Vinte e quatro anos após fundação, Clube dos 13 tem rebelião às avessas

O motivo da atual crise instalada no Clube dos 13 vai de encontro ao ideal de união dos times fundadores, mas parte do mesmo princípio subversivo de sua criação, quando as principais agremiações do país viram a necessidade de se mexer. A diferença é que, desta vez, o levante fortalece a Confederação Brasileira de Futebol.

A origem da associação é de 11 de julho de 1987, quando representantes de 13 grandes clubes (São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Santos, Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Cruzeiro, Atlético, Internacional, Grêmio e Bahia) elaboraram no Morumbi um documento que seria entregue à CBF e tinha como item principal exigir a criação de duas divisões nacionais, com acesso e descenso entre elas. A intenção era reduzir a inchada Copa Brasil (Campeonato Brasileiro da época).

“É mesmo um movimento de subversão. E todo movimento de revolução não tem a Lei a seu favor. Vamos buscá-la agora, para tentar acabar com os desmandos da CBF”, disse Carlos Miguel Aidar, então presidente do São Paulo e do novo grupo, ao jornal A Gazeta Esportiva, três dias depois da reunião. “Foi feita uma triagem no sentido de enxugar e reduzir o número de clubes no Brasileiro e nos campeonatos regionais”.

Sem garantias para bancar a competição, a CBF, presidida por Otávio Pinto Guimarães, reconheceu a associação. O consenso foi a criação da Copa União, com duas divisões: a principal (módulo verde), com os 13 grandes mais Goiás, Santa Cruz e Coritiba – convidados sem base em critérios técnicos -, e a segunda (módulo amarelo) incluindo Guarani e América-RJ, ironicamente vice-campeão e quarto colocado da Copa Brasil de 86, respectivamente.

Vinte e quatro anos depois de sua fundação, o grupo – que inchou, chegou a 20 times e vinha tendo como exclusiva função negociar os direitos de transmissão das partidas do Campeonato Brasileiro com as emissoras de televisão – perde o Corinthians e vê outros clubes, em especial os quatro grandes do Rio de Janeiro, anunciarem que a partir de agora conduzirão as negociações sem seu intermédio. Agora, a dúvida é esta: como o Clube dos 13 reagirá à “rebelião”?

Da Gazeta Esportiva

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