Passo a passo: veja como Osorio deixou de confiar na diretoria do SP

O momento conturbado do São Paulo fora de campo em polêmicas entre comissões financeiras, dívida e o caso Iago Maidana culminou na desconfiança exposta de Juan Carlos Osorio em relação à diretoria. Questionado se confia na diretoria, o treinador respondeu nesta sexta-feira (25) que, “pelo que fizeram com o elenco”, não.

Hoje o cenário se desenha para a saída de Osorio do São Paulo antes do fim de seu contrato, provavelmente antes do início de 2016 e possivelmente nas próximas semanas. O técnico admite que há conversa com a seleção mexicana e não esconde o desejo de ter a chance de disputar uma Copa do Mundo. Tal cenário seria diferente, porém, não fosse a insatisfação de Osorio com a diretoria.

Como a insatisfação evoluiu, nas palavras de Osorio:

19 de junho – Menos de três semanas depois de assumir o São Paulo, Osorio já tinha perdido Paulo Miranda, Denilson e Rodrigo Caio, cuja venda seria cancelada depois.

“Eu fico muito preocupado (com vendas). Não conhecia com profundidade essa situação. Junho e julho trazem muitas propostas e levam os jogadores a ter mentes em outros clubes, em melhores condições econômicas. Estou muito preocupado. Vou tomar um tempo, olhar o elenco e decidir se precisaria de jogadores. Não sugeri, mas não queria perder nenhum. Nem quero”.

21 de junho – Dois dias depois de manifestar pela primeira vez certa insatisfação, Osorio classificou como “muito frustrante” a posição de mãos atadas frente à saída de Denilson.

“Não está assinado ainda. Essa é a incerteza a que me referia anteriormente. É muito frustrante trabalhar assim. ‘Está, não está, vai, não vai’. Vamos esperar três dias e definimos. (…) Também perdemos Paulo Miranda, que nos oferecia a possibilidade de jogar com três zagueiros”.

26 de junho – Osorio afirma pela primeira vez que a diretoria não o avisou dos problemas financeiros do clube quando o contratou.

“Não mentiram para mim. Mas não falaram da situação econômica tão delicada do clube. Agora entendo melhor, mas não pensava que o problema era tão grande, que teria de vender três jogadores ao mesmo tempo. Achava que era apenas um”.

3 de julho – São Paulo já havia perdido à essa altura Dória e Souza, outros dois titulares, e às vésperas de jogo contra o Fluminense pelo Brasileirão, o técnico disse em tom crítico que ainda não saberia quem poderia escalar, porque outros jogadores também poderiam sair do clube. O técnico ainda bateu mais forte sobre a diferença entre o projeto apresentado a ele e a real situação do São Paulo, forçado a desmanchar o elenco para resolver problemas financeiros.

“Muitas dúvidas. Há jogadores que possivelmente fiquem aqui ou que vão embora. Não há segurança ainda para falar do time, e também temos outro treino amanhã para definir (…) Entendo a decisão de vender jogadores, mas não compartilho dela. Eu penso que o certo seria vender dois jogadores (…) Não me garantiram que não vá sair mais ninguém. Mas não me garantiram que iriam sair três da mesma posição. Denilson, Souza e Rodrigo. Isso nunca se falou. Não me enganaram, mas não me falaram que existia a necessidade de vender cinco jogadores”.

23 de agosto – Não bastasse a insatisfação pelo desmanche do elenco, Osorio nesse momento estava profundamente magoado por uma mensagem enviada por um importante dirigente do São Paulo a ele, criticando suas escolhas como treinador. Naquele momento o técnico cogitou seriamente pedir demissão e foi temporariamente demovido da ideia pelo vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro.

“Recebi uma mensagem de um diretor após a partida e fiquei muito surpreso. Então vou sentar e ver o que é melhor (…) É uma situação delicada. Acho que não é o melhor momento para uma resposta final. Vou avaliar com minha família e decidir”.

26 de agosto – Três dias depois, depois de desistir da demissão, o técnico falou que “tem sentimentos” e voltou a dizer que o São Paulo precisaria de reforços para disputar o Brasileirão.

“Sou um ser humano. Tenho sentimentos, alegrias, saudades… normais. Eu vim com um propósito, com o objetivo de ganhar no Brasil. É muito difícil quando você perde três jogos consecutivos (…) Eu concordo com Rogério. O elenco precisa de reforços”

28 de agosto – Dois dias depois Osorio falou em tom mais sério no CT da Barra Funda e voltou a falar sobre aquela e outras mensagens recebidas por dirigentes do clube. E criticou de forma firme.

“Estava com Milton [Cruz, coordenador], mostrei a ele uma mensagem de uma pessoa do clube que oferece muitos jogadores. Agora, em minha humilde opinião, o time precisa de um volante. Estamos trabalhando com Thiago Mendes e Breno para essa posição. Centroavante, um Luis Fabiano mais jovem, por exemplo. De futebol e jogadores falam muitos. Minha responsabilidade e posição é a parte desportiva. Neste clube há muito gente dando opiniões”.

