Receitas decrescentes põem em risco o futebol do SPFC
No início de maio passado publiquei uma análise da ineficiência da gestão dos recursos do futebol do SPFC. Por meio de comparativos dos demonstrativos financeiros das equipes que jogaram o Campeonato Brasileiro da série A em todos os anos entre 2016 e 2018, e que não foram rebaixadas em 2018, provamos que o fracasso do Tricolor não está relacionado à falta de recursos e que equipes de menor investimento alcançaram resultados superiores aos nossos no período.
Neste novo texto parto para analisar o lado das receitas, e veremos que a ineficiência da gestão nos anos anteriores já está impactando nosso potencial de geração de recursos. Estamos perdendo terreno em relação aos adversários, ficando mais longe dos líderes em geração de receita e sendo alcançados por times médios nesse quesito. Internacional (RS) e Vasco da Gama, entre outros clubes brasileiros de grande torcida, ficaram de fora destas análises pois no período considerado passaram pelo menos uma temporada fora da primeira divisão nacional. Sigam a análise quadro a quadro. O ponto de vista é de um São Paulino.
- Receitas Totais do Futebol Profissional e de Base, em R$ milhões
Considerando-se a receita total da atividade futebol profissional e de base – em todos os clubes estão excluídas as receitas provenientes de esportes olímpicos e atividades sociais – o São Paulo FC ainda se encontra entre os cinco maiores clubes do Brasil, mas em 2018 com receita total de R$ 369 milhões afastou-se de Palmeiras (R$ 602 milhões), Flamengo (R$ 490 milhões) e Corinthians (R$ 438 milhões) e foi alcançado por Grêmio (R$ 384 milhões) e Cruzeiro (R$ 363 milhões). Em comum os times com receita em ascensão tem o bom desempenho esportivo nos últimos três anos, tendo o Grêmio conquistado uma Copa do Brasil e uma Libertadores enquanto o Cruzeiro é o atual bicampeão da Copa do Brasil e maior vencedor da competição.
- Receitas totais exceto Negociação de Atestado Liberatório de Atletas
Quando excluímos da análise as receitas de Vendas de Jogadores a situação do Tricolor Paulista fica ainda pior. A curva de receitas recorrentes do SPFC mostra-se com tendência decrescente em 2018, quando atingiu R$ 215 milhões, sexta posição entre os maiores clubes do país, ficando abaixo de Flamengo (R$ 427M), Palmeiras (R$ 433M), Corinthians (R$ 319M), Grêmio (R$ 273M) e Cruzeiro (R$ 252M). Nesse nível de receita estamos perigosamente próximos de Atlético MG, Fluminense e Santos, clubes com receitas recorrentes (exceto Vendas de Jogadores) na casa de R$ 160 milhões por ano.
Nos últimos três anos a receita de Vendas de Jogadores
representou 40% das receitas totais do São Paulo (valor de R$ 455 milhões em R$
1.130 milhões de receita total entre 2016 e 2018). Nenhum dos outros times
desta lista teve percentual superior a 28% de suas receitas totais provenientes
de venda de atestados liberatórios de atletas. Flamengo e Palmeiras tem essa
participação na casa de 18%. Somos dependentes da venda dos melhores ou mais
promissores atletas para pagarmos nossas contas e manutenção da equipe.
Enquanto dependermos da venda de atletas para fechar o caixa a cada semestre
estaremos sempre relegados ao segundo plano das competições, pois não teremos a
estabilidade necessária para desenvolver uma equipe competitiva.
- Receitas de Direitos de Transmissão de TV
Avaliando as receitas de Diretos de Transmissão de TV no ano 2018 vemos claramente uma vantagem ainda maior de Flamengo (R$ 222 M) e Corinthians (R$ 198 M) sobre os times do segundo escalão Grêmio e Palmeiras (R$ 137 milhões cada) e São Paulo (R$ 135 milhões). Nessa fonte de renda vemos que o Fluminense é um excelente negociador, arrecadando R$ 113 milhões em 2018, quantia superior a times mais populares como Atlético MG e Santos (faixa de R$ 100 milhões cada). O Cruzeiro não está incluído nesta comparação pois contabiliza as receitas de TV juntamente com as verbas de publicidade e patrocínio, distorcendo os resultados.
