David Neres despertou no são-paulino a esperança de ver no futuro próximo uma nova revelação de Cotia com brilho no profissional. O gol diante de quase 50 mil pessoas, na vitória do São Paulo sobre a Ponte Preta, sábado, por 2 a 0, no Morumbi, confirmou a expectativa demonstrada na estreia diante do Fluminense. Mas quanto o Tricolor tem na divisão dos direitos econômicos dele, Pedro, Lucas Fernandes e outros garotos? O GloboEsporte.com detalha abaixo a situação dos atletas promovidos. A intenção é usá-los mais no Paulistão de 2017.

David Neres e Lucas Fernandes

São Paulo tem 100% dos direitos de David Neres, xodó da torcida (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)

Principal representante da boa geração 97 do clube, o jovem de 19 anos tem 100% dos direitos econômicos ligados ao Tricolor e contrato até dezembro de 2018.

Neres é o jogador que desperta mais expectativa entre torcedores e dirigentes. Lançado por Ricardo Gomes, fez questão de agradecê-lo com abraço na comemoração do gol. O treinador e a comissão técnica lhe passaram tranquilidade e confiança.

Gomes o escalou aberto pela direita, setor onde ele prefere atuar para driblar para o meio e finalizar as jogadas. Tudo para deixá-lo à vontade, até mesmo diante de eventuais erros, considerados normais para a idade.

Parceiro na base e amigo de Neres, Lucas Fernandes é outro garoto que desperta esperança no São Paulo. Em recuperação de cirurgias no ombro e joelho esquerdos, ele só retornará em 2017. O Tricolor tem 95% dos direitos do atleta, cujo contrato é válido até dezembro de 2018. Nos bastidores, Lucas, inclusive, é o responsável por ajudar Neres a se soltar e perder um pouco da timidez, marca registrada principalmente nas entrevistas.

Com 13 partidas pelo profissional, Lucas já tem uma marca para se orgulhar: fez o primeiro gol de falta direto após a aposentadoria de Rogério Ceni, ídolo e especialista no fundamento, na vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo.

Lucas Fernandes e David Neres: amigos fora de campo no São Paulo (Foto: Marcelo Hazan)

Pedro, Lyanco e Luiz Araújo

Titular no lugar de Chavez contra a Ponte Preta, Pedro tem 90% dos direitos ligados ao São Paulo. O atacante se destacou principalmente na chamada primeira bola, ou seja, na disputa de cabeça pelo alto após lançamentos. O Tricolor também tem 80% dos direitos de Lyanco, zagueiro promovido em 2015, e 70% de Luiz Araújo, atacante que entrou no segundo tempo da partida de sábado – veja a tabela abaixo.

Política salarial na base

À época dirigido por Ataíde Gil Guerreiro e Gustavo Vieira de Oliveira, o departamento de futebol decidiu reformular a filosofia de salários na base. Por conta desse trabalho, os garotos em Cotia passaram a ter teto salarial de aproximadamente R$ 10 mil, com valorização automática por objetivos (promoção ao profissional, ser relacionado, jogos disputados, virar titular e sequência de partidas). Os valores de salário não variam muito entre atletas da base para aumentar o ambiente de competição. Os jogadores que não são aproveitados também conseguem ter mercado em times menores.

A ideia com a padronização dos salários e teto baixo, incluindo os jogadores promovidos ao profissional, é estimular os garotos de Cotia a conquistarem objetivos. Antes, eles se acomodavam logo no início da carreira, pois os considerados promissores ganhavam entre R$ 20 mil e R$ 30 mil. Até mesmo o quinteto David Neres, Lucas Fernandes, Pedro, Lyanco e Luiz Araújo, integrado ao elenco de Gomes, ganha salários inferiores a esses praticados antigamente.

David Neres, Lyanco e Luiz Araújo comemoram gol do São Paulo (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)