Pablo evidencia obsessão por gols e diz: ‘Bonito mesmo é vencer’

Em oito minutos de conversa com a reportagem do LANCE!, Pablo pronunciou 18 vezes a palavra “gol”. Marcar gols é uma obsessão não só do atacante de 27 anos, que fez um na vitória sobre o Água Santa e passou os outros quatro jogos de 2020 em branco, mas de todo o São Paulo, que inicia a sexta rodada do Paulistão fora da zona de classificação mesmo sendo a equipe que mais cria na competição (100 finalizações, sendo 39 na direção certa, das quais seis acabaram convertidas em gol).

Titular em todas as partidas da temporada até aqui, Pablo tem atuado pelos lados – Pato tem sido o centroavante – e briga para se manter na equipe mesmo com Antony de volta da Seleção Brasileira sub-23. Para o clássico contra o Corinthians, às 19h deste sábado, no Morumbi, o camisa 9 é favorito a começar jogando, com o garoto possivelmente no banco.

– A gente tem que fazer gols, é isso que esperam da gente. Conversamos muito entre nós, sabemos que estamos criando muitas ocasiões e temos que caprichar no detalhe final, na finalização. Óbvio que em algumas jogadas os goleiros fazem milagres e acho que as pessoas têm que ter essa noção. Contra Novorizontino, Ferroviária e Santo André os goleiros defenderam bolas incríveis. Minhas, do Pato, do Vitor, do Hernanes, do Dani… Acho que temos que finalizar com um pouco mais de carinho para a bola entrar e a gente sair comemorando – disse o jogador, que acrescentou:

– E a questão não é só o gol, a questão é vitória. O que adianta fazer um grande jogo e perder? Você tem que vencer a partida. Óbvio que é muito mais bonito você vencer fazendo um grande jogo, dando espetáculo para o torcedor, para eles verem que a equipe joga de maneira muito sincronizada, muito compacta, com trocas de passes… Mas bonito mesmo é vencer a partida. Para demonstrar o que a gente vem fazendo nos treinos, o trabalho do Fernando, a gente precisa vencer. Esse é o grande lance: fazer os gols para vencer a partida.

Pablo foi o artilheiro do São Paulo em 2019, mas não ficou satisfeito com a quantidade de gols (foram sete). Em 2020, embora já tenha dito que a meta principal é não se machucar, ele tem trabalho para aumentar o número: é o atleta que mais finaliza no Paulistão, com 20 tentativas, sendo oito na direção certa. O vice-líder, de acordo com o Footstats, é Dani Alves: 17 finalizações, sendo sete certas.

Veja outras respostas de Pablo na entrevista exclusiva:


LANCE!: Como você está se sentindo fisicamente? Após um ano com três lesões sérias, você tem conseguido treinar e jogar.

Pablo: Eu estou muito feliz por conseguir jogar essas partidas consecutivas, ter essa sequência. Ano passado foi muito difícil, eu não conseguia voltar a estar 100%. Quando consegui, tive uma outra lesão em seguida, que foi naquele jogo contra o Palmeiras. Graças a Deus passou. Estou muito bem, 100% recuperado. Acho que o nível técnico tem que melhorar a cada treino, a cada jogo. Tenho que render mais, tenho que ajudar mais meus companheiros, e é isso que eu espero para o ano. Ajudar, contribuir para o São Paulo voltar para o lugar de onde nunca deveria ter saído.

Você encontrou respostas para tantos problemas físicos em 2019?

Eu tive duas lesões de fatalidade (na coluna e no tornozelo) e uma por não estar nas minhas condições físicas ideais (no adutor), então não tem muito o que ficar relembrando, buscando memórias que não são boas, que são tristes. Na verdade, temos que procurar as coisas legais que a vida dá, não as coisas que ela tira. Foram fatalidades que passaram. E estou muito feliz que passaram.

No São Paulo, é uma novidade ver você jogando fora da área e não como centroavante. Mas não é uma novidade na sua carreira. Você prefere atuar assim ou como 9?

O Fernando sabe onde eu posso ajudar, onde posso contribuir com o time, sabe que tenho essa característica tática de ajudar muito na marcação. Jogar do lado, como já joguei em anos anteriores, não é novidade. Quando você está jogando centralizado, você fica com aquele negócio: tenho que fazer gol. Quando você está jogando pelo lado, você não tem só que fazer o gol, tem que ajudar, tem que fazer várias outras funções, dar assistência. Ali de “9” é a posição em que fico mais à vontade, mas o Fernando sabe como posso ajudar, e eu estou tentando ajudar da melhor maneira possível quando jogo de extremo.

Jogar ao lado do Pato, que não é um centroavante pesado, facilita para você nessa “nova” função?

Ele é um craque, um cara que tem um potencial incrível, é muito fácil jogar junto com ele. Quando nós dois jogamos, a gente se reveza. Eu estou ficando mais de extremo, mas a gente troca durante o jogo. Espero que os gols possam sair e ser válidos das próximas vezes, que possamos fazer cada vez mais gols, porque somos cobrados para fazer gols e é o que a gente mais quer.

Será o seu primeiro jogo contra o Corinthians no Morumbi. Dá uma sensação diferente?

É clássico, o Corinthians vem de uma desclassificação e provavelmente vai entrar com a faca entre os dentes. A gente também tem que entrar assim. A gente sabe que o Corinthians está jogando de uma maneira totalmente diferente do que jogava, propõe mais o jogo, quer ficar mais com a bola. Só que a gente vai estar jogando em casa, diante do nosso torcedor, em um campo que a gente gosta muito de jogar, que é o do nosso estádio, então a gente tem que se impor, ter o controle do jogo, fazer gols e vencer. É isso que todos querem, os jogadores, a comissão técnica, a diretoria e a torcida. Todos querem essa vitória nesse clássico. A gente sabe que pode melhorar a cada jogo, a cada treino, e é isso que temos que fazer.

O Corinthians vem em situação muito semelhante à do São Paulo em 2019: eliminado da Libertadores com um Majestoso como visitante logo na sequência. No ano passado, você fez gol em Itaquera, mas o São Paulo perdeu. Quais são as lembranças daquele dia?

A lembrança que eu tenho é triste. Fazer gol em uma derrota não vale de nada. Espero que nesse jogo a lembrança seja feliz. Que a gente possa sair com a vitória, com gol meu ou não.

 

Fonte: Lance

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