mesmo sem gastar com pagamento de direitos, normalmente, se desiquilibra a folha de pagamento porque os demais vão ter o salário desse jogador como referência.
Uso intensivo da base.
Sou do tempo em que os jogadores eram formados nos clubes e por lá permaneciam até final de carreira ou, no máximo, defenderiam um time de outro estado ou cidade. Os atletas tinham um envolvimento espacial ou emocional com o clube que defendia, como nós com os clubes pelos quais torcemos. Hoje não é mais assim. Os garotos que chegam ao CT de Cotia com 12 ou 13 anos vêm de todos os lugares do país e já têm alguém orientando sua carreira de forma que ele, se vingar, procure o espaço onde vai poder, antes de tudo, render financeiramente para si, para sua família e empresário, não firmando laços fortes com o clube que investe nele.
Mesmo com tudo isso posto, a meu ver, é aí, na base, que o São Paulo poderá renascer como o time grande que sempre foi mas que há algum tempo insiste em parecer menor. Por que contratar e testar jogadores medianos que porventura tenham feito apenas boa temporada jogando em times muito diferentes da nossa realidade e exigência, por valores muito maiores que os razoáveis – temos vários exemplos disso no time atual – se temos, na base, mais de uma dezena de jovens acostumados a ganhar tudo o que disputam sem nenhum gasto adicional?
Dá para arriscar errar “N” vezes com os jogadores da base; não dá para continuar errando, contratando qualquer jogador pelo que fez numa temporada a peso de ouro. Se da experiência com, por exemplo, dez jovens da base, conseguirmos 3 ou 4 bons valores – não estou dizendo 3 ou 4 craques – haverá um retorno do dinheiro investido nos outros todos e preparará o início de um time que poderá jogar junto por várias temporadas, porque, nos anos seguintes, em outras tentativas, novos valores se somarão a estes.
Todos concordamos que o São Paulo tem um ótimo trabalho na base: os números não deixam ninguém desmentir isto.
Porém pouca gente sabe, entende ou imagina o que deve acontecer de errado na transição dos subs para os profissionais. Que há algo muito errado no processo todo mundo tem certeza. Não é possível tantos bons valores simplesmente desaparecerem após completar 20 anos sem terem alguma chance no time . E, de repente, descobrimos Fulano ou Sicrano fazendo sucesso no time A ou B, e que foram dispensados pelo S.Paulo no momento da transição.
Um dos erros que posso deixar aqui para efeito de discussão é a recorrente ideia de que jogador de 19 ou 20 anos ainda não “está maduro” pra jogar no São Paulo. Por tal política, jogadores como o Rodrigo e o Vinícius Jr, vendidos ao Real, fossem da base tricolor, certamente estariam disputando campeonatos dos subs por causa de suas idades e não brilhando no campeonato e trazendo lucros aos time. Se o atleta for bom de bola e tiver físico o dia a dia dos jogos vai amadurecê-lo. Outra coisa que não vou alongar mas também quero deixar pra discussão é a forma de lançamento desses jogadores no time profissional: sempre igual, com os atletas quase a implorar por uma oportunidade que lhes são dadas por 10 ou 15 minutos, com obrigação de resolverem situações de dificuldades do time; ou, se entram jogando, entram com a espada sobre suas cabeças por terem que mostrar tudo no primeiro tempo, caso contrário, são, irremediavelmente, sacados no intervalo, como se sempre fossem os responsáveis pelo mal jogo apresentado pela equipe no período.
É uma discussão longa e apaixonante que deve confrontar os imediatistas e os sonhadores, mas que deveria, também, fazer parte das discussões de quem decide.
Confesso-me um sonhador.
E você: onde você se encaixa nessa?
O problema maior eh sufocar os garotos que vem da base, estou de acordo com as contratações pontuais, mas existem posições que temos mais de um garoto para testar e que parecem ser promissores, apostamos em contratações que nos custam caro, e vem como uma aposta, isto nao faz sentido algum, eh puro desperdício de dinheiro, Trellez (nem aposta era, sabiamos que jah vinha para compor elenco) e Jean sao exemplo disto, tinhamos o Lucas Perri e o Brener para serem testados com tempo antes de ir buscar incognitas lah fora. Serah que nao tem gente ganhando dinheiro com isto???? Afundando o tricolor e enriquecendo os bolsos?
Que bom que tem bastante gente que se interessa por este assunto. Realmente é apaixonante. Continuando o sonho, gostaria muito de ver meu time abraçar aqueles garotos que foram escolhidos para integrarem os profissionais. A análise deve ser bem feita na hora de escolher quem vai para a Barra Funda. Escolhidos, há que haver dedicação total a eles: formalização de novos contratos com variáveis premiando os desempenhos; garantia de retorno ao clube revelador; chances reais para que desenvolvam o mesmo futebol desenvolvido até a escolha; enfim, uma fábrica de desenvolvimento de atletas.
