“Reforços indesejados” estão no epicentro da crise entre Dorival e SP

Depois de derrotas seguidas para Santos e Ituano, Dorival Júnior virou alvo em meio a uma nova turbulência do São Paulo. O técnico ficou exposto, recebeu cobranças da diretoria por desempenho e resultados e também externou suas insatisfações. Segundo apuração com pessoas próximas, uma delas está nas contratações de Nenê e Tréllez, consideradas por ele desnecessárias e um empecilho para o desenvolvimento de jovens. Mesmo assim, nos últimos jogos, preferiu usar esses reforços “indesejados” em vez dos garotos.

Esse movimento que soa contraditório causou questionamentos sobre uma suposta ingerência da diretoria na hora de escalar o time, forçando a entrada dos atletas. O cenário foi rechaçado pelo próprio Dorival. Diretor-executivo de futebol, Raí fez questão de ressaltar, em entrevista ao Globoesporte.com, a “confiança” e a “autonomia” no trabalho do técnico. Então, por que Nenê foi titular em todas as partidas desde que chegou? E Tréllez, por que furou a fila de Brenner como centroavante reserva?

A ideia era mostrar, na prática, que os jogadores escolhidos não se encaixam no perfil do time, deixando o time mais lento e engessado. Na visão do treinador, não dar uma chance aos recém-contratados aumentaria a pressão no São Paulo, o que ajuda a complementar a explicação. Se mantivesse Shaylon como titular e deixasse Nenê no banco, havia o temor de que o jovem, que ainda não convenceu, fosse engolido por críticas da torcida e da imprensa e pela sombra do veterano contratado do Vasco. O mesmo se aplica à concorrência Tréllez-Brenner, embora o ex-centroavante do Vitória cause muito menos barulho do que o próprio artilheiro badalado de Cotia.

Dorival sempre foi apontado como um profissional respeitoso, que não entra em conflito com os superiores e evita reclamações. Quando perdeu Hernanes e Pratto, por exemplo, encarou com naturalidade e mostrou discurso de “arregaçar as mangas e trabalhar com o que tem”. A contradição, ou o limite da paciência do técnico, é que agora ele admitiu desagrado com as contratações que não estavam em seus planos.

Com Diego Souza, Jean e Anderson Martins, houve consenso. Valdívia era um pedido do treinador. Gabigol também era um ponto comum, mas o Santos foi mais eficiente nas negociações. Dorival ainda sugeriu Robinho, rejeitado por razões institucionais: o São Paulo não quis negociar com o jogador, condenado por violência sexual na Itália.

O discurso de diretoria e comissão técnica já esteve alinhado quanto à confiança de que os jovens podem render. A presença dos garotos promovidos entre 2017 e 2018 era vista como solução para evitar gastos em negócios periféricos e ainda valorizar o que é produzido em Cotia. Brenner e Shaylon começaram jogando bastante, mas passaram a entrar cada vez menos e com tempo limitado. Outros, como Paulinho Boia e Caique, aparecem e somem como alternativas. Já Paulo Henrique e Pedro Augusto jogaram só na estreia e revezam no banco de reservas.

A diretoria, obviamente, nega que contrate alguém com a obrigação de jogar e apresenta argumentos para a situação de Nenê. Foi uma oportunidade de negócio, sem custos, de salários compatíveis à realidade do clube e que surgiu no momento em que Christian Cueva recebeu proposta para sair e se rebelou por ficar na reserva. Se o peruano fosse caso perdido e saísse, ter um nome de peso como Nenê seria uma forma de amenizar os prejuízos para o elenco e acalmar a torcida com uma reposição rápida.

Com a reunião de quinta-feira, diretoria e Dorival puderam jogar limpo, abrir o jogo. Isso pode dar fôlego ao treinador, que se sentirá mais seguro para retomar suas convicções e seus ideais de futebol. Para os dirigentes, principalmente com o posicionamento de Raí, é uma chance de mudar o histórico recente de trocas constantes no comando da equipe, de provar que o respaldo não é raso. O diálogo apareceu como caminho para quebrar os paradigmas do clube. Pelo menos até a página dois.

