Paulo Miranda se vinga do Santos, vira herói e dá vitória ao São Paulo

Em 29 de abril, Paulo Miranda teve duas falhas fatais contra o Santos e foi até afastado pela diretoria do São Paulo pela eliminação no Campeonato Paulista. Neste domingo, Neymar não estava do outro lado, mas o zagueiro aproveitou para aparecer positivamente: fez o gol da vitória por 1 a 0 em um clássico fraco tecnicamente.

Aos sete minutos do primeiro tempo, o defensor aproveitou jogada ensaiada para fazer de cabeça o único gol da partida. Os titulares do Tricolor, porém, não foram além disso diante dos reservas do Peixe. Os erros de passesmarcaram no Morumbi o primeiro confronto envolvendo os quatro grandes paulistas no Campeonato Brasileiro.

Qualidade à parte, o São Paulo chegou a seis pontos, mantendo-se com 100% de aproveitamento como anfitrião nesta liga nacional e próximo da faixa da tabela que dá vaga na Libertadores. O Peixe, por sua vez, segue sem vencer nesta edição da competição, terminando a quarta rodada com três pontos, mais perto da zona de rebaixamento.

A maior expectativa das duas torcidas, porém, está no meio de semana. Na quarta-feira, o Peixe terá seus titulares na Vila Belmiro para iniciar as semifinais da Libertadores contra o Corinthians. No dia seguinte, no Morumbi, o Tricolor, reforçado por Luis Fabiano, que cumpriu suspensão no San-São, e Casemiro, que estava na Seleção Brasileira, faz a primeira semifinal da Copa do Brasildiante do Coritiba, no Morumbi.

O jogo – Emerson Leão é completamente contrário ao costume de poupar atletas para priorizar outra competição e não pensou duas vezes ao ouvir de Lucas a garantia de condições de jogar horas depois de desembarcar com a Seleção Brasileira. Ciente de que o Santos viria com reservas, armou seu time para atacar.

No 4-3-3, o São Paulo ainda tinha as constantes subidas dos laterais, com Douglas e Lucas indo à frente pela direita e Fernandinho e Cortez pelo outro lado, com tudo organizado por Jadson e Cícero e a movimentação de Willian José entre a intermediária e a área. O Peixe só tinha o veterano Léo como válvula de escape para a bola chegar a Alan Kardec, os únicos realmente interessado em atacar no time de Muricy Ramalho.

Nem a má atuação de Cortez e Fernandinho, que tornavam os erros de passes certos pela esquerda, atrapalhavam o São Paulo. Do outro lado, Douglas segurava Léo e recebeu falta aos seis minutos. Na cobrança, Jadson errou, mas Lucas recuperou a bola e a deu para o meia ter nova tentativa. Nesta vez, o passe pelo alto foi preciso para Rhodolfo, na segunda trave, ajeita para Paulo Miranda só testar para o gol vazio.

Um gol aos sete minutos da única equipe que escalou o melhor que podia parecia um prenúncio de goleada. Mas os jogadores do Tricolor levaram tão a sério seus discursos de respeito aos reservas do time litorâneo que jogava de azul que recuou antes dos dez minutos de San-São.

A nova postura dos anfitriões era o que Léo queria. Embora se preocupasse com Douglas, tinha campo para motivar seus colegas. O problema é que só Alan Kardec parecia acordado. Mesmo assim, o centroavante que barrou Borges entre os titulares deu trabalho, chegando a entortar Paulo Miranda antes de tirar tinta da trave aos 33 minutos da etapa inicial.

Os donos da casa, por sua vez, tinham em Douglas a principal alternativa, já que Lucas parecia sentir o cansaço. Dos pés do lateral, saíram dois cruzamentos em que Willian José esteve bem próximo de balançar as redes. Mesmo quando trocava passes tranquilamente no campo de ataque, o time falhava ao tentar entrar na área de Aranha.

A vitória parcial até gerou aplausos no fim do primeiro tempo dos pouco mais de 6 mil torcedores que foram ao Morumbi, mas Leão resolveu mexer para fazer sua equipe andar. Foi obrigado a trocar Cortez, com problemas estomacais, por Piris, deslocando Douglas para a esquerda, e buscou mais criatividade no meio-campo sacando o inútil Fernandinho para a entrada de Maicon.

A entrada de Maicon deixou Cícero mais solto e ajudou Jadson, que logo aos seis minutos deixou Lucas em condições de usar sua velocidade e, de frente para Aranha, chutar para fora. Mas foi um raro lance no qual a mudança tática teve real efeito na etapa final, até porque Douglas, pela esquerda, não atacava do mesmo jeito.

Para acordar, o Santos passou a atuar no 3-5-2, recuando Ewerthon Páscoa, liberando Léo e centralizando Gérson Magrão. Desta forma, passou a evitar tantas trocas de passes em seu campo. O problema é que errava demais na frente e ainda deixava Durval exposto, sozinho na marcação a Lucas.

Entretanto, por mais que os técnicos tentassem, as variações não eram tão eficientes quanto a bola parada que os dois treinadores tanto gostam. No segundo tempo, a maior chance do Peixe veio em cobrança de escanteio de Gérson Magrão que Ewerthon Páscoa completou de cabeça balançando as redes pelo lado de fora.

Fora isso, raras jogadas individuais, como uma de Dimba que parou nas mãos de Denis, faziam os torcedores terem alguma reação em relação à partida. Os erros de passe marcaram um San-São que Muricy Ramalho já lamentava durante a semana por estar esvaziado. No fim, bom para o São Paulo, que somou três pontos e confiança para a Copa do Brasil.

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ICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 1 X 0 SANTOS

Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo
Data: 10 de junho de 2012, domingo
Horário: 18h30 (de Brasília)
Público: 6.327 pagantes
Renda: R$ 185.950,00
Árbitro: Flávio Rodrigues Guerra (SP)
Assistentes: Herman Brumel Vani e João Nobre Chaves (ambos de SP)
Assistentes adicionais: Marcelo Aparecido de Souza e Antonio Rogério Batista do Prado (ambos de SP)
Cartões amarelos: Denilson (São Paulo); Felipe Anderson e Durval (Santos)

Gol: 
SÃO PAULO: Paulo Miranda, aos sete minutos do primeiro tempo

SÃO PAULO: Denis; Douglas, Paulo Miranda, Rhodolfo e Cortez (Piris); Denilson, Cícero e Jadson; Lucas, Fernandinho (Maicon) e Willian José (Ademilson)
Técnico: Emerson Leão

SANTOS: 
Aranha; Maranhão, Edu Dracena, Durval e Léo; Éwerthon Páscoa, Henrique, Felipe Anderson (Alan Santos) e Gérson Magrão (Victor Andrade); Alan Kardec e Renteria (Dimba)
Técnico: Muricy Ramalho

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