Foi preciso convencer Rogério Ceni de que era melhor não se expor ao risco de lesão ou ao cansaço físico para que ele aceitasse não enfrentar o Fluminense, no domingo, quando ele teria igualado recorde de Pelé como jogador brasileiro que mais vezes atuou por uma mesma equipe.
Quem se deu ao trabalho foi o técnico Muricy Ramalho, que pretendia poupar o grupo principal para a partida desta quarta-feira, contra a Ponte Preta, pela primeira semifinal da Copa Sul-americana, no Morumbi. Amigo de velha data, ele conversou pessoalmente com o jogador, cujo contrato com o clube se encerra em dezembro.
“Tive que falar com ele, dar minha opinião. É claro que ele quer bater recordes, tem um monte de recordes para bater, ele fala, mas tive que dar a opinião de que não tinha necessidade de estar se expondo. A gente tem jogos importantes”, falou o treinador, ao final da partida no Maracanã, em que sua equipe reserva foi derrotada por 2 a 1, de virada.
Sem Ceni, quem assumiu a meta são-paulina foi Denis. O reserva imediato fez boas defesas ao longo do confronto, mas falhou no gol de empate do time carioca. Ele espalmou mal um arremate de Samuel, e a bola bateu na trave e voltou para Jean, livre de marcação, cabeceá-la para a rede.
Muricy não culpou o camisa 12. Pelo contrário: lembrou que goleiro é o jogador que mais requer ritmo de jogo para ter boas atuações. Até por isso, não se arrependeu de ter convencido Ceni a ficar na capital paulista – e chegar aos 1116 jogos de Pelé na quarta-feira, no Morumbi.
“Ele (Ceni) treina muito. Um dia desses, ele estava fazendo musculação quase meia-noite, antes de um jogo. Tem que cuidar um pouco dele. Como tenho essa liberdade para falar as coisas, ele entendeu”, falou o técnico são-paulino, principal defensor da renovação de contrato do capitão.
Fonte: Gazeta Esportiva