Enquanto a receita de TV do SPFC está estável no período já
sabemos por meio da imprensa que o Palmeiras fechou para este ano e próximos
períodos um contrato que o nivela ao Corinthians nesse tema. O poder de
barganha do clube da Pompéia para extrair da Rede Globo condições mais
favoráveis é diretamente proporcional ao nível de sucesso desportivo do time
nos últimos anos. O grande público quer assistir o Campeão Brasileiro, e a
emissora líder em audiência precisa atender a expectativa dos seus
consumidores.
- Receitas de Publicidade e Patrocínio
A crise no mercado Brasileiro resultou em queda de receitas de Publicidade e Patrocínio para todos os times em 2018, exceto para o Flamengo que havia renovado recentemente seus contratos. Novamente não incluímos aqui o Cruzeiro devido à forma de contabilizar publicidade e diretos de TV na mesma classificação, ao contrário dos demais clubes que separam esses valores.
Mesmo com a queda em 2018 o Palmeiras seguiu liderando com R$ 95 milhões de receita, seguido de perto pelo Flamengo (R$ 90 milhões). Corinthians com a perda do patrocínio master Estatal caiu a R$ 43 milhões enquanto o SPFC mergulhou para o sexto lugar em receitas de patrocínio e publicidade com R$ 23 milhões no ano, sendo superado por Grêmio (R$ 34 milhões) e Atlético MG (R$ 27 milhões). Próximos ao Tricolor vêm Santos e Botafogo, com receitas de publicidade e patrocínio na casa de R$ 19 milhões por ano.
Segundo a pesquisa IBOPE de 2018 o São Paulo F.C. é o preferido de 10% da população acima de 16 anos de idade que torce para algum time Brasileiro. Isso resulta em uma população de aproximadamente 11 milhões de torcedores convictos. O Tricolor conta ainda com aproximadamente 3 milhões de simpatizantes, que não são propriamente torcedores, mas que consideram o SPFC como segundo time, ou o apoiam em competições internacionais ou fora de seus Estados de origem. Estamos tecnicamente empatados com o Palmeiras e apenas Corinthians e Flamengo superam em número a torcida Tricolor. Temos ainda a vantagem de concentração de torcedores no Sudeste do Brasil, região de maior poder aquisitivo do país.
A mesma pesquisa IBOPE mostra Grêmio e Atlético MG com respectivamente 4 e 3 milhões de torcedores convictos, menos de um terço da nossa torcida. Com esse potencial bem menor de geração de negócios os dois clubes alcançaram maior renda de publicidade e patrocínio do que o São Paulo F.C. É preciso rever nossa estratégia de abordagem aos potenciais patrocinadores e anunciantes para não ficarmos definitivamente atrás de times de menor torcida. A imagem de time vencedor que o SPFC vem perdendo com os anos é um ativo importante na hora de vender os contratos de patrocínio.
- Receitas de Arrecadação de Jogos
As receitas de bilheteria do São Paulo F.C. estão estáveis há quatro anos, na faixa de R$ 30 milhões por ano, enquanto os rivais paulistanos vêm se distanciando nesse aspecto. Em 2018 arrecadamos R$ 31 milhões, muito longe dos R$ 113 milhões de Palmeiras e ainda bem distante dos R$ 61 milhões de Corinthians e R$ 45 milhões de Flamengo. Assusta a aproximação de Santos (R$ 27 milhões) e Cruzeiro (R$ 24 milhões) no último ano.
Sob este aspecto não acredito que o caminho para o SPFC incrementar sua receita seja majorar excessivamente o preço dos ingressos em jogos decisivos e de grande apelo, prática adotada pela atual gestão do Clube. Nossa média de público nos jogos como mandante em 2018 ficou próxima de 30.000 pessoas por jogo. Temos um estádio com capacidade para 67.000 pagantes, portanto, sem aumentar o preço dos ingressos podemos chegar à uma arrecadação muito superior. Nosso ticket médio em 2018 foi equivalente ao do Flamengo (R$ 33 por pagante), mas os cariocas levaram ao Maracanã 300.000 pessoas a mais do que o São Paulo levou ao Morumbi para uma quantidade similar de mandos de jogo (32 do Flamengo contra 31 do São Paulo).
