Para Souza, torcida do SP não perdoará ‘novo Grafite’

O meia Souza foi contratado pelo São Paulo em 2003 como uma aposta e deixou o Morumbi cinco anos depois com grande identificação com a torcida e diversas conquistas: um estadual, uma Libertadores, um mundial e dois Brasileirões. Hoje, aos 35 anos e jogando pelo Ceará, ele enxerga de longe situação semelhante à que viveu no São Paulo dez anos antes, em 2004: o futuro do Corinthians no Paulistão depende do rival. Pela experiência vivida, de quando o atacante Grafite marcou dois gols contra o Juventus e salvou o Corinthians do rebaixamento, Souza afirma que o jogador tricolor que sacramentar o avanço do rival às quartas de final ficará igualmente marcado. Na conversa, sobrou até para o eterno rival Vampeta.

“Com certeza quem fizer gols vai ficar marcado negativamente, como o Grafite ficou. Faz dez anos e se comenta sobre isso ainda hoje. Era para ser um fato positivo para o Grafite, fez os gols, e se criou um ponto negativo por esse aspecto”, avalia Souza.

Souza estava em campo no Anacleto Campanella, em São Caetano do Sul, naquele 14 de março de 2004, quando Grafite fez os gols do São Paulo na vitória por 2 a 1 sobre o Juventus. O placar rebaixou o clube da Rua Javari. Se houvesse derrota são-paulina, o Corinthians teria caído à segunda divisão do estadual por ter sido derrotado pela Portuguesa Santista na mesma tarde.

Antes e durante a partida, os jogadores do São Paulo ouviram pedidos da torcida tricolor para que entregassem a partida e facilitassem uma vitória do Juventus. Além de Souza, estavam outros atletas que se envolvem com a situação semelhante dez anos depois: Luis Fabiano era o companheiro de Grafite no ataque tricolor, assim como Rogério Ceni era o goleiro. O lateral esquerdo Fábio Santos e o meia Danilo, hoje no Corinthians, atuaram pelo São Paulo na ocasião.

Apesar da reação da torcida para que o São Paulo entregasse o jogo, Souza diz que não houve reação negativa da diretoria – Marcelo Portugal Gouvêa era o presidente: “Não, nada, nada. A única coisa que pegou negativamente foi para o Grafite. Acaba caindo nas costas mais de quem faz os gols. O torcedor pega aquilo que escuta. Claro que vai ter matéria sobre isso, e o torcedor vendo aquilo, que o trabalho de um jogador acabou ajudando o arquirrival, o jogador vai ficar marcado. No Brasil existe isso, vende-se coisa boa, mas vende-se mais a desgraça”, diz o meia, que hoje brinca e dá o aval para que o São Paulo tire o Corinthians do Paulistão: “Mas seria uma boa. Não achei que tivesse outra ocasião como aquela. Dizem que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Caiu de novo”.

 

Fonte: Uol

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