17 de setembro – Após criticar desmanche, falta de clareza sobre a situação financeira e interferências da diretoria, Osorio falou pela primeira vez que as polêmicas extra-campo do São Paulo – demissão do CEO Alexandre Bourgeois e discordância sobre valor da dívida, naquela semana – atrapalhavam o time.

“A situação conturbada chega aos jogadores. Eles percebem todos os problemas que têm ao redor do time. Em minha humilde opinião (atrapalha) sim, muito. Porque não há estabilidade e você percebe isso”.

23 de setembro – Ao falar mais uma vez sobre o desejo de disputar uma Copa do Mundo, Osorio disse após a vitória por 3 a 0 sobre o Vasco que “há situações e coisas” que não gosta.

“Todos aqui sabem da realidade do futebol brasileiro. Três, quatro maus resultados e eu não estaria aqui. Vou jogo a jogo. Há situações e coisas que eu não gosto, não compartilho. Em nível de clube, estou no melhor. Não quero ir a outro. Uma seleção… estamos falando de outra coisa. Uma possibilidade de Copa do Mundo é algo diferente. Tenho objetivos como qualquer um. Meu coração e minha cabeça estão aqui, mas não posso falar do dia de amanhã”

25 de setembro – Na última sexta-feira, a insatisfação de Osorio foi exposta da forma mais intensa, com a resposta à pergunta se ele confia na atual diretoria do clube.

“Pelo que fizeram com o elenco e com os desfalques, não”.

Qual a situação de Osorio hoje no São Paulo?

A declaração irritou membros da diretoria, como era de se esperar. Até a noite de sexta-feira, no entanto, não havia o pensamento entre dirigentes de pressionar o presidente Carlos Miguel Aidar pela demissão do técnico, cujo contrato até o fim de 2016 não tem multa rescisória.

Osorio também afirma que não há possibilidade de se demitir após o clássico contra o Palmeiras, neste domingo, no Morumbi. O técnico ainda tem o objetivo de avançar com o São Paulo na Copa do Brasil. Dentro do clube, a impressão é que Osorio poderá pedir demissão na próxima semana, após o segundo jogo contra o Vasco pelas quartas de final, ou no máximo até o fim de outubro, quando se encerra o prazo do brasileiro Ricardo Ferretti como técnico interino da seleção mexicana.

 

Fonte: Uol

4 comentários em “Passo a passo: veja como Osorio deixou de confiar na diretoria do SP

  1. ???? Quem pode confiar nesses assassinos e ladro’es de casaca do nosso futebol e paiz
    eu jamais, e voces ????
    Vejam o publico de amanha’ e’ todo um reflexo do nada, da mentira e da hipocrisia,
    me coloquem fora do st pois pedi e na’o me colocaram, me expulsem na’o sou torcedor de voces e sim do SAOPAULO dos antigamente, na’o dos antaidares e jjs
    da vida.
    Cambada, o colombiano e’ terceiro mundo como nosotros, pero no es un raton como vosotros di mierda du karajo

  2. Uma coisa que me deixa pensativo é o fato do Osório reclamar tanto do tal desmanche, se a unica coisa certa feito pela diretoria foi a limpeza dos que faziam corpos moles e paneleiros, a prova disso é que hoje temos zagueiros, primeiro e segundo volante melhores dos que os anteriores. Mas que colou como desculpa para tudo. Foi mal levantar polemica antes de duas partidas decisiva, espero que o elenco leve na boa. Ainda sobre a limpeza, ela poderia ter sido em maior numero, por razões obvias.

  3. Muito drama nesta história para um treinador que não é o Guardiola.

    Na verdade, o que mais pesa é fator carater dele. Como ele é um cara diferente dos treinadores brasileiros, ele expõe toda a podridão que os outros temem, sem pensar que amanhã não tem trabalho. E sabe porque? Porque o cara estudou, tem conhecimento do que faz e mercado. Não vive de puxa-saquismos. Tem gente mais proxima a ele que JAMAIS faria uma declaração destas, porque sabe que perderia o emprego no dia seguinte.

    Osório nada mais expôs o que a torcida do SPFC sente, não tem confiança na diretoria.

    Osório vai sair e tirando o Muricy não tem outro técnico aqui para substituí-lo.
    SPFC vai se f**** se este cara sair agora, no final dos campeonatos – ainda não nos livramos da zona de rebaixamento e teríamos uma chance de título ainda.

  4. Neto comentando é uma merda só fala merda,os cara mete o pau no Osório quem foi neto aquele jogador que quando não dava certo com os seus treinadores fazia corpo mole pra derrubar ,cara se essa diretoria entender um pouco de futebol eles farão de tudo pra segura o Osório, vou torce muito pra ele fica,

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