Edson Silva vê disputa sadia com Lúcio

Na zaga em que se discutia quem ficaria com as duas vagas entre Lúcio, Rafael Toloi e Rhodolfo, foi o discreto Edson Silva, de 26 anos, que apareceu de repente como protagonista. No São Paulo há mais de um ano, ele coleciona números singulares. Neste sábado, ele mantém Lúcio no banco e será titular mais uma vez, contra o Bragantino, no Morumbi, estádio no qual ele está invicto e com marca de destaque: 14 vitórias e um empate.

Para Edson, o índice favorável no Morumbi não é coincidência. Antes de chegar ao São Paulo, ele atuou no estádio como adversário tricolor, e sentiu o peso. Hoje, dono da casa, ele tenta transmitir aos oponentes o mesmo medo que sentia sem a camisa são-paulina.

– Quando ia jogar contra o São Paulo no Morumbi, dava aquele friozinho na barriga. Pensava: “Vamos jogar contra o São Paulo, tricampeão do mundo, não é qualquer time”. E no Morumbi sempre dá aquele receio, fica até com medo de errar e jogar contra caras consagrados. Agora desse lado, tenho que passar esse friozinho na barriga para os adversários – conta.

E para chegar à titularidade Edson não contou com a sorte. Escalado no 3-5-2 que perdeu do Arsenal por 2 a 1 na Argentina, o camisa 14 viu Lúcio ser substituído, reclamar e mais tarde criticar a escolha de Ney Franco. Depois, o veterano de 34 anos se desculpou, mas não adiantou. Segundo o treinador, a manutenção de Edson nada teve a ver com a indisciplina de Lúcio, mas apenas por critérios técnicos. Para o titular, o momento em campo justificava a mudança.

– Acho que o professor viu que eu estava bem melhor tecnicamente e optou por mim. Isso aí pode acontecer outra vez, do Lúcio estar bem e voltar como titular. Tem um grande potencial, nem se fala no currículo dele, admiro bastante, mas a gente toca o barco – diz Edson Silva, confiante.

Neste sábado, Edson entra pelo quarto jogo seguido como titular e pela primeira vez consegue tal sequência desde que está no clube. Se fizer valer a confiança de Ney Franco, pode ficar no time até o dia 4 de abril, quando o São Paulo encara o The Strongest (BOL), em La Paz, pela Copa Libertadores.

Bate-Bola com Edson Silva:

LANCE!Net: 15 jogos no Morumbi, 14 vitórias e um empate. Você conhecia seus números no estádio?
Edson Silva: Não sabia, me contaram hoje. É fruto de um trabalho e fico muito feliz. Mas eu não seria nada sem meus companheiros.

L!: É coincidência ou sente a vantagem do time jogando em casa?
E.S.: A força que a gente, o time, o clube São Paulo tem no Morumbi é muito forte com a torcida. Com isso, fui conseguindo esses números. Espero manter isso por longa data e fazer um bom trabalho.

L!: Você está há mais de um ano no São Paulo e agora desbanca um jogador como o Lúcio. Como vê a atual fase? Melhor da carreira?
E.S.: Fico muito feliz. Para chegar no São Paulo você tem que ralar muito. Trabalhando com honestidade, sem prejudicar ninguém, com respeito ao treinador, você vai conseguir seu espaço. Então foi o que eu fiz, e chegou a minha hora. Professor me mantém como titular e espero manter essa pegada.

L!: Depois das críticas do Lúcio, Ney disse que você ficou por critérios técnicos. Acredita nisso ou acha que foi punição?
E.S.: São momentos distintos, que a gente vive. Pode ser que em outra vez o Lúcio esteja em um melhor tecnicamente, e o professor optar por voltar com ele como titular. Acho que o professor viu que eu estava bem melhor tecnicamente e optou por mim. Isso aí pode acontecer outra vez, do Lúcio estar bem e voltar como titular. Tem um grande potencial, nem se fala no currículo dele, admiro bastante, mas a gente toca o barco.

L!: Titular, sente mais a responsabilidade de jogar no São Paulo?
E.S.: A cobrança e a responsabilidade são diferentes no São Paulo. Tem que ter concentração redobrada. Tem que ser aguerrido, guerreiro, para levar o São Paulo onde sempre esteve. No topo dos campeonatos que disputa.
Fonte: Lance

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