O São Paulo Futebol Clube bateu o San Lorenzo de Almagro por 2 x 0 no Morumbi, e garantiu a classificação para as quartas-de-final da Copa Sul Americana 2023. O Tricolor conseguiu a vantagem mínima que necessitava para reverter a derrota da semana anterior em Buenos Aires, e agora enfrentará na próxima fase a equipe da LDU de Quito.
O jogo estava nervoso, disputado, e o time visitante já havia acertado o travessão de Rafael quando, nos minutos finais do primeiro tempo, Calleri subiu de cabeça para marcar o gol de abertura de placar para o SPFC. Virando para o segundo tempo em vantagem, o São Paulo teve mais tranquilidade e espaço em campo para buscar o segundo gol que selou a classificação.
Calleri, mais uma vez, se mostra o artilheiro dos gols decisivos, aqueles que resultam em uma vitória, evitam uma derrota, ou mesmo asseguram a diferença necessária para uma classificação, como se viu na quinta-feira no Morumbi.
Todos os gols são importantes, mas não se pode comparar gols marcados em uma goleada de 5 x 0 contra o Tolima, por exemplo, com tentos que garantem uma passagem de fase, como o anotado contra o San Lorenzo.
Nesta sua segunda passagem como atleta do SPFC, Calleri tem os seguintes números:
Jonathan Calleri entrou em campo em 117 partidas desde que voltou ao Tricolor em setembro de 2021, em 97 delas como titular, e participou diretamente em 54 gols marcados pelo time nessas partidas, com 42 gols e 12 assistências. Com esses números, Calleri contribuiu com 32% dos 167 gols marcados pelo São Paulo nesses jogos.
O que chama a atenção da torcida é que, dessas 54 contribuições em gol, 29 foram absolutamente decisivas, isto é, transformaram eventuais empates em vitórias, salvaram o time de possíveis derrotas, ou ainda levaram a um saldo de gols que nos garantiu uma classificação ou ao menos disputar decisão por pênaltis.
Abaixo uma lista dos gols ou assistências de Calleri que foram decisivos:
Nas 24 partidas acima o SPFC somou 53 pontos, com aproveitamento de 74% nesses jogos. Esses pontos somados correspondem a 29% da pontuação obtida pelo Tricolor nos 117 jogos em que Calleri participou. Em uma simulação hipotética, excluídos os gols com participação de nosso centroavante titular, o São Paulo deixaria de contar com 42 pontos, e o aproveitamento do time cairia para 15% dos pontos em disputa nesses 24 jogos.
O paradoxo
Com essa capacidade para anotar gols decisivos, espera-se que o time com Calleri tenha um desempenho melhor do que quando o atacante não pode jogar. Os números, entretanto, indicam o contrário.
A tabela acima mostra que em 27 partidas em que Calleri não participou no período, por suspensão, contusão ou opção do treinador, o São Paulo teve melhor aproveitamento de pontos (65% x 52%), melhor média de gols marcados (1,56 x 1,43) e defesa menos vazada (0,70 x 1,03 gols sofridos por jogo).
O paradoxo acima indica que números no futebol precisam ser analisados com muita ponderação. Os resultados da tabela levariam à conclusão que, para o SPFC, é melhor jogar sem Calleri, o que nenhum treinador arriscaria fazer.
Uma possível explicação se encontra no fato que, devido a contusão ou opção dos técnicos para poupá-lo, Calleri ficou de fora, em 2022 e 2023, de grande parte dos jogos da fase de classificação do Campeonato Paulista e da fase de grupos da Sul-Americana, em que o Tricolor enfrentou adversários frágeis. Em contrapartida, Calleri contribuiu com 18 gols marcados no Brasileiro 2022, um terço do total feito pela equipe no torneio. Sem os gols de Calleri, o Tricolor não teria chagado à final da Sul-Americana, e teria lutado contra o rebaixamento no campeonato nacional.
Na verdade, o paradoxo apenas confirma que Calleri é um jogador forjado para decidir em momentos de pressão. Com contrato assinado até dezembro de 2025, espero que ele tenha longa e vitoriosa carreira no São Paulo Futebol Clube.
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Alguns torcedores mimados acham que para o atleta ser lembrado, para ser chamado de craque, tem que ter participado de grandes conquistas.
Quem acompanha o clube desde muito vai querer ver também na galeria de heróis, em destaque, aqueles atletas que ficaram e lutaram no período de vacas magras, mantendo o clube no seu devido lugar e abrindo caminho para conquistas.
Vejo o Calleri com uma dedicação que não via em nenhum atacante desde Aloísio.
O cara corre para marcar saída do adversário, faz o pivô, faz ultrapassagem, até jogada de linha de fundo ele faz.
O levantamento acima demostra em números essa dedicação.
Obrigado Flávio Marques por compartilhar mais uma vez um trabalho tão bem estudado e detalhado.
Bom dia Humberto,
Muito obrigado por seu comentário. Calleri ainda terá oportunidades de alcançar conquistas importantes, mas, mesmo se não conseguir, sua importância para o time não diminuirá.
Boa semana.
Parabéns Flavio pelo conteúdo e números citados em seu artigo. Resumindo: o Calleri é um jogador precioso! Não é à toa que no futebol atual, os chamados número 9 são os jogadores mais valorizados. Vide Cristiano Ronaldo, vide Benzema, vide Haaland, vide Harry Kane. Quem joga ou jogou futebol, sabe da dificuldade de se jogar e se posicionar de costas para, no mínimo, dois armários, sempre fungando em você. As bolas chegam espremidas e o cara tem um espaço mínimo para em fração de segundos pensar e reagir. Eu já muitos 9 atuarem com nosso manto. Quando pequeno vi Gino Orlando, cuja garra era similar a do Calleri. Vi e vibrei muito com Toninho Guerreiro e sua alta qualidade na finalização. Vi e admirei Serginho Chulapa e sua postura corajosa e marrenta, que assustava os adversários. Vi e admirei com o 9 mais completo que viatuar com o manto: Careca, que como qualidade resumira tudo o que um 9 tem que ter para ser um diferencial e que foi o 9 mais completo que atuou no Tricolor. Vi França, dotado de racioncínio rápido e um incrível poder de finalização. Vi Luiz Fabiano marrento e valente. Vi Aloysio decisivo no terceiro título mundial. Enfim, eu assisti e vibrei com todos esses 9 inesquecíveis… Por isso e depois de passados muito anos sem um 9 digno de entrar para nossa histório, eu posso agregar CALLERI a essa lista. Ele é realmente um jogador precioso. Um 9 digno da linhagem que vem desde Fried, de Leônidas da Silva e que ao longo da história passou pelos que citei. Ave Calleri, enfim “habemus” um 9 digo do manto. Mais uma vez parabéns Flavio pela lembrança e homenagem…
Muito obrigado pelo comentário, Waldir!
Esperando que Calleri nos leve a grandes vitórias como os que você citou acima.