Bom dia tricolores!!
Quero em primeiro lugar agradecer o convite para aqui discorrer sobre a mais antiga paixão que existe em mim, o São Paulo Futebol Clube.
O tema desse texto é: meu jogo inesquecível, gostaria com isso estimular a quem o ler a fazer o mesmo, lembrar jogos inesquecíveis.
Antes vou falar desta paixão que não sei de onde veio porque, diferente de muitos, o futebol nunca foi assunto na minha família, meus pais não apreciavam esporte algum e nunca fui estimulado então, acho que essa paixão nasceu comigo e hoje, orgulhosamente, compartilho com meu filho Eric.
A primeira lembrança que tenho de me declarar são paulino foi durante a copa de 70 quando com 8 para 9 anos dizia – torço pelo Gerson que joga no São Paulo, pois sou são paulino, e até hoje mantenho esse princípio torço pelos jogadores do São Paulo na seleção, se não tem jogador do São Paulo, não torço.
O primeiro campeonato que acompanhei, pelo radinho de pilha Philips, então com 14 anos, foi o paulista de 1975, vibrei muito com o título conquistado nos pênaltis contra a Portuguesa com o Valdir Perez, na minha opinião, o melhor goleiro que vi com a camisa do São Paulo, brilhando, na euforia chutei uma bola que espatifou a vidraça da janela do quarto e quando fui retirar os cacos de vidro cortei o dedo e trago até hoje a cicatriz em forma de “V” de vitória no dedo anelar direito e sempre que a vejo lembro-me do título de 75.
A partir de 1976 comecei a frequentar as arquibancadas do Morumbi, sempre na companhia do meu amigo também são paulino Arnaldo, que hoje nem sei por onde anda, chacoalhei muito no “CMTC” desde Itaquera até o Pq. D. Pedro II e depois do Anhangabaú até o Morumbi devo confessar que algumas vezes, por falta de verba, entrei sem pagar acompanhando um vizinho corinthiano Jô que vendia sorvetes no Morumbi em dias de jogos, assisti então a grandes jogos. Quero agora falar do jogo inesquecível que, muitos podem achar estranho, foi uma derrota para o Flamengo, então campeão mundial.
Naquele 16/02/1982, terça-feira, em jogo válido pelo campeonato brasileiro, o São Paulo abriu o placar com Renato (Morungaba) e vinha bem criando diversas oportunidades de ampliar o placar, mas o Flamengo com aquele timaço, virou um caminhão de melancia pra cima da gente fazendo 4 a 1, mas o time não se entregou, foi pra cima e com gols de Dario Pereyra e Everton diminuiu a vantagem do adversário e continuamos em cima obrigando o Raul Plassmann, a realizar grandes defesas, jogamos com uma vontade de dar inveja, a torcida apoiou durante todo o tempo, ninguém ousava arredar pé do lugar em que estava, perdemos, mas saí do Morumbi extasiado, com a alma repleta de futebol, não havia espaço para reclamação, tristeza, nada, o que ficou gravado na retina foi o futebol bonito, vistoso e competitivo apresentado pelo tricolor, quando me lembro daquele jogo vejo técnica, garra, vontade de vencer e pura entrega, este é o meu ideal de São Paulo.
Quem viu sabe do que estou falando e quem não viu, jamais saberá.
Abraços a todos. “São Paulo, nada é mais bonito”
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Thanks foor sharing!
Amigo Sena,
esse e’ o verdadeiro espirito esportivo,
entega, luta e determinacao,
esses itens devem sempre estarem presentes
e cabe a no’s sempre aprecia- los,
seja nas vitorias e principalmente nas derrotas.
Parabéns por essa paixão chamada São Paulo Futebol clube!!!!
Não é simplesmente um time é uma paixão que faz parte de nossas vidas!!!!
Amigo tricolor Gelson, parabéns e obrigado pelo texto. Trouxe-me muito boas lembranças.
Aliás, vejo que temos idades muito próximas. Devo ser só um pouco mais novo, pois lembro somente algumas passagens de Copa de 1970. Mas já me lembro de acompanhar o São Paulo pelo rádio, principalmente nos jogos de domingos de tarde, desde 1971, por conta de uma família toda são paulina e de um tio meio maluco que tinha o costume de ficar anotando os resultados dos jogos da loteria esportiva, na medida em que os gols iam saindo nas partidas e sendo informados pelos plantões esportivos das rádios. Já nos jogos do meio de semana à noite, quase sempre dormia com o radinho na cabeceira da cama, ouvindo os jogos do São Paulo. E olha que os jogos nem eram tão tardes como hoje em dia.
Também acompanhei pelo rádio aquela decisão do Paulista de 1975.
