Vexame inadmissível coloca à prova a ideia de continuidade do São Paulo

O São Paulo tinha no Campeonato Paulista uma grande oportunidade para acabar com a fila e começar a se recolocar nos eixos, mas conseguiu a proeza de ser eliminado em casa por um Mirassol remendado, naquele que já é considerado por muitos o pior dos vários vexames acumulados nos últimos anos.

É praticamente impossível encontrar uma justificativa plausível para a derrota por 3 a 2. Se o São Paulo foi prejudicado pelo hiato de quatro meses na competição, o que dizer do Mirassol, que perdeu 16 atletas no período e se reconstruiu do jeito que deu? Se o período sem futebol prejudicou o entrosamento entre os jogadores do Tricolor, como explicar o desempenho de Zé Roberto, inscrito na terça-feira e autor dos dois primeiros gols da equipe visitante no Morumbi?

Independentemente de qualquer contexto, uma comparação rápida entre os dois elencos já evidencia que esta eliminação é inconcebível. É claro que o Mirassol do promissor Ricardo Catalá tem muitos méritos, mas essa história é muito mais sobre incapacidade do São Paulo do que qualquer outra coisa.

Um papelão como este coloca em xeque a ideia de continuidade que o clube decidiu abraçar para 2020 após anos e anos de mudanças constantes e geralmente desastradas no elenco, na comissão técnica e, até a chegada de Raí em 2018, na diretoria de futebol, ainda mais se levado em conta que a gestão Leco termina em dezembro, não há mais como ganhar um título antes disso (todos os campeonatos, exceto o Estadual, invadirão 2021) e a situação financeira do clube é muito ruim.

Para onde o São Paulo será conduzido agora? A prioridade será tapar os buracos no caixa e entregar um clube mais saudável financeiramente ao próximo presidente, o que significaria desmontar o elenco com vendas de jovens valores, para encher o caixa, e saída de medalhões, para enxugar a folha? Ou a ideia será disputar Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil com foco no título, mantendo a base deste elenco? E, sendo assim, será que é possível almejar algum desses troféus sem contratar mais ninguém?

Quanto ao treinador, não pareça haver muita dúvida. A diretoria mantém o seu respaldo a Fernando Diniz e não cogita substituí-lo neste momento, mas o fracasso retumbante dessa quarta-feira também coloca interrogações sobre seu trabalho – que era bom e promissor em 2020 até que as competições fossem paralisadas.

O primeiro gol do Mirassol é sintoma de equipe mal treinada. Zé Roberto se colocou na entrada da área para aguardar a cobrança de escanteio e avançou sem ser incomodado para cabecear. Não havia sequer um jogador posicionado para esperar um rebote, muito menos alguém preocupá-lo em marcá-lo. O segundo gol escancara um problema que ficou bem evidente neste retorno do Paulistão: o São Paulo joga muito exposto aos contra-ataques e precisa correr atrás do adversário, o que pode ser fatal quando um de seus laterais é Juanfran, que não tem a velocidade como principal valência (aliás, que partida terrível do espanhol!).

Já o terceiro gol, uma trapalhada generalizada protagonizada principalmente por Volpi e Arboleda, veio logo depois da substituição que já está para lá de manjada: sai um zagueiro (no caso, Bruno Alves), entra um atacante (Everton, assumindo a ala esquerda) e Reinaldo vai para a zaga. Parece ser a única alternativa encontrada pelo técnico diante da ineficiência de suas opções mais imediatas no banco, como Helinho e Hernanes.

Ofensivamente, o São Paulo voltou da pausa sendo uma equipe menos intensa, mais fácil de ser marcada. No segundo tempo, o Mirassol se retraiu em seu campo e deixou a bola com o Tricolor, que não conseguiu ser agudo em nenhum momento.

Enfim, uma atuação bizarra que escancara fragilidades em praticamente todos os setores e deixa dúvidas: será que toda a evolução mostrada pelo São Paulo entre janeiro e março foi por água abaixo e será preciso trabalhar tudo de novo? O torcedor encontrará essas respostas no Brasileirão, a partir de 9 de agosto, se ainda tiver ânimo e paciência para acompanhar o time.

 

Fonte: Lance

5 comentários em “Vexame inadmissível coloca à prova a ideia de continuidade do São Paulo

  1. Continuidade,verdade,continue colocando 5 atacantes e apenas 1 volante ,e tome 3 gols por jogo de qualquer timinho,continue achando que vai ganhar alguma coisa com essa ilusão de posse de bola ,bola parada em nosso campo o cara marca sozinho no meio da área(sequer sai do chao pra cabecear),onde já se viu um time que quer ganhar alguma coisa não deixar ninguem ali no rebote,só sendo muito amador realmente.
    Ou o Sr.Diniz evolui e passa a enxergar que se não posicionar bem as peças em campo para primeiro se defender bem para depois atacar ,ou vai passar a vida inteira fazendo raiva nos clubes onde estiver,pois esse é o básico para o futebol.Precisa ser efetivo em todos os setores do campo não apenas no ataque.
    Outra esquece esse espanhol ele ta velhinho já,não marca nem ataca,a vaga é do Igor Vinicius,e trate de colocar um 1(primeiro volante) que proteja a entrada da área,só veja o Luan com essa característica,acorda pra vida Diniz.

    • Concordo contigo,Tche não sabe e não consegue fazer essa função de proteção a zaga,o time fica vulnerável,o Luan seria uma boa por ali, mesmo com as limitações dele.

  2. O elenco é o melhor que temos nos últimos anos.
    O técnico é fraquíssimo… O pior que temos nos últimos tempos.

    Mais um erro do Leco e da Diretoria… qual a chance de dar certo???

  3. A incompetência é tanta que para o projeto de continuidade contratam um técnico que em 11 anos apenas amealhou elogios quanto a beleza de futebol que seus times apresentam, mas com resultados catastróficos e sem qualquer título. Continuidade burra, ou mau intencionada.

  4. Tem que haver uma reestruturação. Devem sair, urgentemente, Leco. Rai, Diniz, Volpi, Juanfran, Arboreda,Tche Teche,Daniel Alves, Hernanes, Vitor Bueno e Pato. Pelo o que o time está jogando é melhor dar vez a garotada.

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