Ingressos de venda proibida são comercializados no Morumbi

Os cambistas já são figuras conhecidas na porta dos estádios brasileiros, mas um caso ocorrido na última terça-feira, no Morumbi, chamou a atenção.

O São Paulo venceu o Bahia por 2 a 0, pela Copa Sul-Americana. Nos arredores do local, os cambistas ofereciam ingressos. Porém, ao lado da bilheteira próxima do portão 05, alguns tinham em mãos bilhetes que são cortesia.

Os ingressos para o Setor Premium Plus do Morumbi, no térreo, são comercializados somente via internet, com a compra por meio de cartão de crédito. Uma outra maneira de assistir à partida deste lugar é ganhando estes ingressos. Alguns deles são entregues a jogadores, sócios do clube e conselheiros.

Marcel Merguizo/Folhapress
O ingresso cortesia que foi comercializado na frente do estádio do Morumbi
O ingresso cortesia que foi comercializado na frente do estádio do Morumbi

A venda destas cortesias é proibida. Entretanto, na noite desta terça-feira, estes ingressos foram livremente comercializados por cambistas.

O torcedor João Ricardo Oliveira comprou um destes ingressos por R$ 80 e relatou àFolha momentos antes da partida.

“Queria comprar um lugar legal, tipo cadeira na arquibancada do meio do estádio. Um homem aparentemente bem vestido me ofereceu esta entrada bem ao lado de uma das bilheterias. Como estava com pressa, acabei comprando. Quando entrei, achei um pouco estranho, mas permaneci no local”, relatou.

A surpresa do torcedor foi porque o local que foi destinado era uma área mais reservada onde havia alguns kits lanches – assim chamados pelo site do São Paulo.

A reportagem então foi até o local e comprou um destes ingressos por R$ 40, na alegação de que na bilheteria o valor seria este devido ao desconto pela carteira de estudante.

SÃO PAULO

Com a foto do ingresso em mãos, o São Paulo iniciou uma investigação.

Em entrevista à Folha, o vice-presidente Social e de Esportes Amadores do clube, Roberto Latel, afirmou que já sabe de quem partiu a cortesia.

“Há uma numeração no ingresso que permite identificar a quem foi entregue. Posso garantir que este, especificamente, não saiu das mãos de jogador e até já houve uma conversa com a pessoa que o repassou”, disse.

Roberto ainda acrescentou que o São Paulo pretende acabar com esta prática, principalmente, quando envolver este tipo de ingresso de venda proibida.

“Nós vamos investigar. Cada vez mais o cerco vai se fechar. Sabemos que é difícil fechar totalmente, por isso, trabalhamos de várias formas para que o torcedor não compre das mãos de cambistas”.

O vice ainda afirmou que a culpa pode também não ser das pessoas que ganham estes ingressos; que eles podem ser repassados para terceiros.

“Não tenho como provar se e como foi parar na mão de cambista. Se você entrega para um jogador e ele repassa para um amigo, por exemplo, não dá para saber o que o amigo fará com o ingresso”.

Com a divulgação do caso, Roberto Natel relatou que o São Paulo tem feito um trabalho específico de combate a cambistas.

“Em dias de jogos, os guichês não têm ficado lotados e as filas andam rapidamente. Era uma partida tranquila. Tenho chegado duas horas antes para ver se as filas estão andando e temos conseguido fazer isso bem. O que o cambista quer? Que o torcedor fique um enorme tempo na fila, para que ele se irrite e compre das mãos de quem está ao seu lado. Faltando uma hora para o jogo, a fila tem sido de, no máximo, 15 minutos”.

Para finalizar, o vice diz ainda que o torcedor opte por comprar na própria bilheteria.

“Todas as denúncias que recebo são verificadas. Vou atrás para saber onde está acontecendo o problema e o motivo. É lógico que o cambista está a um passo na nossa frente, mas, é um trabalho ilegal. Por isso, tentamos combater”.

Fonte: F olha Online

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