Concordo com o comentário feito pelo Lorenzo: nossos craques deixaram de ser construídos em campinhos de terra ou capim (capim, mesmo); deixaram de vir das ruas sem asfaltos; de terrenos limpos para os “quebra-dedos” juvenis. Então precisamos profissionalizar as pessoas que trabalham com os meninos que chegam hoje. Na base parece que o São Paulo tem sabido o que fazer; agora só resta cuidar para uma melhor transição.
No meu entender, amigo PP, Paulo Perdao
os jogadores formados na varzea e nas praias, no terrao,
tinhan outra consistencia, eram moldados pela forca da natureza,
e sem os professores proibindo tudo e querendo ensinar o que todos
ja nascem sabendo,
com essa praga de escolinhas e os empresarios,
nem preciso dizer mais nada, mas vou dizer,
??? onde estao os craques de antes ??? ou melhor perguntar
a fabrica deteriorou ??? Nao os rumos tomados foram outros,
e o futebol nunca mais sera’ o mesmo, dai para pior.
Tinhamos tudo para ser uma NBA do futebol, tinhamos.
Tinhamos orgulho de ver jogadores prata da casa em todos os clubes,
jogadores vindos do interior aos montes, um celeiro de craques,
hoje, criados com todo o esmero poucos vingam, ja disse acima porque.
Futebol e’ um esporte natural, precisa de disciplina sim, a tecnica ja vem embutida
dentro do craque, esse nao amarela nunca e nao desafina, chama a bola de
meu bem, ??? onde estao eles ??? Um otimo professor nao consegue fazer um craque, pode descobri-lo e tambem destrui-lo, inibindo-o, tolhendo suas principais qualidades.
Acho que o SPFC utiliza bem a base até.
E ultimamente tem usado mais do que nunca jogadores da base no time principal.
Só tenho absoluta certeza que 90 % dos jogadores destaques da base, não vão chegar no profissional arrebentando.
O Vinicius Júnior citado no texto foi vendido sem ter jogado no profissional e até a saída do Everton hj jogando aqui, era reserva no Flamengo.
Tenho a opinião de que contratações pensadas e não negócios de momento tendem a dar mais certo, o caso Everton é exemplo explícito.
Assim como nem todo garoto chega e joga no profissional como o Militão.
Junior Tavares, Shaylon e Lucas Fernandes são exemplos de bons jogadores mas que ainda não encontraram seu lugar no time e no momento nem merecem mesmo a titularidade , mas podem evoluir sim e tornarem-se bons valores num futuro próximo.
A transição da base para o profissional é complicada no mundo inteiro, pois só o tempo no profissional é o que determinará se é ou não jogador de futebol.
Piazon , Sérgio Mota, Ademilson, Alex Cazumba , Lucas Gaúcho, João Paulo, Lucão, Auro são exemplos que passaram e não vingaram , ao menos por enquanto.
Sempre terão mais fracassos do que sucessos na transição para o time profissional , mas isso é mundialmente.
Como disse o amigo Gelson Sena, equilíbrio e mescla são necessários.
Bom dia tricolores!!
Não sou sócio do clube, não frequento o dia-a dia, desconheço os bastidores políticos, não tenho formação específica na área, sou apenas um simples torcedor de arquibancada que torce por pelo menos 50 anos por esse grande clube, gosto muito de ler as opiniões aqui colocadas e sobre a proposição base ou contratação sou da opinião que as duas devem ser utilizadas, o que deve haver é equilíbrio, o que falta é ter, para o profissional , um time base e uma proposta de jogo definida que funcione e em sintonia com a base, uma vez que se tenha isso fica mais fácil de inserir os jovens e, se não encontrar na base busca-se no mercado.
Ótimo ponto, Paulo Perdão (conhecido por mim também como Pai).
Pra fomentar essa discussão coloco alguns jogadores, e comparações para analisarmos (quem tem mais potencial? quem decide mais? quem pode trazer mais retorno?):
Contratados x Base.
Trellez x Brenner.
Edimar x Liziero.
João Rojas x Toró.
Jean x Lucas Perri (goleiros)
Aderlan x Walce
Maicossuel x Helinho
Se voltarmos um pouco no tempo, podemos ver jogadores que perdemos por serem “muito novos”:
Oscar (quarto maior salário do mundo futebolístico)
Éderson (segundo goleiro mais caro da historia)
Casemiro (um dos melhores volantes do mundo)
David Nerez (Melhor jogador do Holandês e provável maior venda da história do Ajax)
Com certeza me esqueci de vários exemplos.
