Gols de primeira, pênaltis e pivô: um raio-x de Carneiro, reforço do SP

Gonzalo Carneiro chegou ao São Paulo no início da semana. Indicação do ídolo Diego Lugano, superintendente de relações institucionais do clube, tem 22 anos, 1,91 m de altura e assinou contrato até 31 de março de 2020. Apesar do tamanho, é rápido e habilidoso. Tem boa presença de área, mas pode atuar como meia ou aberto no ataque. É canhoto. Você já leu tudo isso nos últimos dias, mas o UOL Esporte foi além e assistiu aos melhores momentos de todos os jogos da carreira do centroavante para fazer um raio-x de seus gols e assistências.

Desde a estreia como profissional no Defensor Sporting, em 27 de outubro de 2015, Carneiro disputou 41 partidas, sendo 19 como titular e somente seis com 90 minutos completos. O número de gols é de 12, e não 13, como se divulgou a princípio. Houve uma confusão no empate em 2 a 2 com o Villa Española em 12 de novembro de 2016, pelo Campeonato Uruguaio. O atacante jogou os 21 minutos finais do confronto e estava ao lado de Carlos Benavidez, seu companheiro de time e com biótipo parecido, quando o volante salvou o Defensor da derrota já nos acréscimos.

Enquanto Maxi Gómez, outra revelação do clube uruguaio, ainda não tinha sido vendido para o Celta de Vigo, da Espanha, Carneiro era usado pelo técnico Eduardo Acevedo como arma para mudar o estilo de jogo no segundo tempo. Em vez dos contra-ataques em velocidade, sem posição marcada na frente, o time passava a ter uma referência, um pivô, e começava a apostar em cruzamentos na área, em lançamentos longos. Nesse período na reserva, foram apenas três gols marcados.

Sem Gómez e já como titular, a conta subiu para 12 e o estilo de atuar mudou completamente. Carneiro se encaixou bem na ideia de Acevedo de não deixar ninguém parado no ataque. Muitas vezes o centroavante aparece no meio de campo, responsável por desviar um lançamento de cabeça ou até mesmo por tabelar e abrir espaço para infiltrações dos meias. Nomes como Facundo Castro e Airton Cougo cresceram de produção assim.

A velocidade seguiu como marca do Defensor na hora de atacar. E isso pode ser demonstrado pelo repertório de gols do agora reforço são-paulino. Seis dos 12 gols de Carneiro saíram em finalizações de primeira, completando tabelas rápidas pelos lados. Os três gols que fez com mais toques, em jogadas individuais, também foram oriundos de lances em que foi necessário arrancar para superar os marcadores em contragolpes.
O leque do centroavante ainda conta com três gols de pênalti, nenhum com canto repetido: uma cavadinha mais ao canto direito do goleiro, uma pancada no centro do gol e um chute rasteiro no canto esquerdo do arqueiro, que caiu vendido para o lado oposto. A variedade também aparece na forma como os tentos de Carneiro foram concluídos: oito com o pé esquerdo, um com o direito e três de cabeça.

O número teoricamente baixo de gols de cabeça, em comparação à altura do atacante, também se deve ao tipo de futebol idealizado por Eduardo Acevedo. A bola aérea era um recurso mais de última instância para o Defensor. E, mesmo quando a bola aérea se tornava solução no desespero, Carneiro aparecia mais como um preparador de jogadas do que como um definidor. São cinco assistências como profissional e quatro com a cabeça.

Em que pese o nível técnico do futebol uruguaio – e principalmente dos gramados do campeonato local -, a análise de que Carneiro consegue ser habilidoso apesar do porte físico se mostra coerente nos vídeos de todos os jogos do centroavante como profissional. O jogador costumava procurar tabelas o tempo todo, com toques de efeito, de calcanhar e dribles. Mas os resumos das partidas também mostraram o que pode ser uma preocupação. O antigo camisa 10 do Defensor recebeu 13 cartões amarelos e dois vermelhos, quase sempre por chegadas duras ou revides.

Carneiro também perdeu jogos importantes pelo clube de Montevidéu por um quadro de pubalgia. O problema já foi controlado, mas o atleta não entra em campo desde novembro do ano passado. O São Paulo estima que sejam necessárias três semanas até que o reforço atinja a melhor forma física e ganhe ritmo. Enquanto o Defensor esteve de férias, Carneiro tirou somente quatro dias de folga para as festas de fim de ano e fez tratamento em três períodos para conseguir voltar a jogar.

 

Fonte: Uol

3 comentários em “Gols de primeira, pênaltis e pivô: um raio-x de Carneiro, reforço do SP

  1. Mais uma aposta. Infelizmente, o nosso tricolor perdeu o rumo há 10 anos atrás. O SP projetava uma hegemonia muito grande no futebol brasileiro e é difícil elencar todos os motivos para tanta decadência. É assustador o tamanho da queda de um clube de ponta para a atual realidade , um time mais de 2a. Divisão do que alcance da 1a. Não vejo o time ser apontado como um dos 10 melhores do país. Estamos mais próximos de um Botafogo, Vasco, Fluminense (recente), Atlético Paranaense (em sua casa é mais forte e decisivo que o SP ), Internacional. Repito: é quase inexplicável uma decadência tão grande num time de ponta. E o pior que não é falta de dinheiro. Somos o terceiro orçamento do país. Deve ser mesmo péssimas administrações, falta de visão, inteligência, soberba cega, sei lá mais o que. CANSEI desta mediocridade.

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