Estamos a poucos dias do encerramento da temporada 2024, e o São Paulo Futebol Clube ainda não confirmou a permanência do treinador Luis Zubeldía no comando da equipe em 2025. Com a antecipação do Campeonato Estadual e a realização de uma pré-temporada no exterior em janeiro, os dirigentes do Tricolor já deveriam estar com essa questão definida.
Luis Zubeldía estreou como técnico do SPFC no dia 25 de abril de 2024, em jogo pela Libertadores da América, na vitória por 2 x 0 contra o Barcelona, em Guayaquil no Equador. Na vitória por 2 x 1 contra o Athlético-PR, no Morumbi, jogo realizado em 09 de novembro passado, Zubeldía completou 44 jogos no comando do Tricolor.
Vejamos os números de Zubeldía como técnico do São Paulo:
Em comparação com os demais treinadores efetivos da gestão Casares / Belmonte, Luis Zubeldía tem o melhor aproveitamento percentual e a menor média de gols sofridos por jogo:
Com média de 1,84 pontos conquistados por jogo (61% de aproveitamento), e de 0,77 gols sofridos por partida, Zubeldía levou o Tricolor às quartas de final da Libertadores, fase em que foi eliminado nos pênaltis, sem ter perdido nenhum jogo na competição, pelo finalista Botafogo. Na Copa do Brasil, em que o SPFC defendia o título de 2023, o Tricolor foi eliminado também nas quartas de final, com uma derrota em casa e empate fora, pelo Atlético-MG, finalista tanto da Copa do Brasil como da Libertadores deste ano. No Campeonato Brasileiro, o São Paulo esteve sempre dentro, ou próximo, do G6, zona de classificação para a Libertadores 2025.
Embora o futebol brasileiro exija muito dos times, e as flutuações de desempenho ao longo da temporada sejam normais para todos os clubes, observamos que as oscilações do São Paulo de Zubeldía foram significativamente menores do que as registradas por seus antecessores, Crespo, Ceni e Dorival. Zubeldía assumiu em abril, jogando a Libertadores, e não tem no seu cartel jogos da fase de classificação do Paulista, não enfrentou os fraquíssimos times das fases iniciais da Copa do Brasil, nem as equipes semiamadoras da fase de grupos da Sul Americana. Não atingiu os mesmos picos de desempenho dos técnicos anteriores, mas seus momentos de baixa não foram tão ruins quanto os dos demais treinadores do período analisado. Crespo, em sua pior sequência de 5 jogos, registrou 20% de aproveitamento, Ceni e Dorival, em seus piores momentos estiveram abaixo dos 10%, enquanto Zubeldía esteve sempre acima dos 33% de aproveitamento nos pontos conquistados.
Uma ressalva que se fez a Zubeldía, foi com relação ao excesso de cartões recebidos.
Vejamos como ele evoluiu nesse aspecto. Nos primeiros jogos houve realmente um excesso de reclamações ou indisciplina por parte do técnico São Paulino. Nos primeiros 27 jogos foram 15 punições, praticamente uma a cada 2 jogos. Desde o meio de agosto, entretanto, o argentino vem se controlando melhor, e nos últimos 17 jogos sofreu “apenas” 3 punições, média de aproximadamente um cartão a cada 6 jogos. Ainda é alto para um treinador, mas já observamos melhoria.
Veja todos os cartões recebidos por Zubeldía:
Zubeldía tem o apoio da torcida Tricolor, que já o apelidou carinhosamente de “Zuba”. Na arquibancada, e nas redes sociais, há um consenso que “Zuba” tem que permanecer como técnico do São Paulo para a próxima temporada.
Ampliei o período de análise, e observei que Luis Zubeldía é o treinador do SPFC com o melhor aproveitamento de pontos desde 2012. Vejamos os números:
Os 61% de aproveitamento de Zubeldía o colocam à frente de Muricy Ramalho, que entre 2013 e 2015 alcançou 60% de aproveitamento em 111 jogos no comando do Tricolor. Somando 44 partidas como técnico do São Paulo até o momento, dirigiu o time mais vezes que Osório (26 jogos), Ceni e Dorival em suas primeiras passagens pelo Tricolor (respectivamente 35 e 40 jogos), já fez o mesmo número de partidas que Aguirre (44), e até o final do ano terá ultrapassado Edgardo Bauza (46 jogos).
