René Simões deixou o cargo de diretor-técnico do São Paulo na semana passada, mas a sua saída causou uma nova crise e retomou os questionamentos sobre a base do São Paulo existentes desde o início deste ano.
A turbulência chegou a colocar em xeque até a continuidade do gerente Marcos Tadeu, que adotou um discurso confuso e em dado momento não assegurou que seguiria no cargo, para depois recuar e dizer que nada seria mudado, a não ser que o presidente Juvenal Juvêncio decidisse por isso.
O UOL Esporte apurou que um grupo de conselheiros da oposição passou a cobrar a diretoria do São Paulo a prestar esclarecimentos sobre os reais motivos da saída de René Simões. A situação tenta minimizar os efeitos da crise com declarações amenas e elogios ao trabalho do ex-diretor-técnico.
A chegada de mais de dez jogadores de fora de Cotia para a montagem do grupo que disputará a Copa São Paulo de 2013 também foi motivo de queixa interna no São Paulo. A explicação dos dirigentes é que a chegada dos novos atletas foi motivada pela mudança no regulamento da Copinha.
“Nosso trabalho mais forte era com garotos de 18 anos pra disputar a Copa São Paulo, que é a competição mais importante. Tínhamos jogadores sub-20, mas só com atletas que foram ficando na base e jogavam o Campeonato Paulista. Não era um time completo como precisamos ter pra disputar a Copinha. Praticamente não houve investimento, só um jogador foi comprado. Os outros vieram por empréstimo, serão testados”, explicou Tadeu. Os jogadores mais velhos no próximo torneio serão os nascidos em 1993.
O trabalho nas categorias de base do São Paulo que é feito em Cotia passou a ser questionado após a vexatória campanha na Copa São Paulo deste ano. Juvenal disse na época que era inadmissível “perder para time juntado” e prometeu mudanças, que vieram rápido.
René Simões foi contratado no mês seguinte e prometeu instaurar um trabalho de base tendo o Barcelona como modelo. Ele fixou metas de jogadores no time principal e alardeou o fato de ter estabilidade no cargo. Mas não concordou com o sistema e pediu demissão nove meses depois.
“À todas pessoas que deveria mostrar um mal andamento das coisas, eu procurei fazer. Espero que esse voo seja corrigido, que o São Paulo é grande demais. O clube tem profissionais fantásticos, mas algumas coisas não podem continuar como estão”, justificou em entrevista para a Rádio Transamérica, em declarações que o diretor de futebol do São Paulo, Adalberto Baptista, não quis se pronunciar a respeito.
O Blog do Menon teve acesso ao email de despedida que René Simões disparou aos funcionários de Cotia. O diretor-técnico evitou citar os problemas que causaram a sua saída, mas disse que não negociou seus princípios e não aceitou agrados por traições. “Não havia como continuar, só sei trabalhar olhando nos olhos”,
René seguiu o mesmo discurso de Zé Sérgio, técnico que foi demitido da base do São Paulo após assumir o time da Copinha no meio da preparação para a edição deste ano e não conseguir passar da primeira fase. Na época, o treinador disse que era uma boa oportunidade de se abrir a “caixa-preta”.
Juvenal tem adotado diferentes critérios com os treinadores da base do São Paulo. Com Zé Sergio, demitiu após o primeiro insucesso – eliminação na Copinha deste ano. Mas o presidente manteve o seu sucessor, Sergio Baresi, mesmo com eliminações precoces na Copa BH e na Copa do Brasil sub-20.
“É difícil de entender para quem está de fora qual a linha que está se seguindo em função de que há dois pesos e duas medidas. Quando eu perdi, a responsabilidade foi minha, apesar de que time não era meu…depois, na Taça BH perdeu na primeira fase, e o Baresi continuou. Na Copa do Brasil, perdeu na primeira fase contra o Coritiba e continuou e agora está continuando no Paulista sub-20 “, reclamou Zé Sergio, que está no sub-20 da Ponte Preta atualmente, ao UOL Esporte.
Fonte: Uol
Nota do PP: não param de aparecer suspeitas e cresce minha indignação com a falta de vontade de “investigar” por parte da diretoria e do Conselho Deliberativo.
Esta provado que não pode ficar muito tempo no poder, as coisas começam a ficar sem respostas, tem que mudar, nós já vimos isto em outros clubes.