Dessa maneira nossa meta tem que ser aumentar a ocupação do Morumbi, hoje na casa de 44% ao longo do ano, com raros jogos atraindo públicos superiores a 50.000 pessoas. Se alcançarmos a ocupação média que o Palmeiras tem em sua casa – 74% dos assentos ocupados em 2018 – e mantendo o mesmo ticket médio teríamos uma receita de R$ 51 milhões, com público médio de 50.000 pessoas por jogo, nos mesmos 31 jogos como mandante.
Outro aspecto essencial nesta fonte de receita é o número de jogos como mandante. Chegando a fases avançadas de Copa do Brasil e Libertadores, Palmeiras e Corinthians tiveram respectivamente 37 e 36 mandos de campo em 2018. Esses jogos adicionais costumam ser de alto público e arrecadação. Se o Tricolor tivesse 36 jogos sob seu mando, com média de 50.000 torcedores presentes e sem aumentar o ticket médio a arrecadação chegaria a R$ 60 milhões de reais, o dobro do que fizemos ano passado.
- Receitas de Projeto de Sócio Torcedor
Talvez este seja o resultado mais surpreendente e decepcionante desta análise. O São Paulo Futebol Clube foi o pioneiro na implantação de programas de Sócio Torcedor no futebol Brasileiro, tendo sido posteriormente copiado por todas as demais agremiações. Corinthians, Grêmio e Santos não divulgam separadamente em seus demonstrativos de resultados a arrecadação de seus programas de Sócio Torcedor, incluindo esses valores junto com Time Mania e outras receitas. A receita de projeto Sócio Torcedor do SPFC, após um pequeno aumento em 2016 vem caindo, ancorada pelo mau desempenho da equipe e falta de criatividade de seus gestores, e chegou aos R$ 9 milhões em 2018.
Nesse ano de 2018 Flamengo e Palmeiras arrecadaram cada um R$ 48 milhões cada um com seus programas, valores que para todos os Clubes são independentes das rendas de bilheteria. Cruzeiro (R$ 23M) e Atlético PR (R$ 22M) são os perseguidores bem distantes. Atlético MG (R$ 14M) e, acreditem senhores, Chapecoense (R$ 10M) também arrecadaram mais do que o SPFC com seus Sócios Torcedores. Abaixo do Tricolor Paulista em nossa lista apenas Botafogo e Fluminense, ambos com receita da ordem de R$ 5 milhões.
Retomando a discussão iniciada sobre Publicidade e Patrocínio, como é possível que o Palmeiras tenha uma renda cinco vezes superior à do São Paulo, tendo um número equivalente de torcedores na população? O mesmo pode-se perguntar do Flamengo, lembrando que na média o poder aquisitivo do São Paulino tende a ser superior ao do Rubro Negro da Gávea. O Atlético PR tem um sucesso recente na conquista da Sul Americana 2018, mas a boa arrecadação do seu Sócio Torcedor já vem de anos. O Cruzeiro, que lançou o seu plano apenas em 2017, arrecadou nos dois últimos anos o dobro que o São Paulo. O cúmulo dessas comparações é o fato da Chapecoense em 2018 ter obtido receita 13% superior ao do SPFC em seu programa de Sócio Torcedor. A população total de Chapecó é de aproximadamente 220.000 pessoas.
A inércia na gestão do programa Sócio Torcedor do São Paulo F.C. não pode continuar. São necessárias mudanças urgentes na condução do programa para alinhar as receitas ao menos à de equipes de média torcida.
- Receitas de Premiação em Campeonatos
Aqui também parte dos clubes como Corinthians, Grêmio e Cruzeiro contabilizam esses valores dentro de outras receitas. Entre os que destacam a receita de premiações em campeonatos mais uma vez o destaque negativo dos últimos três anos é do São Paulo F.C.
