Ceni vive período de questionamento em ano de possível adeus

Terminado o Campeonato Brasileiro, Rogério Ceni vai se reunir com a diretoria do São Paulo. Um assunto importante será tratado: ele continuará no clube?

Rogério chegará à reunião ainda com status de mito, como é chamado pelos torcedores, mas, como nunca antes, estará em uma posição fragilizada. Se, no ano passado, as dúvidas eram por uma cirurgia no ombro e, em 2009, por uma no tornozelo, desta vez, o que está em pauta é a questão técnica.

Rogério tem falhado mais que o habitual. O segundo gol contra o The Strongest (erro que ele não reconhece), o gol do Ituano (falha que ele assumiu) e até problemas com a saída de bola são exemplos. Justamente a habilidade com os pés, que o tornou famoso mundialmente, anda em baixa. A furada contra o Corinthians não é esquecida, assim como o atraso na saída para disputar a bola com Alexandre Pato, apesar de todo questionamento sobre esse lance.

Nesse período como titular, Ceni nunca deu oportunidade a seus reservas. Ele é do tipo “caxias”, que treina muito e não fica fora de jogo algum. “Na dá chance nem para a mãe”, postou no Twitter a mulher de seu reserva imediato, Denis, após a derrota para o The Strongest.

Denis, aliás, é o reserva de Ceni que mais vezes atuou e tem até um aproveitamento de pontos melhor (64,22% contra 60,58%). E isso é a prova de que o capitão do São Paulo já não é constante como antes. Em três anos de São Paulo, o camisa 12 atuou mais que Bosco, que ficou no clube de 2005 a 2011.

Denis atuou também mais que Roger, que esteve no Morumbi de 1997 a 1999 e, depois, de 2001 a 2004. A interrupção se deveu a decisão de posar nu para uma revista direcionada ao público gay.

Nunca houve, entre os reservas de Rogério Ceni, algum com potencial para substituí-lo. Quando brigou com o ex-presidente Paulo Amaral por conta de uma nebulosa proposta de transferência para o futebol inglês e foi afastado por um mês, pensou em deixar o clube, mas voltou após a eleição de Marcelo Portugal Gouvêa.

Houve, porém, um goleiro que poderia ter afastado Rogério Ceni do São Paulo. Alexandre Escobar Ferreira veio de Sorocaba, indicado pelo ex-ponta esquerda Paraná. Ele era o reserva de Zetti e chegou a disputar duas partidas da Libertadores. Só não impôs dificuldade à ascensão de Ceni porque morreu em julho, com 20 anos, em um acidente de carro.

“Ele era um goleiro espetacular. Acho que seria difícil continuarmos os dois no São Paulo, um de nós procuraria outro time para prosseguir a carreira. Não se sabe o que poderia ocorrer, mas como ele era mais velho um ano e estava na minha frente na lista do clube, talvez fosse eu a sair”, disse Rogério Ceni.

Alexandre foi apenas uma possibilidade de craque que não se concretizou. O espaço vago foi ocupado por Ceni. Há 15 anos como titular, pode estar vivendo seu último semestre no clube. Nunca será igualado.

A estreia foi em 25 de junho de 1993, no Torneio Santiago de Compostela, com uma vitória por 4 a 1 contra o Tenerife. Zetti estava na seleção. A ascensão como titular se concretizou em 3 de dezembro de 1997 com uma vitória por 4 a 2 sobre o Colo Colo. Zetti foi avisado que seu contrato não seria renovado e pediu para não participar do último jogo do ano. Desde então, Ceni transformou-se no jogador com mais partidas realizadas pelo clube, marcou mais de 100 gols e passou a ser um dos maiores ídolos da história do São Paulo.

 

Fonte: Uol

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