Mas o maior problema é a ineficiência em gerir o talento que vem da base.
O caso do Militão é emblemático.
Pra quem acompanha a base, como nós acompanhamos, sabia que um cara que era volante e zagueiro, extremamente frio, cobrador de faltas e pênaltis, com um passe diferente, alto e rápido, tinha todas as chances de se tornar um jogador de ponta.
Como alguém consegue deixar um jogador desse porte subir ganhando R$ 12 mil reais por mês, enquanto uma ameba como o Petros ganha R$ 350 mil?
Outro ponto muito importante é as chances dadas aos jogadores da base.
A gente observa sempre casos como os mencionados: 15 minutos pra resolver um jogo. No máximo, 45 minutos pra se mostrar o próximo Iniesta.
Aí vem a pergunta: todo mundo sabe que colocar o Trellez não resolve nada. Quanto custa dar as mesmas chances, quase todo jogo, para o Brenner ou para o Toró?
Se um vingar, valerá 10x os 6 milhões que pagamos por um jogador que se “destacou” pelo Vitória, já com idade avançada e sem potencial algum de retorno, financeiro ou esportivo.
Um dia eu vou entender a cabeça de quem toma decisões esportivas financeiras em um time de futebol.
Aparentemente, contratar veteranos por valores altos tira a pressão de quem toma as decisões.
Triste…
Trellez e Jean foram apenas mais dois casos de desperdício de nosso dinheiro. Esses erros repetidos, como você mostrou acima, não se justificam numa administração profissional.
Paulo, muito obrigado pela sua participação. Ótimo texto para gerar o debate de opiniões.
Paulo Pontes:
Fiquei muito orgulhoso de poder colaborar com a coluna.
As diversas categorias da base sempre me encantaram – talvez por recordarem meus bons tempos de “bolero” incansável (sempre naqueles campinhos lembrados pelo Lorenzo).
Acho bom o debate que produzem.
Obrigado pela oportunidade.
Um grande abraço
Vou começar pelo ataque ,igual tem Diego Souza, Carneiro, Trellez e Brenner,,,, eu faria assim Diego Souza , Carneiro e Brenner, sempre colocaria o Brenner no segundo tempo ,nunca que traria o Trellez,,,,assim seria um jeito do moleque amadurecendo,,,,,,no meio campo ,,,,eu não acho q Lucas Fernandes e Shailon tem essa bola toda esses eu emprestaria para time de série b pra ver se eles voltassem ligado ,,,de meia apostaria em um cara mais veterano mesmo ,, volante acho que deveria ser apenas Hudson,Jucilei, Araruna, Lizieiro , assim eles teriam mais oportunidades em revezar com os mais velhos ,,,,Petros pra mim tbm estaria fora está mais pra psicólogo que pra jogador,,,,, na zaga Bruno Alves , Anderson Martins, Arboleda, colocaria um.da base e contratava . zagueiro top e venderia o Rodrigo Caio ,pois o mesmo já tem um desgaste de eu mesmo não sino confiança nenhuma nele,,,,, laterais pra mim seria o mais fácil ficaria com Reinaldo o resto colocaria os da base,,,Militão vai embora mesmo não tem jeito,,, Edimar fraco e velho não tem futuro ,Bruno piada de mal gosto ,,,,,goleiros fácil tbm , Sidão estaria fora ,contrataria um goleiro bom tipo um Rafael do cruzeiro ,,ele disputaria com Jean e o Lucas teria oportunidades pra ganhar experiência ,,,,,,
Tem muitos da base que eu não.falei mas eu arriscaria ,
Paulo Perdão parabéns pelo ótimo artigo como tem sido a regra geral neste espaço.
Concordo que precisamos mudar radicalmente nossa prática de montar times para uma única temporada, ou até para períodos menores. Nossa Diretoria de Futebol deveria ter como meta a manutenção de pelo menos 70% do elenco de uma temporada para outra.
Em minha opinião o modelo ideal é o de balancear veteranos de qualidade indiscutível com nossas melhores promessas da base. Já fazíamos isso nos anos 70, quando Muricy e Zé Sérgio foram lançados num time comandado por Pedro Rocha, nos anos 80 quando Silas e Müller subiram para jogar no principal tendo Careca como referência, apenas para exemplificar uma lista enorme de sucessos dos nossos atletas de base.
E sem dúvida os atletas promovidos tem que ter tempo para mostrar seu futebol sem pressão demasiada.