Por todos os dados acima apresentados, tenho uma única recomendação para Carlos Belmonte, Diretor de Futebol do SPFC: confia no “Zuba”.
Em entrevista recente, Carlos Belmonte deu a seguinte declaração:
– Nunca cravamos porque tem também o ponto de vista do treinador. Lá atrás ele teve uma proposta da seleção do Equador, não sabemos o que vai acontecer. Às vezes ele pode ter uma proposta e querer ir embora. O que posso dizer é: estamos muito felizes com o trabalho, o resultado no Brasileiro é o melhor dos últimos anos, competimos muito bem, apesar das eliminações nas copas. Estamos muito satisfeitos com ele, nossa relação é ótima, a relação do elenco com ele é ótima, do Zubeldia com o todo é ótima. A meu ver, a continuidade do Zubeldía é quase óbvia.
Que seja!
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Valioso trabalho
Lembrava do último levantamento que você fez, e com base nele já estimava que os números estavam bons, só não esperava vê-lo passar o Muricy.
É comum ver torcedor reclamando de técnico após derrota e a imprensa armando um futrico.Esse tipo de levantamento é essencial para afastar as bobagens que surgem nesse meio.
Minhas críticas ao Zubeldia ficam restritas aos cartões amarelos e à baixa utilização da base., coisas administráveis.
Tem que ficar para 2025.
Obrigado pelo comentário, Humberto.
Espero que os dirigentes concordem conosco.
Flavio
Bom dia Flavio!
Mais uma vez uma análise da sua lavra apresenta um embasamento estatístico perfeito.
Noves fora os números por você levantados, que por si só já expressam a qualidade da performance do Zubeldia, eu peço vênia para deixar registrada as minhas considerações sobre esse treinador.
Eu começo parafraseando aquela famosa publicidade: “Não basta ser apenas TREINADOR… O técnico, mesmo à beira do gramado, tem mesmo é que participar.”
Os closes captados durante as transmissões dos jogos deixam comprovada essa tese.
Zubeldia é participativo e suas atitudes, as vezes até excessivas, são contagiantes e fazem com que o time se desdobre em campo.
Diferentemente de como agia Fernando Diniz, ele não afronta os jogadores, não xinga, mas estimula com sua energia e vibração.
Mesmo sentado no sofá, o torcedor que esse tipo de participação. Quer o cara entregando-se de corpo e alma na busca da vitória.
O comando vai bem e os resultados são bons para um elenco que não possui a qualidade dos primos ricos.
Como temos dito por aqui, o Zubeldia está tirando leite de pedra, obtendo resultados satisfatórios para um elenco de jogadores desequilibrado, onde existem posições carentes. Portanto: FICA ZUBELDIA, contra a vontade de muitos que continuam trabalhando nos bastidores para ver a sua derrocada…
Valeu Waldir!
Sua observação é corretíssima e complementar aos dados estatísticos.
A “fritura” realmente existiu. Espero que as coisas tenham se acalmado.
Sr Flávio, suas ponderações são ótimas.
Neste momento não vou falar sobre este post específico do Zuba, pois quero lhe fazer uma indagação.
O Sr analisou o contrato (caso exista ou tenha sido enviado ao CD) referente ao acordo para o SPFC jogar em Brasília?
Sugiro, humildemente, que o Sr procure se informar sobre isso.
Este acordo feito pelo Sr Júlio Casares fede!! Interprete como quiser este “fede”.
Sem mais…….
Bom dia, Pedro,
Não recebemos no Conselho Deliberativo esse contrato para jogar em Brasília. Também não foi encaminhado o acordo para que o Tricolor jogue no Pacaembu.
Quando, e se chegarem, analisarei com cuidado todos os termos.
Como torcedor, não me agrada essa opção por Brasília. Penso que seria aceitável um raio de até 100 km (Campinas) para um estádio alternativo.