O título do Campeonato Brasileiro, vice do Paulista e participação em fases avançadas da Copa do Brasil e Libertadores renderam ao Palmeiras em 2018 um total de R$ 33 milhões em premiações. O Atlético PR teve receita de R$ 27 milhões em 2018, principalmente devido à conquista da Sul Americana e de seu Estadual. O Flamengo vice campeão da Copa do Brasil – torneio mais atrativo financeiramente da América do Sul, Fluminense com boa campanha na Sul Americana e Botafogo – Campeão Carioca, seguem com respectivamente R$ 14 milhões, R$ 12 milhões e R$ 10 milhões de premiação.
O São Paulo semifinalista do Paulista, com participação
discreta na Copa do Brasil e o quinto lugar no Brasileiro obteve R$ 5 milhões
em prêmios em 2018, baixo mas melhor do que em 2016 e 2017 quando lutou contra
rebaixamentos. O mau desempenho esportivo prejudica diretamente a receita de
premiação em campeonatos, que muitas vezes é devida pela simples passagem de fase
nos torneios mata-mata. Com o desempenho pífio dos últimos anos vamos nos
distanciando dos grandes e sendo alcançados pelos médios.
- Receitas de Licenciamento de Marca
Aqui a comparação é apenas com o próprio São Paulo FC ao longo do tempo.
A receita de Licenciamento de Marca do SPFC vem caindo desde 2015, ficando em 2018 abaixo dos R$ 10 milhões. Perdemos 43% das receitas em três anos. O licenciamento de marca gera receitas quando um licenciado enxerga valor em atrelar sua marca à do São Paulo F.C.
Escolas de Futebol, academias, centros de recuperação física, e uma infinidade de atividades comerciais e produtos podem ser associados à imagem do Tricolor. Hoje infelizmente poucos garotos tem a ousadia de utilizar na escola um caderno ou jogo de lapiseira e caneta com o nosso Escudo. A maioria dos São Paulinos, principalmente os jovens, está mais preocupada em não virar tema de chacota dos adversários. A marca SPFC vai perdendo aos poucos a imagem de time vencedor, de gestão diferenciada e de respeito internacional que foi construída ao longo de 82 anos de história.
A ineficiência da gestão do futebol do São Paulo FC já está prejudicando a nossa geração de receitas. Estamos na espiral descendente que apenas uma mudança radical no estilo de administração do Clube e da atividade futebol pode reverter. Se não tomarmos medidas imediatas o futuro do nosso time está em risco. Estamos muito longe de ser uma Portuguesa, Guarani ou América RJ, mas a nossa situação atual não nos diferencia de Cruzeiro, Grêmio ou Atlético MG.
Meu caro Flávio, sua análise é uma fotografia perfeita do atual estágio da Instituição. A lógica cartesiana aplicada na condução dos vários temas envolvendo receitas e despesas, aqui abordados, infelizmente, nos remete a uma previsão sombria e destituída de qualquer esperança. O clube está nas mãos de amadores, ora rotulados de “profissionais”. O compadrio político está liquidando o que ainda resta da instituição. Parabéns pela clareza da análise, que nos remete à cruel realidade dos fatos.
Obrigado Waldir,
Temos um Estatuto e um Regimento Interno que possibilitam a concentração de poder na mão do presidente. A solução de nossos problemas passa por revisão no Estatuto, incluindo talvez até a eleição direta entre outras mudanças.
Um abraço.
Que pese de ter deixado de colocar minhas opiniões neste espaço, mas sempre acompanhando-o, não poderia deixar de cumprimentar Flávio Marques pelo trabalho apresentado. São números que expressam a realidade do clube nos últimos anos. A torcida hoje condena Leco, Rai e etc, com razão, mas, a crise começou muito antes.
Os números confirmam o que a maioria já sabe.
Para que JJ conseguisse seu terceiro mandato entregou o clube ao grupo de sócios não são paulinos. Como este grupo perfaz 50% do quadro associativo, não há interesse que o futebol do clube volte a ser o que foi 15 anos atrás. Eles elegem, direcionam e influenciam o grupo dirigente, composto em sua maioria por elementos compráveis. Assim o conselho deliberativo e a diretoria tem em sua fileiras palmeirenses, corintianos, santistas e etc…, interessados somente em se beneficiar do status que sua posição no clube os beneficia e em não permitir que o grande adversário ressurja.
