Um ano após crítica de Muricy, São Paulo mantém problemas e vai mal

Fevereiro de 2015: Muricy Ramalho reclama que os jogadores do São Paulo não se falam em campo. Agosto de 2015: Juan Carlos Osorio diz que, para vencer os jogos, equipe precisa reagir mais, dar tudo de si. Outubro de 2015: Doriva repete Muricy e afirma que grupo não se fala em campo. Março de 2016: goleiro Denis diz que postura do time precisa mudar e jogadores precisam se cobrar.

Como é possível ver, entra ano, sai ano, vem treinador, sai treinador, e os problemas do São Paulo persistem. Foi a vez de o capitão Denis apontar problemas já constatados pelos últimos treinadores que antecederam Edgardo Bauza. Isso na semana do jogo que pode decidir o semestre: na quinta-feira, equipe enfrenta o River Plate (ARG) em Buenos Aires, pela Libertadores.

– Não podemos negar que tem algo errado. Queria muito saber o que se passa e arrumar. Cada jogador tem que ter sua auto-análise para render mais do que está rendendo. Jogar bem, fazer gols, defender mais. Arrumar todos os lados para nossa equipe voltar a jogar bem – afirmou.

O discurso de Denis só reforça o mistério que se tornou o São Paulo. Nos últimos anos, as respostas para os problemas e as soluções foram tão escassas quanto o futebol. No último sábado, o time deu novo vexame, desta vez para o São Bernardo: 3 a 1.

Desde o período da fala de Muricy, caiu o presidente Carlos Miguel Aidar e assumiu Carlos Augusto de Barros e Silva. Gustavo de Oliveira saiu da gerência de futebol, foi substituído por José Eduardo Chimello e retornou como diretor-executivo com a saída de Aidar. Ataíde Gil Guerreiro permaneceu como vice de futebol. Milton Cruz foi afastado dos jogos, agora em novo cargo.

No elenco, o time perdeu Rogério Ceni, Luis Fabiano e Pato, três expoentes. Recebeu Lugano e outros reforços, mas a base foi mantida. Do time que jogou sábado, sete titulares são remanescentes.

Alguns jogadores, à boca pequena, reclamam da falta de gerência da diretoria e já se queixaram de Bauza. A diretoria tenta respaldar o técnico e evitar atritos. Está faltando algo no São Paulo.

O QUE DISSERAM OS ANTECESSORES DE BAUZA

“Nossos jogadores são muito disciplinados, amigos, mas dentro de campo ninguém fala e joga muito calado. Às vezes se respeitam demais e isso não é bom. Às vezes é bom chamar a atenção dos companheiros. Isso não quer dizer que está deixando o companheiro em uma roubada”
Muricy Ramalho, fevereiro de 2015

“Se cada um jogar o que pode jogar, temos possibilidades contra qualquer time. Mas, se não assumirmos o jogo com responsabilidade e comprometimento, fica muito difícil”
Juan Carlos Osorio, agosto de 2015

“É um grupo que não fala muito. O Rogério (Ceni) que exerce a liderança, mas ele fica muito atrás, e a gente precisa ter essa comunicação. A gente tem cobrado, os atletas têm de ter essa comunicação”
Doriva, outubro de 2015

Fonte: Lance

9 comentários em “Um ano após crítica de Muricy, São Paulo mantém problemas e vai mal

  1. Apoio o comentário, abaixo, do Thal Calo!
    Com uma boa conversa e apresentação de um trabalho de longo prazo feito pelo Jardine e apoiado pela direção do tricolor; bem vendida, a ideia, aos conselheiros e torcedores para dar o devido tempo para o treinador apresentar os resultados (isso tudo pode constar no plano inicial), esta, a meu ver, poderia ser a melhor forma de uma mudança radical no time do SP, com possibilidade de uma substancial melhora no time profissional, bem como, uma forma de baratear essa folha de pagamentos com tantos com-e-dormes ganhando muito e jogando pouco. Poderiam aproveitar a ideia, no caso do time perder para o River na quinta, já que o ano, para nós são-paulinos, o ano já vai estar mesmo perdido…

  2. Eu demitiria Bauza e colocaria André Jardine para fazer um teste, já estamos praticamente fora da Libertadores e no paulista se pegar qualquer dos três grandes em semi-finais é derrota na certa.

    Aproveitava e fazia um limpeza no final do semestre.

  3. Dizem que o Messi tem Síndrome de Asperger, que é um grau leve de autismo. Ele passa o jogo inteiro calado e é o melhor o mundo. O problema desse time está nos pés e não na boca.

  4. pra voltar a ser soberano é simples

    a) vergonha na cara pra fazer seu trabalho com dignidade

    b)esquece essa impressa nojenta e essa palavra crise

    c) para de falar besteira em entrevista e treinar mais fundamentos

    pra sempre soberano

  5. O próprio Murici tem parte nesse problema levantado. A partir do momento em que se fica mais preocupado se o jogador vai fazer parte do grupo como cordeirinho e não contestar ordens bobas, ou os companheiros que optam por fazer a coisa errada dentro de campo, para não “tumultuar o ambiente”, acontece isso: um grupo muito educado, (com todos os dentes na boca, como diria o Aidar), que, com o salário em dia, nada contesta (inclusive alterações de posicionamento de jogadores com sérias consequências aos mesmos – como o Murici fez com o Jadson e o Paton, agora, com vários); que ao invés de reclamarem, aplaudem os erros de passes dos companheiros. Pior é que conseguiram “enquadrar” até o LF. Quem não lembra do Romário dando um “tranco” no seu zagueiro por erros cometidos por ele num jogo contra o SP?
    De uns tempos pra cá o SP tem mais cara de escola religiosa de boas maneiras do que de time de futebol. Melhor deixar de lado o lado educado do atleta e dar mais peso ao que ele pode fazer em campo…

  6. Achei que o Muricy fosse o vagabundo, rei dos raxões e desatualizado.

    Embora o Campeonato carioca seja uma baba, ele está acertando o Flamengo, quero só ver no final do ano, a cara dos tontos que ficaram falando horrores, quando o Flamengo estiver lutando pelo título do brasileiro, e o São Paulo capengando no meio da tabela.

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