Cícero supera drama familiar e vira arma na semi da Copa do Brasil

Os números não mentem. Cícero é um dos alicerces do esquema do técnico Emerson Leão no São Paulo. Desde que reassumiu a equipe, em outubro do ano passado, o treinador comandou o time em 40 partidas. Dessas, o meio-campista esteve presente em 38. Campeão da Copa do Brasil em 2007 pelo Fluminense, o canhoto de 27 anos se tornou uma importante arma tricolor na semifinal desta quarta-feira, contra o Coritiba, no estádio Couto Pereira.

Cícero chega a esse momento de decisão aliviado. No campo pessoal, teve problemas sérios e que atrapalharam seu rendimento em campo. Seu filho, Enzo, nasceu prematuro em maio e ocorreram complicações com ele e com a mulher, Gisele. Felizmente, tudo se resolveu, a família está feliz em casa e o atleta, que não quis falar sobre o assunto, está pronto para ajudar o São Paulo no momento de decisão. No treino da última terça-feira, ele mostrou estar com o pé calibrado ao marcar vários gols em cobranças de falta.

Com a experiência de quem já levantou o caneco, Cícero diz o que o São Paulo precisa ter diante do Coritiba:

– Inteligência. É preciso saber que a Copa do Brasil é completamente diferente do Campeonato Brasileiro. Em competições de estilo mata-mata, é preciso saber que você nem sempre conseguirá jogar bem. O que vale é vencer. Se o time for campeão, ninguém vai lembrar quem jogou essa ou aquela partida mal.

Cícero alerta: o Coritiba será um osso duro de roer para o Tricolor.

– A equipe deles tem qualidade e é muito forte jogando dentro de casa. O torcedor joga junto. Mas aqui é o São Paulo, um time com tradição, camisa e que tem jogadores capacitados. Temos uma boa vantagem a nosso favor, vencemos e não tomamos gol fora de casa. É preciso ter inteligência e saber usar o regulamento a nosso favor. Foi o que fizemos contra o Goiás e deu certo – afirmou.

Nas últimas partidas, Cícero tem feito um papel diferente. Acostumado a jogar como terceiro homem do meio, com liberdade para ir à frente, ele tem atuado como segundo volante, já que Wellington e Fabrício estão machucados e Rodrigo Caio não goza de prestígio com o treinador. Cícero não se incomoda de jogar fora da posição. Pelo contrário. Entende que se trata de uma virtude.

– Posso não ter pegada de um volante, mas compenso com a inteligência na marcação. Estou fazendo uma função diferente há seis, sete jogos e nem sempre o torcedor percebe isso. É claro que eu gosto de chegar ao ataque, chutar e fazer gols, mas hoje tenho outra função. Perdemos jogadores machucados, suspensos e para a seleção brasileira e, em determinados momentos você precisa se sacrificar. Independentemente de tudo, o que vale é o São Paulo sair de campo com a vitória.

Cícero mostrou irritação ao ser questionado se é intocável no time de Leão. Vale lembrar que, no começo do trabalho do treinador, os dois tiveram uma rusga, quando o treinador deixou o atleta fora da lista dos relacionados para a partida contra o Vasco, no Campeonato Brasileiro, em São Januário.

– Não concordo. Aquele problema ficou no passado, nenhum jogador gosta de ficar fora. Com todo o respeito a quem acha isso, eu conquistei meu espaço dentro de campo, trabalhando no dia a dia e nos jogos. E hoje tenho a confiança do professor, mas também sei que não posso me acomodar. A concorrência no São Paulo é forte e, com o Leão, nome não ganha vaga. Quem estiver melhor, joga – finalizou.

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