No banco, Ganso viverá situação incomum ao voltar à Vila Belmiro

Condição não usual em sua carreira, a reserva será tormento ainda maior para Paulo Henrique Ganso no domingo. Agora são-paulino, ele voltará à Vila Belmiro pela primeira vez desde a polêmica saída do Santos e não deve começar o clássico do Campeonato Paulista como titular, sofrendo ainda mais com insultos e protestos da torcida local pela proximidade com o banco.

A perseguição dos santistas começou bem antes de a transferência se concretizar. Chamado de mercenário por alguns quando ainda vestia a camisa alvinegra, o jogador se despediu sob chuva de modas, o que leva a crer que, trajando uniforme tricolor, certamente será alvo de novas ofensas em seu retorno ao estádio. Mais até do que quando entrar em campo, o que pode não ocorrer, já que, na derrota de quarta-feira para o Bolívar, em La Paz, não atuou nem um minuto.

Sergio Barzaghi/Gazeta Press

No banco do Morumbi, Ganso já sorriu; na ex-casa Vila Belmiro, ambiente promete ser outro

Ganso sabe que o banco de reservas na Vila não é muito agradável aos visitantes em situações como a que viverá no domingo. Fica bem ao lado dos camarotes térreos e abaixo das cadeiras sociais, protegido por telas de acrílico. No ano passado, o corintiano Tite ficou “p… da vida” por ter recebido cusparadas nas costas durante o jogo todo. Envergonhado pela reclamação do treinador adversário, o presidente do Santos, Luis Alvaro Ribeiro, pediu educação a seus torcedores.

O comportamento de Laor neste reencontro com Ganso, a propósito, desperta curiosidade. O mandatário o considerava um filho antes de romper relações pelas seguidas recusas do jogador às ofertas de valorização e suas mostras de insatisfação por não conseguir deixar o clube. Chegou a dizer, mais tarde, que seu ex-10 tinha um “problema incurável”, mas evitou novas polêmicas, desejando-lhe sorte.

Perguntado no sábado passado sobre o clássico, o meia não externou preocupação com a reação dos velhos conhecidos. “Estou pronto (para voltar à Vila). Respeitei muito o Santos, clube que me lançou para o futebol. Sou muito grato àquela equipe, mas, quando estiver lá, vou ter que fazer meu trabalho”, falou, após a vitória dos reservas sobre o Atlético Sorocaba, na qual fez seu primeiro gol em oito jogos.

Com a camisa santista, a qual usou profissionalmente entre 2008 e 2012, foram 162 partidas e 36 gols, além de seis títulos (três edições do Campeonato Paulista, Copa do Brasil, Libertadores e Recopa Sul-americana). Estatísticas que encantaram a torcida alvinegra, mas não impedirão que ela pegue no pé de um dos principais craques da história do clube ao revê-lo de perto, defendendo as cores de um clube rival.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

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