Sem mostrar contrato, SP admite chance de veto e teme por obra do Morumbi

O contrato completo das obras de modernização do Morumbi – que envolvem construção de cobertura e arena de shows – não estará disponível aos conselheiros do São Paulo na reunião da noite desta terça-feira do conselho deliberativo, que decidirá pela aprovação ou não do projeto. Em meio à ameaça de veto da oposição por falta de detalhes, a diretoria são-paulina teme que possa sofrer atrasos ainda maiores caso não consiga a aprovação neste momento.

O que conselheiros tiveram e terão à mostra na reunião desta terça-feira são extratos do contrato, além do parecer positivo de dois escritórios de advocacia que o analisaram. A diretoria do São Paulo promete responder todas as questões impostas no encontro do conselho deliberativo, mas afirma que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) exige que o contrato não seja exibido por completo até sua aprovação. Em entrevista ao blogueiro Vitor Birner, o assessor da presidência José Francisco Manssur disse que “nenhuma pergunta ficará sem resposta”.

A diretoria do São Paulo admite que não poderá fazer a votação pela aprovação das obras caso 177 conselheiros, dos 235 no total, não estiverem presente. O número representa 75% do conselho, mínimo exigido para abrir a votação. Como a oposição planeja tentar vetar o projeto por falta de detalhes, é possível que não haja o número mínimo nesta noite, no salão nobre do Morumbi. Os oposicionistas, liderados pelo candidato à presidência Kalil Rocha Abdalla e pelo ex-superintendente de futebol Marco Aurélio Cunha, se dividem entre os que pretendem boicotar a reunião e os que pretendem votar contra. Eles reclamam que não tiveram acesso ao contrato inteiro, e pedem para que se faça reuniões explicativas antes da votação.

O assessor da presidência do São Paulo e responsável pelas obras de modernização do Morumbi, José Francisco Manssur, teme que o veto atrase a aprovação do fundo na CVM. Ele afirma que recebeu da Lacan Investimentos – responsável pelo fundo – parecer dando conta que, caso o contrato não seja aprovado pelo conselho nesta terça, haverá atraso na CVM.

A CVM confirma, por meio de sua assessoria de imprensa, que o modelo de contrato que envolve a criação de um fundo de investimentos não pode ser completamente exposto antes da aprovação, sob o risco de que o mercado possa ser influenciado pelas informações.

No fim de novembro o São Paulo firmou contrato com a Andrade Gutierrez, construtora, e com outros parceiros. A XYZ Live, que vai operar a arena de shows no novo projeto, a Lacan Investimentos, que servirá como fundo, e a Multipark, responsável pelos estacionamentos, entraram no acordo. O projeto será financiado pelo BTG Pactual. O projeto será bancado por meio de investidores, que poderão explorar arena e estacionamentos durante 20 anos.

Quando lançado, no fim de 2011, o projeto tinha custo estimado em R$ 300 milhões quando anunciado, no fim de 2011, e hoje prevê gastos de R$ 408 milhões – a Andrade Gutierrez pediu ao São Paulo a captação de R$ 450 milhões, valor em que a obra esta contingenciada.

 

Fonte: Uol

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