São Paulo subiu mais de um time de Cotia em 2018

Com Dorival Júnior apontado como especialista no assunto, o São Paulo começou 2018 prometendo apostar nas categorias de base. De cara, foram promovidos ao elenco profissional nove jogadores criados em Cotia. Aí veio André Jardine, técnico multicampeão no sub-20 e alçado a auxiliar da equipe principal. Com ele, Liziero subiu. Já sob o comando de Diego Aguirre, mais quatro promessas foram efetivadas. Só que o discurso de “a base vem forte”, puxado das redes sociais, enfrenta dificuldades para ser consolidado.

De todos os jovens promovidos nesta temporada, Liziero foi o único a deslanchar. Ganhou vaga entre os titulares imediatamente, fez grandes partidas e ajudou Aguirre a solucionar problemas como volante, meia, ponta e lateral-esquerdo. Mas o desgaste físico começou a atrapalhá-lo. Natural para quem pulou o período que seria de férias do sub-20 para logo ser inserido na potência e nas maratonas do profissional.

Essa pode ser uma das justificativas para que seus minutos em campo tenham reduzido tanto no segundo turno do Campeonato Brasileiro. Nos dez últimos jogos do primeiro turno, foi titular seis vezes, completando quatro desses jogos. A média era de 55,8 minutos por duelo. No returno, em seus dez primeiros confrontos, foi titular só em duas ocasiões e não fez nenhuma partida completa. A média é de 32,1 minutos por rodada.

Entre as apostas de Dorival feitas em janeiro, Caique e o quarto goleiro Lucas Paes são os únicos que ainda integram o elenco principal do São Paulo. O primeiro tem atuado no Brasileirão de Aspirantes para ganhar ritmo, voltando a jogar como lateral-esquerdo. Mostra boa regularidade, principalmente ofensiva, e aguarda por novas chances, já que foi usado somente duas vezes por Aguirre.

Veja os garotos lançados pelo São Paulo em 2018. Em negrito, quem segue no elenco:

Lucas Paes – goleiro – nenhuma partida

Rony – zagueiro – uma partida – 90 minutos (emprestado ao CSA)

Lucas Kal – zagueiro – uma partida – seis minutos (emprestado ao Vasco)

Luan – volante – quatro partidas – 162 minutos

Liziero – volante – 33 partidas – 1.764 minutos

Pedro Augusto – volante – duas partidas – 135 minutos (emprestado ao São Bento)

Paulo Henrique – volante – uma partida – 90 minutos (time de Aspirantes)

Gabriel Sara – meia – nenhuma partida (Sub-20)

Igor Gomes – meia – nenhuma partida

Helinho – meia-atacante – nenhuma partida

Caique – ponta – oito partidas – 217 minutos

Paulinho Boia – ponta – sete partidas – 107 minutos (emprestado ao Portimonense)

Marquinhos Cipriano – ponta – uma partida – 25 minutos (negociado com o Shakhtar Donetsk)

Antony – ponta – nenhuma partida

Bissoli – centroavante – duas partidas – 108 minutos (espera contrato vencer para ir ao Atlético-PR).

A redução do espaço para os mais novos atinge até quem já está no segundo ano de profissional e chegou a ameaçar sequências mais longas na equipe. Lucas Fernandes, por exemplo, tinha 17 jogos na temporada até que foi emprestado ao Portimonense, de Portugal. Shaylon chegou a atuar em seis partidas consecutivas no Brasileirão, marcando até gol contra a Chapecoense, mas já não entra há cinco rodadas.

É verdade que cada caso carrega uma particularidade. O próprio Lucas Fernandes já não vinha agradando tanto à comissão técnica por não entregar a intensidade esperada nos jogos. Araruna sofre para superar problemas físicos, Shaylon foi observado em outras posições e não evoluiu como o esperado. Ou ainda Brenner, que encontra dificuldades na adaptação ao profissional depois de ter saltado do sub-17 para o time principal no ano passado.

Ele, aliás, é a revelação mais badalada do clube desde David Neres, que despontou em 2016. Só que não conseguiu ainda repetir o desempenho da base. Mandá-lo ao time de aspirantes foi uma solução para aumentar o grau de competitividade – física, principalmente. E a resposta tem sido boa, com quatro gols em quatro confrontos.

Nos treinos, Antony já começa a se destacar. Tanto é que foi relacionado para o clássico do último sábado contra o Palmeiras e concorre à vaga do lesionado Everton para o jogo das 16h de domingo, contra o Internacional, em Porto Alegre. Helinho é um dos garotos mais comentados da base tricolor na temporada, e a torcida faz campanha para que ele jogue – até agora, só foi relacionado para duelo da primeira rodada do Brasileiro, contra o Paraná. E há ainda Toró, artilheiro do sub-20, outro xodó dos torcedores.

 

Fonte: Uol

4 comentários em “São Paulo subiu mais de um time de Cotia em 2018

  1. Com tantos jovens valores no elenco, não justifica a compra de um Everton Felipe, por exemplo. Não justifica, também, tanta improvisação ruim, como vem fazendo o treinador constantemente. O que precisa é o treinador mostrar que confia no garoto e lhe dar segurança para jogar seu futebol, em sua real posição e sem obrigação de acertar tudo desde logo, sob pena de voltar para o anonimato da base.
    É preciso ter um método, ou política, vai lá, de aproveitamento de tantos garotos bons de bola…

  2. O São Paulo precisa criar um segundo time. Formado apenas pelos jovens. Para jogar exclusivamente as séries complementares do Paulista e do Brasileiro.

    É a melhor maneira de dar experiência aos jogadores que ainda não tem condições de atuar na equipe principal. Pelo que o São Paulo investe nas categorias de base é a solução que mais faz sentido. Do mesmo modo de Barcelona e Real Madrid.

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