Irritado por ver o São Paulo não vencer, Ceni supera dor causada por avião e ignora Carnaval

O que leva um profissional, que já amealhou uma fortuna e tem idade avançada para a sua função, a desprezar uma merecida folga e trabalhar pesado em pleno sábado de Carnaval? No caso de Rogério Ceni, ele é um seguidor da máxima “se você quer que façam algo bem feito, faça você mesmo”. Irritado por ver o São Paulo ficar três jogos sem vencer (derrotas para Bolívar e Santos e empate com a Ponte Preta), o goleiro superou uma bursite (inflamação) no seu ombro esquerdo – que o tirou dos dois últimos jogos tricolores – e ignorou o descanso que o técnico Ney Franco deu aos titulares são-paulinos para o duelo diante do Guarani, neste sábado, às 16h20, em Campinas.

 Assim como os outros dez jogadores titulares, Rogério estava liberado da partida pela sétima rodada do Campeonato Paulista para poupar-se para a estreia tricolor na segunda fase da Libertadores, na próxima quarta-feira, contra o Atlético-MG, em Belo Horizonte. Mas o arqueiro, que nem precisaria fazer um treino leve neste sábado pela manhã, no CT da Barra Funda, como os demais titulares farão, só aceita ficar fora quando está com alguma lesão ou sentindo muita dor.
“Para o Rogério não tem time reserva ou Carnaval. Se ele está bem fisicamente, ele joga. E ele demonstrou muita confiança para participar do jogo contra o Guarani e quis ir mesmo podendo ser poupado. Ele acha que o São Paulo não pode ficar três jogos sem vencer, ficou irritado com isso e quer uma vitória antes do jogo pela Libertadores”, disse o preparador de goleiros do São Paulo, Haroldo Lamounier, ao UOL Esporte.
De acordo com Haroldo, Rogério também decidiu jogar, pois é uma oportunidade de ganhar ritmo de jogo antes do duelo com o Atlético-MG e provar que está livre das dores geradas pela bursite, que, segundo o preparador, foi culpa das desconfortáveis poltronas do voo que trouxe a delegação do São Paulo da Bolívia, onde o time perdeu por 4 a 3 para o Bolívar, no último jogo de Ceni neste ano.
“Ele disse que será importante para ganhar ritmo para o jogo com o Atlético-MG e se livrar das dores que o fizeram ficar dois jogos fora. Durante o voo de volta da Bolívia, o Rogério se queixou de ter ficado numa posição desconfortável no avião, por causa da poltrona e isso gerou a inflamação no ombro, a bursite”, explicou Lamounier.
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No Paulistão de 2007, Muricy recebeu das mãos do capitão Rogério Ceni a camisa comemorativa de 200 jogos pelo São Paulo Mastrangelo Reino/Folha Imagem
Há dez anos trabalhando diariamente com Rogério Ceni no clube do Morumbi, Haroldo garante que o fato de o capitão tricolor já ter 40 anos de idade não significa que ele vá começar a passar mais tempo no departamento médico do que em campo.
“O Rogério está muito mais cuidadoso na sua preparação física para evitar lesões. Ele é o primeiro jogador a chegar no clube e logo vai para o Reffis, fazer fortalecimento muscular, principalmente no tornozelo esquerdo (operado em abril de 2009) e no ombro direito (operado em janeiro do ano passado)”, disse ele. “Depois do Reffis, ele vai fazer o trabalho de campo e aguenta tanto quanto os meninos de 20 e poucos anos”, emendou o preparador de goleiros, citando os reservas Denis, Léo e Leonardo, de 25, 22 e 20 anos de idade, respectivamente.
Liderado por Rogério, o time reserva tricolor ainda contará com Paulo Henrique Ganso. O meia terá mais uma chance de desencantar com a camisa que veste desde novembro do ano passado. “Não importa se é o time titular ou reserva, o São Paulo tem sempre que vencer. Nós vamos defender com muita vontade esse manto para, com a ajuda do Rogério, do Ganso e de todos os outros, acabarmos com essa sequência sem vitórias”, falou o volante Rodrigo Caio.
Pelo lado do Guarani, o destaque é o técnico Branco. Integrante da seleção brasileira que conquistou o tetracampeonato mundial, em 1994, o ex-lateral esquerdo fez a sua estreia na equipe campineira na quarta rodada do Paulistão. Desde então, foram duas derrotas, para Bragantino (3 a 1) e Botafogo-SP (3 a 1) e uma vitória, pelo mesmo placar, sobre o São Caetano, na última quarta-feira, em Campinas.
Apesar de o São Paulo não estar com força máxima, Branco encheu a bola da equipe que ele enfrentará. “O São Paulo tem um plantel tão qualificado que qualquer jogador atuaria em qualquer clube do futebol brasileiro. Caso seja necessário, mudaremos algum posicionamento com cinco, dez minutos de jogo”, disse o camisa 6 do Brasil na Copa de 94.
FICHA TÉCNICA – GUARANI X SÃO PAULO 
Local: Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas (SP)
Data: 9/2/2013, sábado
Horário: 16h20
Árbitro: Luiz Vanderlei Martinucho
Assistentes: Humberto Lellis Talarico Leite e Alex Ang Ribeiro
GUARANI: Juliano; Tiago Pagnussat, Thiago Matias e Max; Oziel, Ademir Sopa, Coutinho, Thiago Gentil e Diogo; Ronaldo Mendes e Siloé
Técnico: Branco
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Paulo Miranda, Rafael Toloi, Edson Silva e Carleto; Rodrigo Caio e Maicon; Cañete, Paulo Henrique Ganso e Ademilson; Aloísio
Técnico: Ney Franco
Fonte: Uol

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