São Paulo faz lição de casa e vence o Bahia no Morumbi

Faltaram 13 jogadores e organização ao São Paulo neste domingo. Mas o time tinha o que foi necessário para vencer o Bahia no Morumbi: o oportunismo de Luis Fabiano. Com um gol do centroavante, a equipe ganhou por 1 a 0 e conquistou sua primeira vitória no Campeonato Brasileiro.
Sem quatro titulares e dificuldades até para encher seu banco de reservas, o Tricolor paulista não conseguiu impor um ritmo regular ou dominar o confronto por bastante tempo. Aos 12 minutos do segundo tempo, porém, um cruzamento errado de Piris e um chute de Osvaldo bloqueado pelo goleiro Marcelo Lomba deram o rebote que Luis Fabiano precisava para balançar as redes.
O gol minimizou os prejuízos da equipe que não pôde escalar Bruno Uvini, Casemiro e Lucas, que estão na Seleção Brasileira, João Felipe, Henrique Miranda e Ademilson, que compõem a Seleção sub-20, Rogério Ceni, Douglas, Rhodolfo, Wellington, Fabrício e Cañete, vetados pelos médicos, e João Filipe, que foi ao Rio de Janeiro acompanhar o filho doente. Os nordestinos atuaram sem Coelho, Morais e Souza, machucados, e Gabriel, com virose.
O Tricolor paulista, que somou seus primeiros três pontos nesta edição da liga nacional, agora terá tempo para solucionar alguns de seus problemas: o próximo jogo será só em 6 de junho, contra o Internacional, no Rio Grande do Sul. Já o Bahia, dono de um ponto em duas rodadas, atua também no próximo dia 6, quando visitará o Atlético-MG.
O jogo – Diante de tantos desfalques, Emerson Leão optou por fazer o simples: abriu mão de sua ideia de mandar a campo uma equipe ofensiva e manteve o esquema tático com quatro jogadores no meio-campo e um velocista destro ao lado de Luis Fabiano. Assim, Maicon e Rafinha entraram na equipe.
Mas a dificuldade em repor a saída de quatro titulares ficou clara no início do primeiro tempo. Cícero mal subia ao ataque para ajudar Denilson na marcação e Maicon demorou a se encontrar em campo, complicando até o posicionamento de Jadson. Já Rafinha levou mais tempo ainda para mostrar as mesmas arrancadas dos treinos.
O Bahia veio preparado para coibir as jogadas são-paulinas pelas pontas e teve dois volantes de origem nas laterais, e Fabinho, ex-Corinthians, soube coibir qualquer tentativa de Cortez. Desta forma, a única alternativa de ataque era Piris, que sempre aparecia livre. E sempre, sem exceção, errou em seus cruzamentos.
Ao ver sua marcação prevalecer, o time nordestino se sentiu à vontade para avançar. Magno, o responsável por buscar a bola com os volantes e levá-la ao ataque, jogava em cima de Piris e tinha facilidade para o seu trabalho. Aos poucos, foi colocando Lulinha e o centroavante Junior no jogo, cada vez mais perto do gol de Denis.
Até que, aos 13 minutos, Rafinha resolveu atuar como nos treinos ao buscar uma bola que estava com Piris e arrancar até deixá-la para Luis Fabiano bater com perigo. O meia-atacante passou a jogar como Lucas e o Tricolor paulista iniciou um momento de pressão, acuando o adversário em sua área.
Nestes minutos, Rafinha jogou também pela esquerda, Jadson teve a liberdade que gosta para tocar curto em todos os cantos e até Maicon se encaixou. Mas não de maneira eficiente. O meia que gerou o quarto gol do Botafogo no domingo passado deu um bom chute defendido por Marcelo Lomba, aos 16, e, no minuto seguinte, estava debaixo da trave ao desperdiçar excelente cruzamento de Rafinha.
Aos 27, foi a vez de Luis Fabiano desperdiçar na área excelente lançamento de Jadson e, dois minutos depois, reclamar demais ao cobrar um pênalti que cavou. O destempero do capitão retomou a desorganização da equipe, que terminou o primeiro tempo agradecendo Denis – o goleiro evitou gol de Lulinha, que caminhava livre na intermediária.
Leão, então, retomou sua ideia inicial. Sacou Maicon e desistiu de Rafinha para explorar mais as pontas com Osvaldo pela direita e Fernandinho pela esquerda. Já Paulo Roberto Falcão parecia não acreditar em mudança e trocou o volante Hélder pelo mais ofensivo Gerley na lateral esquerda. Acabou dando o espaço que Osvaldo precisava.
Por estar mais aberto, o São Paulo proporcionou campo para Lulinha e Junior assustarem Denis, mas tinha a movimentação que faltou para abrir o placar no primeiro tempo. Até a sorte mudou. Tanto que, após cruzamento errado de Piris, um rebote de Osvaldo terminou em gol de Luis Fabiano, aos 12 minutos.
Depois disso, contudo, Osvaldo sumiu, assim como a presença são-paulina no ataque, até porque Fernandinho só foi percebido ao ser anunciado no sistema de som. Aos poucos, o Bahia voltou a poder trocar passes em seu campo ofensivo, e Falcão percebeu isso ao colocar Ciro e Rafael na frente.
As tentativas do ex-volante, contudo, não deram resultado. O São Paulo soube reconhecer suas limitações e passou a marcar em busca de uma bola roubada que pudesse ser entregue a seus velozes pontas. Assim, até balançou as redes com Osvaldo, aos 31 minutos, mas o gol foi anulado por impedimento.
Nos acréscimos, ainda houve tempo para Denis salvar o São Paulo em chuta de Fahel e Osvaldo acertar a trave. Mas não havia mais qualidade para mais gols na noite deste domingo no Morumbi.

FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 1 X 0 BAHIA
Local: estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 27 de maio de 2012, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília)
Público: 9.729 pagantes
Renda: R$ 261.996,00
Árbitro: Wagner Reway (MT)
Assistentes: Bruno Boschila (PR) e Marrubson Mello Freitas (DF)
Assistentes adicionais: Wagner dos Santos Rosa e Antonio Frederico de Carvalho Schneider (ambos do RJ)
Cartões amarelos: Luis Fabiano e Denilson (São Paulo)
Gol:
SÃO PAULO: Luis Fabiano, aos 12 minutos do segundo tempo
SÃO PAULO: Denis; Piris (Rodrigo Caio), Paulo Miranda, Edson Silva e Cortez; Denilson, Cícero, Maicon (Fernandinho) e Jadson; Rafinha (Osvaldo) e Luis Fabiano
Técnico: Emerson Leão
BAHIA: Marcelo Lomba; Fabinho, Rafael Donato, Titi e Hélder (Gerley); Fahel, Diones, Magno (Ciro) e Zé Roberto; Lulinha e Junior (Rafael)
Técnico: Paulo Roberto Falcão

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