Realmente não há retorno, hoje o clube está na mão dos adversários, graças a JJ o caminho é o fim do futebol profissional do clube.
Infelizmente os poucos são paulinos existentes no quadro associativo são os saudosistas que em breve não estarão mais entre nós.
A única e improvável saída é a total independência do futebol, com participação do sócio torcedor nas decisões da entidade.
Abraço e parabéns pelo seu esforço em trazer para realidade números que indicam o fim do que foi um dia um dos maiores times de futebol do mundo.
Fernandes,
Obrigado pelos comentários elogiosos.
Como eu respondi anteriormente, sobre o futuro eu acredito que temos potencial para voltar aos bons tempos, mas são necessárias mudanças profundas e urgentes no SISTEMA – Estatuto e Regimento Interno – para evitar esse tipo de manipulação e controle dos Conselhos Deliberativo e De Administração pela presidência.
Um abraço.
Amigo, parabens por todo seu trabalho de pesquisa e comprovacao dos fatos. Se apresentado a diretoria e conselho nem se darao ao trabalho de ler, ainda dirao, esta tudo bem. Claro, tudo bem para eles os poderosos, nao para nos os torcedores que nos acostumamos a sempre ver um time digno das nossas tradicoes, nao essa mierda desse seculo, fora alguns momentos, alguns apenas. Nosso SPFC ja era, temos que nos acostumar a esse spfc, insignificante e medonho desses cartolas que de futebol nao entendem nada, messsmo, entendem muito de outras coisas.
Lorenzo,
Obrigado pelos comentários. Sobre o futuro eu acredito que temos potencial para voltar aos bons tempos, mas são necessárias mudanças profundas e urgentes. Um abraço.
Obrigado, Flávio. Mais uma vez. São coisas que, de maneira geral, todos sabemos. Mas alguém precisava ter a paciência e, principalmente, o conhecimento para cristalizar em uma análise clara e definitiva.
Existem fatores externos, alheios à nossa vontade, que contribuíram para nossa crise. A depressão econômica do País, a consolidação dos novos mercados do futebol, apoios extraordinários aos rivais. Porém, não há como negar que a razão principal para nossa derrocada é a má gestão do clube nesse século.
Em um cenário, aonde não nos era favorável, erramos demais no campo, obviamente, e na esfera de marketing do clube. Pra piorar, o sucesso dos rivais agrava ainda mais nosso fracasso. Se ao menos fizéssemos a nossa parte corretamente …
Nossos cartolas se esqueceram que futebol não é pólo equestre. Criaram ao longo das últimas décadas uma imagem antipática e impopular totalmente inconveniente a um esporte sabidamente de massa. Não é à toa que não conseguimos nenhuma marca líder em seus mercados de atuação como patrocinador – esse contrato da Adidas é uma piada de mau gosto. É preciso lembrar que brigar com a CBF antes da copa foi a jumentice mor de Juvenal. Perder a Copa foi uma catástrofe. Era a chance de modernizar o Morumbi, a última delas.
Junto disso, nossa síndrome de Estocolmo em relação à Globo impossibilita qualquer chance de reabilitação. Enquanto não houver um dirigente no São Paulo que saiba negociar com a emissora, não voltaremos ao protagonismo. É o maior dos absurdos, o clube com a terceira maior torcida jamais ter brigado para ter seus jogos exibidos em outras praças, como as regiões norte e nordeste. Contudo, se continuarmos adiantando receitas e as gastando mal, não podemos exigir nada mesmo.
É isso André,
Vendemos mal nossa imagem. Somos reféns de adiantamentos de contratos pois administramos mal nossos recursos. Nossas receitas são declinantes enquanto os adversários crescem. A nossa torcida merece uma gestão melhor do Tricolor.
Com a palavra os “gestores” do São Paulo.
Provavelmente continuarão se omitindo do debate e repetindo erros. Uma pena.