No dia 7 de outubro de 2020, Fernando Diniz comandava o São Paulo com uma certeza: se perdesse para o Atlético-GO, pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro, no Morumbi, seria demitido.
A sequência de sete jogos sem vencer e a eliminação na fase de grupos da Libertadores acentuaram a pressão que acompanhava o treinador desde que assumiu São Paulo, em setembro de 2019.
Faixas no portão do Morumbi com as inscrições “Fora, Diniz” davam o tom da atmosfera que cercava o treinador. Mas Fernando Diniz superou aquele jogo com uma vitória por 3 a 0 e iniciava ali uma reviravolta que poucos acreditavam ser possível.
Pouco mais de um mês depois, o São Paulo se classificou para as semifinais da Copa do Brasil, após eliminar o então favorito Flamengo, e as faixas pedindo a saída do técnico deram lugar a cantos de apoio e uma nova onda entre os torcedores: “Fechado com Diniz”.
E isso só foi possível graças a uma série de mudanças no time, na confiança e, principalmente, na união do elenco, conforme afirmou Fernando Diniz em entrevista coletiva na última quarta-feira.
– No São Paulo, a gente conseguiu criar laços mais fortes com a pressão que vinha de fora. Hoje o time responde bem no campo por conta daquilo que soube passar junto nos momentos ruins. Um time mais coeso, de jogadores que gostam de conviver juntos. E sabem que sempre tem que fazer o melhor – afirmou.
Veja abaixo alguns fatores que fizeram a pressão sobre Fernando Diniz se tornar apoio:
Mudanças certeiras no time titular
Até aquele momento de sete jogos seguidos sem vencer, o São Paulo demonstrava instabilidade no sistema defensivo e ainda não tinha achado uma sintonia no ataque.
Fernando Diniz, então, promoveu o retorno de Bruno Alves para a zaga, colocou Luan como titular de primeiro volante e Juanfran voltou à lateral direita. No ataque, Brenner passou a fazer dupla com Luciano.
A escolha pelo jovem atacante foi certeira. Brenner emendou uma sequência de gols jogo após jogo e é o artilheiro isolado do São Paulo na temporada, com 17 gols marcados. Na defesa, houve algumas oscilações, mas a experiência de Bruno Alves e Juanfran deram uma consistência maior ao time.
Vitórias marcantes
Duas vitórias foram fundamentais para a torcida olhar Fernando Diniz com outros olhos. A primeira delas foi diante do Palmeiras, pela 15ª rodada do Brasileirão. O São Paulo jamais havia vencido o rival dentro do Allianz Parque e o jejum incomodava o clube. Eram oito derrotas e um empate.
Mas isso acabou após a vitória Tricolor por 2 a 0. A boa apresentação na casa do Palmeiras deu esperanças de dias melhores para o clube. O estilo de jogo proposto, com transições e apoio dos laterais, foi importante para que a equipe ganhasse mais confiança.
A outra vitória, esta talvez até mais emblemática, foi sobre o Flamengo, pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro. O São Paulo foi até o Maracanã e não tomou conhecimento da equipe então comandada por Domenèc Torrent. Goleada por 4 a 1.
Aproveitamento nos pontos corridos
Se nos mata-matas o São Paulo tinha oscilações, nos pontos corridos a situação é muito diferente. Mesmo com três jogos a menos no Brasileirão, o Tricolor conseguiu ter o melhor aproveitamento do torneio, hoje com 66,7%.
Caso o Tricolor vença domingo, diante do Vasco, às 16h, e haja uma derrota do Atlético-MG e um empate do Internacional, por exemplo, a equipe assume a liderança do Campeonato Brasileiro. Ainda com três jogos a menos.
Com o desempenho no torneio, Fernando Diniz ultrapassou o aproveitamento de Diego Aguirre em 2018 nos pontos corridos. Diniz dirigiu o São Paulo em 34 jogos no Brasileirão e tem 59,8% de aproveitamento. Aguirre disputou 33 partidas e teve 58,6%.
Classificação em noite perfeita
A coroação desse momento de paz e união com a torcida veio na última quarta-feira. Após cinco jogos invicto, o São Paulo tinha a chance de conquistar a vaga para a semifinal da Copa do Brasil, algo que não acontecia desde 2015. O adversário, agora, será o Grêmio nos dias 23 e 30 de dezembro.
O Tricolor não só conseguiu a classificação como também deu mais um belo espetáculo ao seu torcedor: 3 a 0 em uma noite que tudo deu certo para a equipe.
Do lado de fora do Morumbi, milhares de torcedores, que desrespeitaram os protocolos de saúde por conta da pandemia do novo coronavírus, se renderam ao “Dinizismo”.
– Como eu tô feliz, eu tô fechado com Fernando Diniz – cantaram os torcedores, que foram saudados pelo treinador no portão do estádio.
O treinador sabe que ainda precisa ganhar títulos para estar de vez nos braços da torcida. Por isso, mantém o elenco focado e unido para encerrar com o jejum de conquistas.
Fonte: Globo Esporte
realmente, eu acho que foi muito util nas revelações e o futebol que o time tem hoje, muitas vezes falei fora Diniz, hoje falo FICA. Se fosse jornalsta iiria saber se candidatis o que pensam no momento.