 

Fonte: Uol

7 comentários em ““Reforços indesejados” estão no epicentro da crise entre Dorival e SP

  1. TÉCNICO TEM QUE TER PULSO,UM ASSISTENTE A ALTURA,NADA DE NHENHEN,É UM FUNCIONÁRIO BEM REMUNERADO,TEM QUE TER METAS,FALAR MENOS,E MOSTRAR MAIS EFICIÊNCIA NO CAMPO.É O MASTER CHEF,COLOQUE OS INGREDIENTES(JOGADORES) NA COZINHA(GRAMADO) E SE VIRE,CASO CANTRÁRIO É ELIMINADO,E SEM TEMPERO DE APADRINHAMENTO CASO CONTRÁRIO A CASA FECHA,É O QUE ESTÁ ACONTECENDO NO MORUMBI.MAS MUITA ATENÇÃO,A MATÉRIA PRIMA PARA RECHEAR A MESA TEM QUE SER SADIA(PACOTE DE VÉIOS NÃO DÁ).ATÉ QUANDO VAMOS TOLERAR ESTES PAPOS FURADOS,JOGADORES SEM RÍTIMO,CUEVA JOGANDO DE BEQUE(1.65),DIEGO SOUZA DE 9,ESTÁ APARECENDO UM CIRCO,E OS PALHAÇOS É A TORCIDA,FORA TRIO ,RAÍ/RICARDO ROCHA/LORIVAL JUNIOR,E QUE VENHA “LUXA”.EM UM MÊS ESTES PERNAS DE PAUS ESTARÃO VOANDO NA BARRA FUNDA,SE NÃO SERÃO FRITADOS.LUXA DEVERÁ TRAZER UMA ENFERMARIA PARA CURAR ESTA SONOLENCIA GENERALIZADA NO ELENCO TRICOLOR.PREPARO FÍSICO DESDE 2017 ESTÁ NA COLA DO BICHO PREGUIÇA,E TÁ BICHINHO LERDO(COITADA) PARA SER COMPARADA.FINALIZANDO,FERROVIÁRIA A VISTA,DEVERÁ SER O TESTE FINAL,VAMOS VER ATÉ QUANDO A BARRIGA AGUENTA EMPURRAR !!!!

  2. O Dorival escalou o time desse jeito pra mostrar que não da certo??? Conta outra…

    Ele errou e armou mal o time. Precisa saber extrair o melhor dos jogadores, o Nenê de ponta esquerda? É óbvio que não vai render…

  3. Tá certo que o Dorival não está conseguindo fazer esse time deslanchar. Mas me diga, qual técnico nos últimos anos conseguiu essa proeza? Nem mesmo o próprio Muricy Ramalho conseguiu extrair algo bom nesse time ultimamente. E isso devesse não somente por falta de técnico competente porque por lá já passaram dezenas mas devesse principalmente pelo fato dessa diretoria imaginar que sabe mais que quem está dentro de campo! Nos últimos anos tem sido assim, eles contratam quem eles bem entendem sem o aval do treinador e o treinador por se tratar de estar no “São Paulo clube soberano” fica com resseio de bater de frente com os cartolas uma vez que contrataram Lugano e Miranda e obtiveram sucesso, imaginam eles que todas as suas escolhas são inteligentes SQN! Hoje estamos vendo ano após ano verdadeiros desmanches e rios de dinheiro desperdiçados por falta de profissionalismo. O time de Itaquera tem se dado bem nos últimos anos porque aprendeu a contratar. Já nós vamos orar esse ano pra não cair!

  4. O fecho que o escriba deu à matéria soa como a mensagem mais importante dela: o diálogo do Rai com DoriMal serviu para quebrar paradigmas…. certo? Não, como ele mesmo deixa registrado, “PELO MENOS ATÉ A PÁGINA 2”, e cá para nós, a página 2 é a imediatamente seguinte…e pior, ou melhor, a leitura da página 1 já está na última linha.

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