Nos anos 80, já um pouco maior, acompanhei quase todos os jogos do São Paulo na torcida. No Morumbi/Pacaembu, praticamente todos, e vários fora de casa. Apesar de não fazer parte da torcida uniformizada, eu e alguns amigos viajávamos para o ver jogos do São Paulo junto com a TUSP do saudoso Hélio Silva. Isso só era possível quando sobrava lugar nos ônibus deles, já que a prioridade era dos sócios da torcida.
E como não poderia deixar de ser, eu também estava nesse jogo contra o Flamengo na derrota por 4 a 3. Acho que quase todos são paulinos foram ao Morumbi naquela noite, pois encontrei no estádio até meu irmão que nunca ia aos jogos comigo.
Sim, Zico & Cia. jogaram muito, mas fomos valentes e não desistimos do jogo e continuamos em cima do Flamengo até o final.
Faço apenas alguns adendos, pois a história sempre vai lembrar o resultado e muito pouco de alguns detalhes que foram fundamentais para o resultado do jogo:
– O São Paulo foi para essa partida com uma série de desfalques importantes, enquanto o grande e invicto time do Flamengo, que vinha das conquistas da América e do Mundial de Clubes o no ano anterior, jogava completo. O São Paulo reclamava antes da partida que as arbitragens favoreciam os times do RJ e que vínhamos sendo prejudicado pelo excesso de cartões;
– A nossa zaga estava desfalcada de um dos melhores jogadores do mundo, o zagueiro Oscar (suspenso). Gassem, que o substituiu, uma espécie de Lucão misturado com Rodrigo Caio, teve uma noite muito infeliz;
– O meia/ponta Mario Sérgio (o comentarista falecido no acidente da Chape) também estava suspenso e não jogou. Ele estava numa fase excelente nesse ano e substituía o ponta esquerda Zé Sérgio que nessa época começou a apresentar contusões crônicas e também desfalcou o time do São Paulo por muito tempo, Contusões essas que o afastaram também da Copa do Mundo de 1982;
– E, por fim, na nossa ponta direita, o titular Paulo Cesar estava machucado e jogou um garoto que vinha do juvenil chamado Ricardo, que apesar de ter dado uma canseira danada no lateral esquerdo Junior, pouco ou quase nada se ouviu falar dele depois dessa partida.
Obrigado amigo pelo comentário, você tem razão, sofremos com muitos desfalques naquela partida mas jogamos demais, até hoje quando me lembro do jogo ainda sinto a sensação que vamos conseguir o 4° gol, é impressionante.
Grande Gelson , saudações tricolores.
No jogo em questão eu tinha apenas 10 anos e me lembro do meu saudoso pai xingando o Zico e reclamando da sorte que o Flamengo teve neste jogo, apesar do timaço que tinha.
Mas imagino a emoção de quem estava na arquibancada.
Gelson, agradeço imensamente sua colaboração com o Tricolornaweb. E quero dizer que eu também estive neste jogo.
Obrigado Paulo pela oportunidade, e que essa coluna não venha a terminar é tão bom falar do São Paulo.
Parabéns Gelson Sena, seu testemunho transporta meu pensamento aos áureos tempos do futebol bem jogado, onde o resultado não era o termômetro que media a qualidade do time, mas sim a luta a entrega, quando se percebia que haviam colocado tudo em campo. Hoje, mais ainda dou valor àqueles jogadores, pois com sua técnica e garra superavam campos, “fardamentos” e condições rudimentares.
Forte abraço tricolor.
PS.: Não permitamos que nosso amigo tricolor Paulo Pontes interrompa esta coluna, para que continuemos a ter momentos agradáveis como o descrito acima.
Amigo Tricolor Gelson,
Eu sei do que você está falando. Desde 1975 frequento o Morumbi, já assisti no estádio mais de 800 jogos do Tricolor (não sei o número exato), mas esse jogo contra o Flamengo de Zico, Adilio, Junior e companhia também ficou gravado em minha memória. Eu tinha 17 anos, cabeça raspada porque tinha entrado na Universidade, fui e voltei no CMTC saindo do Anhangabau.
Nosso time na época era fantástico também, com Serginho, Zé Sérgio, Oscar, Getúlio entre outros, além dos ídolos que você citou.
Concordo com você que foi um dos jogos de futebol mais bonitos que eu assisti.
Obrigado por trazer de volta essas memórias.
Obrigado amigo por ter lido o meu texto, eu poderia ter falado de inúmeros jogos que vencemos como os 3 a 2 no Botafogo na semifinal do BR de 1981, ou aquele também inesquecível 1 a 0 nos porcos, na semifinal do paulistão de 1978, naquela noite cheguei em casa às 3h da manhã porque não tinha mais ônibus, enfim são tantas e boas lembranças que nem mesmo as derrotas apagam o brilho tricolor. Abraços
Não podemos falar de esporte e de paixão se não incluirmos as derrotas. Eu achei excelente a sua ideia de relembrar um jogo que não ganhamos mas mesmo assim foi inesquecível.