Futebol do São Paulo tem oitavo “dono” em 26 meses de Leco na presidência

Carlos Augusto de Barros e Silva é presidente do São Paulo desde 27 de outubro de 2015. Nesse período, o comando do futebol passou pelas mãos de sete pessoas diferentes. Depois da saída de Vinícius Pinotti, que pediu demissão antes de ser demitido, Leco acertou com Raí para ser o sucessor no cargo. O ex-jogador é hoje membro do Conselho de Administração.

Um dos primeiros atos de Leco após ganhar a eleição há dois anos, marcada após a renúncia de Carlos Miguel Aidar, foi demitir José Eduardo Chimello, homem de confiança do antecessor, e recolocar no cargo executivo Gustavo Vieira de Oliveira, chefiado pelo então vice-presidente Ataíde Gil Guerreiro.

Só que Guerreiro, desgastado por seu envolvimento na queda de Aidar, foi transferido para a diretoria de relações institucionais meses antes de ser expulso do Conselho e afastado de qualquer função. O comando do futebol passou para as mãos de Luiz Cunha.

Pinotti e Leco durante treino do São Paulo (Foto: Marcelo Prado)

Pinotti e Leco durante treino do São Paulo (Foto: Marcelo Prado)

Meses depois, Cunha se demitiu e Gustavo sucumbiu diante de pressões da torcida organizada – essa mesma que hoje posa para fotos com Leco – e de conselheiros. O futebol passou então a ser tocado por José Alexandre Médicis e José Jacobson Neto, com Marco Aurélio Cunha na diretoria executiva.

Dirigente-ídolo pela trajetória de conquistas e por frases de efeito contra rivais, Marco Aurélio aceitou quase um emprego temporário. Licenciou-se da CBF e participou da recuperação do São Paulo, ameaçado de rebaixamento no Brasileirão de 2016.

Em janeiro, ele voltou ao seu cargo à frente do futebol feminino do país, e como a eleição estava marcada para abril, Leco não contratou um novo executivo. Deixou que Médicis e Jacobson comandassem um período importante, o da tentativa de consolidar Rogério Ceni como técnico. Enquanto isso, o advogado Alexandre Pássaro operava as negociações.

Marco Aurélio também passou pela diretoria do São Paulo nesse período (Foto: Rubens Chiri / site oficial do São Paulo FC)

Marco Aurélio também passou pela diretoria do São Paulo nesse período (Foto: Rubens Chiri / site oficial do São Paulo FC)

Eleito para mais três anos e meio de mandato, Leco nomeou Vinícius Pinotti como executivo de futebol, manobra que gerou críticas no clube, e Fernando Bracalli Chapecó, como diretor adjunto. Isso porque o estatuto determinava profissionais de notório conhecimento em cada área. Pinotti saiu do marketing para o futebol. Ele foi um dos principais colaboradores da campanha presidencial de Leco.

Os relatos são de que a relação de ambos ficou insustentável. Uma soma de momentos e pequenos conflitos que se resumem na disputa de quem manda mais. Leco nunca quis perder o comando sobre o futebol. Pinotti desejava mais autonomia. Não é a primeira vez que isso acontece no São Paulo, e muitas pessoas do clube temem que não seja a última.

Nesse período com Leco na presidência e sete comandantes diferentes no futebol, a equipe não ganhou títulos e brigou duas vezes contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

A CRONOLOGIA DO COMANDO DO FUTEBOL TRICOLOR

  • Outubro/2015: Leco assume, demite Chimello, contratado por Aidar, e contrata Gustavo para trabalhar sob comando de Ataíde.
  • Março/2016: Ataíde deixa a vice-presidência de futebol, e Leco contrata Luiz Cunha para ser diretor.
  • Junho/2016: Luiz Cunha pede demissão por discordar do investimento na contratação de Cueva. Dias depois, Leco anuncia Médicis na vice-presidência e Jacobson na diretoria.
  • Setembro/2016: sob pressão de torcida e Conselho, Leco e Gustavo chegam a acordo pela saída do executivo. Marco Aurélio Cunha é contratado como substituto.
  • Dezembro/2016: Marco Aurélio volta para a CBF e deixa o São Paulo.
  • Abril/2017: Leco ganha eleição e coloca Pinotti como executivo de futebol. Seus adjuntos são Médicis, José Carlos Ferreira Alves e Chapecó.
  • Dezembro/2017: Pinotti se antecipa à demissão e pede para sair. Leco pede que Chapecó fique.
  • Dezembro/2017: Raí assume o departamento.

Fonte: Globo Esporte

6 comentários em “Futebol do São Paulo tem oitavo “dono” em 26 meses de Leco na presidência

  1. Sinal de que o Leco não está sabendo escolher ou está cedendo á pressão da torcida e dirigentes e tirando os dirigentes no meio da temporada, antes de cumprir o planejado.

    Agora é o Raí, mais um ídolo. O Leco já fritou Muricy Ramalho, demitiu o Rogério Ceni após contratar mesmo sem ter a experiência necessária e expôs o Lugano no episódio da renovação do contrato. Espero que no auge do seus 70 anos tenha aprendido, tenha coragem e não o use para transferir responsabilidade.

    O Leco tem que dar o respaldo que o Raí vai precisar e tem que manter por toda a temporada assim como o resto da comissão técnica. Passou da hora de termos uma gestão séria.

  2. Está aí o nosso grande problema, o Outleco não tem culhões para gerir o São Paulo, qualquer criança o influência para mudar de opinião, e agora a bola da vez é o Raí, se ele não der autonomia total para o Raí trabalhar, em poucos meses ele sai, ou seja os conselheiros elegeram um amador que não sabe guiar esta grande embarcação, se ele se contentasse apenas em ficar quietinho sentado na cadeira, mas não ele tem que intrometer o dedo no futebol.
    O pior de tudo isso é ter que aguardar esta situação até 2020 e é bem provável que esse grupo eleja outro amador depois de 2020, ou seja se não houver uma intervenção em poucos anos seremos a Portuguesa.

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