São Paulo decide rescindir contrato de Jean, preso nos EUA

Horas depois da prisão do goleiro Jean nos EUA, acusado de agredir a esposa, o São Paulo decidiu pela rescisão de contrato do jogador – que era válido até dezembro de 2022.

A diretoria do São Paulo está reunida neste momento para discutir como será feito juridicamente o rompimento do vínculo de Jean. O clube também planeja publicar uma nota de repúdio às agressões. O goleiro foi contratado do Bahia no fim de 2017.

Jean agrediu a esposa Milena Bemfica com oito socos e foi algemado pela polícia, de acordo com a declaração de prisão registrada pelo Xerife do Condado de Orange, na Florida. O Globo Esporte teve acesso ao documento que detalha o episódio (veja abaixo).

Documento na polícia americana que reporta o caso de agressão de Jean a sua esposa Milena Bemfica nos Estados Unidos — Foto: GloboEsporte.com

Documento na polícia americana que reporta o caso de agressão de Jean a sua esposa Milena Bemfica nos Estados Unidos — Foto: GloboEsporte.com

Nesse momento, o documento, baseado no relato de Milena, aponta que Jean seguiu a esposa e a puxou para a cama, onde subiu em cima da mulher e deu três socos no rosto dela. Depois, segundo o registro, o goleiro acertou outros cinco golpes na esposa.

O documento também relata que Milena pegou uma chapinha de cabelo para se defender e com o objeto feriu Jean em ato de legítima defesa. A chapinha quebrou ao atingir a cabeça de Jean.

O registro tem tarjas em informações consideradas confidenciais – entre elas, todo o relato de Jean feito ao policial no local do crime.

O policial que atendeu a ocorrência encaminhou Jean para a penitenciária do Condado de Orange e não apresentou acusações contra Milena, por entender que ela agiu em legítima defesa.

Jean está preso nos Estados Unidos e sua ficha já aparece no sistema do Departamento de Correções do Condado de Orange, na Florida (veja abaixo).

Jean, goleiro do São Paulo, é preso na Flórida acusado de violência doméstica — Foto: Reprodução

Jean, goleiro do São Paulo, é preso na Flórida acusado de violência doméstica — Foto: Reprodução

Veja a tradução do documento

“Em 18 de dezembro de 2019, aproximadamente às 4h35, eu, Xerife Adjunto Edgar Castillo fui acionado por causa de um caso de violência doméstica. Eu encontrei com (…) e Jean Fernandes. Jean foi considerado o agressor e preso por violência doméstica.

Então eu falei com (…), que me disse tanto verbalmente quanto num testemunho escrito, sob juramento. (…) disse que ela e Jean estavam discutindo no quarto e ela estava tentando acalmar Jean porque (…). Eles foram ao banheiro discutir, mas (…) quis ir para a cama. Quando (…) foi para cama, Jean a seguiu e a empurrou na direção da cama. Ele então subiu nela e deu três socos no rosto dela. (…) Me disse que ela pegou a chapinha e acertou Jean na cabeça como autodefesa. A chapinha quebrou quando acertou a cabeça de Jean. Os dois ficaram de pé, e Jean continuava sendo agressivo com ela. Jean então partiu para cima dela de novo, então ela arremessou a chapinha nele, acertando-o na perna e cortando-a.

(…) recebeu atenção médica no local, e Jean foi levado ao Dr. Phillips hospital para ter seus ferimentos tratados. Baseado na minha investigação, além de depoimentos e observações na cena, estabeleci como provável acreditar que Jean foi o agressor primário no incidente e intencionalmente causou ferimentos no corpo de (…). Porque Jean e (…) constitui violência doméstica. Além disso, os ferimentos que Jean recebeu foram de (…) agindo em autodefesa, e a ela não foi imputado nenhum crime. Jean foi transportado para a Prisão de Orange County sem incidentes. Ele não quis notificar o Consulado Brasileiro.”

Os próximos passos

Segundo o advogado brasileiro Alvaro Gubert, que atua no estado americano, em casos semelhantes a justiça americana determina um valor de fiança a ser pago pelo acusado. O valor geralmente varia de US$ 1,5 mil (cerca de R$ 6 mil) a US$ 5 mil (R$ 20 mil), segundo o advogado, a depender do pedido da promotoria, que leva em consideração o tipo de crime, a violência empregada e a condição econômica de quem está preso.

Advogada especializada em direito de imigração e professora doutora de direito nos Estados Unidos, a brasileira Flávia Santos Lloyd explicou que é provável que uma fiança seja estabelecida para Jean sair da prisão, pois ele é réu primário.

Neste momento, segundo Flávia, o caso está na esfera criminal. Dependendo da gravidade da acusação e dos códigos nos quais Jean for enquadrado, a imigração pode ou não entrar no caso, o que elevaria a questão para esfera federal.

– Nesse caso, a imigração pode mandar uma notificação de que há uma audiência. Se ele estiver em custódia criminal vai para a outra (de imigração). Caso tenha voltado ao Brasil, ele pode avisar ao juiz que já saiu do país (e um advogado seria o responsável por defendê-lo nos Estados Unidos) – disse a advogada Flávia Santos.

A condenação prevê pena de prisão, mas é comum que a pena seja convertida em prestação de serviços à comunidade – podendo, inclusive, ser cumprida no Brasil.

Fonte: Globo Esporte

9 comentários em “São Paulo decide rescindir contrato de Jean, preso nos EUA

  1. Foi um erro tê-lo contratado pelo valor pago. Agora se tornou mais um problema. Tô tentando puxar aqui pela memória jogadores contratados junto a Bahia e Vitória que deram certo. Bobô é um dos casos mais emblemáticos. E recentemente Jean, Trellez, Wiliam Faria…

  2. Tudo bem, a mim o rapaz sempre se mostrou desequilibrado; agora, o que dizer do Rai que o contratou como se fosse o Gilmar dos Santos Neves, com valores completamento fora da realidade e sem saber o perfil do atleta???
    Mais uma por conta do “nosso” ídolo . . .

  3. Quem vai pagar a conta??? O prejuízo com a rescisão é do SPFC… porque não esperar pelo menos o fim do caso… mulher que se aproxima de jogador de futebol nunca é santa… logo… melhor esperar o fim do inquérito.

    Sempre devemos ter cuidado com as finanças do clube!

  4. A diretoria teve 2 oportunidades claras pra se livrar do Jean. Na primeira ele brigou com o Sidao (na época capitão do time), na segunda demonstrou seu desvio de conduta ao brigar publicamente com um superior, no caso o Mancini.

    Nesses dois episódios a diretoria passou a mão na cabeça do jogador… falta pulso para a diretoria. Tele nunca, jamais, teria aceitado a reintegração do Jean depois de brigar com o coordenador técnico.

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