Principal legado de Kaká, bom ambiente do São Paulo fica ameaçado

“Nosso ambiente é muito bom”, costumava repetir o técnico do São Paulo, no segundo semestre do ano passado e em algumas ocasiões no começo de 2015. A afirmativa repetida muitas vezes na era Kaká talvez passe a não servir tanto depois do que ficou exposto ao longo da derrota de 3 a 0 para o Palmeiras, na quarta-feira, quando Muricy Ramalho descontentou alguns de seus jogadores.

A primeira medida foi a substituição forçada de Alexandre Pato, que ficou em campo – com o tornozelo direito enfaixado – apenas 20 minutos e deu lugar a Edson Silva em virtude da expulsão de Rafael Toloi. Em vez de se sentar no banco de reservas, como é habitual, o atacante desceu diretamente para o vestiário do Palestra Itália.

“Fui lá me trocar. Fiquei chateado, não é normal, você não quer sair do jogo. Quero jogar. O Muricy preferiu me tirar, aconteceu isso”, disse. “Jogador nenhum gosta de sair, mas eu precisava fazer uma mudança. Depois do jogo, eu cumprimentei o garoto, mas só isso. Jogador nenhum gosta de sair”, minimizou o treinador, que também foi questionado sobre um momento de desrespeito de Michel Bastos, que arrancou a bola de sua mão com raiva, no primeiro tempo.

“Ele estava com muita vontade”, riu o comandante. “Falei para ele deixar o Bruno (cobrar o lateral), mas ele estava com muita vontade”, desconversou. Em sua estreia, na temporada passada, Michel Bastos foi expulso por falta fora do lance e foi repreendido diante das câmeras pelo chefe. Desta vez, quem se irritou foi o jogador, que levantou o braço para reclamar da demora de Muricy em soltar a bola, quando o São Paulo já perdia.

Michel Bastos ainda foi personagem no segundo tempo, com carrinho duro que lhe causou expulsão. Antes dele, Rafael Toloi já havia recebido cartão vermelho por chutar o palmeirense Dudu sem bola, aos sete minutos do primeiro tempo, o que irritou colegas. Segundo Muricy, porém, não houve cobranças sobre o zagueiro no vestiário. “Jogadores são parceiros, sabem que ele errou, mas não é jogar a culpa toda no cara, porque ele já está arrebentado”, falou.

Por fim, pouco antes do término do clássico, o técnico substituiu o atacante Alan Kardec pelo meia Boschilia e fez com que o ex-palmeirense virasse o centro das atenções dos torcedores adversários. Uma semana atrás, o mesmo ocorreu com Paulo Henrique Ganso, vaiado pela própria torcida ao deixar o gramado no final do duelo com o San Lorenzo, no Morumbi.

Depois de tudo isso, derrotado novamente em um clássico, o elenco são-paulino se reapresentará aos trabalhos na tarde desta quinta-feira, no CT da Barra Funda. Sem Kaká, que atualmente empresta seus cuidados e sua experiência ao Orlando City.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

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