Alfredo Salim Helito

SPFC: uma paixão espontânea

Desde que nasci eu sou são-paulino fanático. Posso afirmar isso com orgulho e convicção porque não precisei de influências para torcer pelo São Paulo. Nem mesmo meu pai era são-paulino, na verdade, torcia para o Corinthians, e minha mãe não gostava de futebol.

Ainda pequeno eu já gostava muito do São Paulo Futebol Clube, mas mesmo tendo nascido em 1958, só pude comemorar o primeiro título do meu time do coração em 1970, quando ele conquistou seu primeiro Campeonato Paulista.

Na escalação desse time vencedor estavam Sérgio, Pablo Forlán, Jurandir, Roberto Dias, Gilberto Sorriso (Tenente), Edson, Nenê, Paulo, Terto (Benê), Toninho Guerreiro e Paraná. E comandando essa equipe de ouro, estava o técnico Zezé Moreira.

Foi uma quarta-feira inesquecível para todos os são-paulinos, que puderam vibrar no estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, ou acompanhando a partida em casa, os dois gols do título, marcados pelo Toninho, aos 27′ do primeiro tempo, e pelo Paulo aos 34′ também do primeiro tempo.

E como não se emocionar ao lembrar dos lançamentos perfeitos do Gérson, nosso canhotinha de ouro, que foi o grande destaque dessa conquista, lá do meio campo regendo o time e colocando nossos atacantes de frente para o gol!

E haja fôlego pra comemorar mais uma vez em 1971, com a chegada do bicampeonato, mas agora ganhando do Palmeiras, com o gostinho especial de estar jogando em casa com um público de 103.887 torcedores, assistindo Toninho Guerreiro, já aos 5 minutos do primeiro tempo, marcando o gol da vitória.

Foi um belo jogo que eu tive a oportunidade de assistir, e ainda foi a primeira vez que eu fui ao Templo Sagrado ver um clássico, e tenho que confessar que fiquei realmente emocionado de fazer parte de mais esse momento histórico do São Paulo.

Esse é o time que tem o nome da minha cidade, que sempre despertou minha simpatia, que me fez gostar de futebol e me apaixonar pelo Tricolor Paulista. Sempre gostei de acompanhar e curtir o São Paulo, e o Morumbi é um lugar que me trouxe muita alegria.

É por isso que fico muito chateado quando vejo que alguém denigrindo o nosso estádio. Afinal, ele pode não ser moderno como esses novos que foram e estão sendo construídos, porém, sempre será um gigante que pode receber mais de 70 mil torcedores acomodados confortavelmente, mas se espremer entram 90 mil!

Esse estádio foi construído com o suor do São Paulo Futebol Clube, foi palco de grandes decisões, grandes partidas e grandes títulos.

Sem falar de outros eventos que já atraíram multidões. Então, pode não trazer a tecnologia moderna, mas com certeza também não acumula escândalos, dívidas e ainda carrega a história de um gigante do futebol brasileiro.

Mas o São Paulo não parou de trazer alegrias, porque alçou voos mais altos e começou a pensar no mundo, o seu famoso Projeto Tóquio. Ganhou a Libertadores, um torneio que eu adoro assistir, vieram 3 títulos mundiais, ganhamos do Barcelona, do Milan e do Liverpool.

E é claro que eu deveria dividir essa alegria com meus filhos e felizmente os dois, meu menino e minha menina, são fanáticos pelo São Paulo!

Mas minha paixão se estende além. Eu também gosto muito da localização do Morumbi, aprecio todas as suas vitórias, grandiosas! O que eu quero mesmo é torcer pelo meu time do coração, só quero vibrar do lado de cá com cada jogada, ficar atento em cada passe e soltar o grito de “gol” e “é campeão”!

Só quero comemorar os títulos do meu time e todas as suas conquistas. Porque hoje o São Paulo vive uma fase de transição, vindo de um período sem títulos. Mas recentemente comemoramos o tricampeonato brasileiro e comemoramos a o tricampeonato da Libertadores, e isso deve ser nosso tônico para continuar batalhando, torcendo e frequentando o Morumbi. Temos que ser um pouco Cartola, corneteiros a favor do São Paulo, para que ele volte a ganhar títulos e a gente possa comemorar com toda a torcida tricolor.

5 comentários em “Alfredo Salim Helito

  1. Caro amigo Dr. Alfredo Salim , grandes recordações , lembrando que desde a conclusão do estádio m 1970 , o São Paulo conquistou 35 títulos oficiais , além de uma infinidade de torneios amistosos . Mesmo no período da construção do estádio , eu acompanhei as conquistas dos paulistas de 1953 e 1970 ( nasci em 1938 ) , ou seja , estou no sub – 80 , além de vários torneios amistosos , estaduais , nacionais e internacionais . Um grande abraço , com saudações são paulinas.

  2. Ler suas recordacoes, amigo sampaulino, Alfredo, e’ recordar epocas douradas, de jogadores acima da media, para no’s deuses do futebol que nos enchiam de alegria e orgulho muito diferente de hoje, parece que o mundo do futebol desmorona ano a ano e dificilmente voltaremos a ter as mesmas, as mesmas alegrias e craques de respeito, parece mesmo que fomos abencoados em termos tanta gente de nivel, nivel altissimo vestindo nossa camisa sagrada. Enfim, amigo temos a felicidade de ao menos ter conquistado tudo, tudo que nossos objetivos foram tracados por gente de qualidade altissima, como nosso estadio o glorioso Morumbi , e nosso time que ostenta o nome glorioso, SAO PAULO, da cidade e estado simbolos iguais de nossa grandeza.

  3. Que grandes memórias Dr. Salim. Eu sou de 1964 e começava a entender o futebol no bicampeonato 70/71. Minha fase fanática, que dura até hoje, começou com o título de 1975 e o time de futebol de botão que tinha Waldir Perez, Nelson, Paranhos, Arlindo e Gilberto, Chicão, Teodoro e Pedro Rocha, Terto, Serginho e Piau.
    Quando criticamos é porque queremos o Tricolor de volta ao seu lugar de destaque e nosso estádio como a melhor casa de espetáculos da cidade.
    Parabéns pelo artigo.

  4. Dr. Salim, agradeço muito sua participação na coluna Amigo do Tricolornaweb. Curiosamente tenho história próxima. Nasci também em 1958, mas já sócio do SPFC, pois meu pai era sócio contribuinte (o clube ainda não existia). Mesmo vendo meus amigos, muitos palmeirenses, comemorarem títulos, só fui comemorar o primeiro em 1970. Aquele time de Sergio; Jurandir, Dias e Gilberto; Edson, Terto e Pedro Rocha; Paulo, Toninho e Paraná. Grandes recordações.

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