Lúcio não quer ser a estrela do São Paulo

Lúcio foi eleito pela Fifa o melhor zagueiro do mundo em 2010. Ano em que também foi capitão da Seleção Brasileira na Copa, ganhou a Liga dos Campeões, o Mundial de Clubes e o Campeonato Italiano, defendendo a Inter de Milão. O currículo do jogador impressiona e o torna ídolo de seus novos companheiros.

Rhodolfo, que começará a temporada ao lado dele na defesa, tem oito anos a menos e já declarou que se inspirou no hoje parceiro para iniciar a carreira. Mas o Xerife não tem e não quer privilégios. Ao seu estilo, com poucas palavras, o veterano tem sido discreto em seus primeiros dias de São Paulo.

A seriedade é outra característica que ele carrega. Na hora das entrevistas, poucos sorrisos, bem diferente de boa parte da nova geração de jogadores do futebol brasileiro.

Em 20 minutos de conversa na última sexta-feira, o zagueiro demonstrou total confiança no elenco são-paulino e vê condições de ganhar muitos títulos em 2013. E ele é autoridade em conquistas.

Primeiramente, como tem sido esses primeiros dias aqui no São Paulo e o convívio com os outros jogadores do elenco?

A gente procura o mais rápido possível se adaptar, novo clube, novos companheiros, então quero o mais rápido possível estar me adaptando. E, com certeza, esse entrosamento e amizade de todo o grupo vai nos ajudar dentro de campo para conseguir os resultados.

O que tem achado do Rhodolfo e do Toloi e como têm sido os primeiros treinamentos com o time?

São dois grandes jogadores, importantes para o grupo. Quanto mais forte o grupo ficar, melhor para o São Paulo. todo mundo pensa da mesma forma e isso é importante para que os resultados acontecem. E todos os jogadores são importantes para o longo da caminhada e para ter sucesso nas competições. É um grupo que tem um perfil de quem entra em campo para vencer, para lutar pelos títulos, e isso ajuda muito. É um grupo que tem tudo para ter sucesso este ano. Um grupo que se respeita, isso é o que pode nos levar a grandes vitórias.

Na Copa de 2002, o Rhodolfo tinha 16 anos, viu você ser campeão e disse que é um sonho jogar ao seu lado. Como é para você atuar com jogadores que o idolatram?

Eu acredito que, primeiramente, é mostrando amizade e humildade. É poder demonstrar que sou igual a eles. Dentro de campo, sou mais um que veio ajudar. É poder ajudar, passar experiência, contribuir com aquilo que eu tenho de melhor e também apoiá-los e motivá-los porque todos também podem ter muitas conquistas na carreira.

Todos os seus títulos foram conquistados na Europa. Neste ano, o São Paulo vai jogar, pelo menos, seis competições, entre elas a Libertadores. Como você olha para a temporada e planeja as conquistas que o clube pode ter no ano?

Eu chego aqui no São Paulo para ajudar e contribuir. O meu objetivo e do grupo é ir em busca de títulos. A gente sabe do que já conquistou no passado, mas o que passou serve de motivação para a gente ir em busca de novos sonhos, novos títulos, novos objetivos. Eu penso dessa forma, acredito que o passado serve para motivar e mostrar para a gente que podemos ir longe e conquistar mais títulos. Esse é o meu objetivo aqui no São Paulo.

Aos 34 anos, a vontade de ser campeão é a mesma dos 18?

Eu acredito que sim. Minha motivação é muito grande. A responsabilidade também aumenta de estar representando um grande clube brasileiro. Acredito que sem motivação, independentemente da idade, você não consegue desempenhar um bom futebol.

Você chegou com status de líder. O Rogério pode se aposentar ao fim deste ano. Você se espantaria em ser o capitão do São Paulo no ano que vem? Já pensou nisso?

Eu não pensei nisso, mas não é uma coisa que me assusta. Qualquer que seja o jogador, acredito que tem de estar preparado para assumir responsabilidades e fazer o seu melhor para ajudar a equipe naquilo que for possível. Acredito que o São Paulo, com o Rogério, está muito bem servido, com a liderança, pelo tempo que está aqui, por tudo que já ganhou e pelo que faz hoje. Nosso objetivo é ajudar e, caso for preciso, a gente vai fazer o melhor para honrar a camisa do São Paulo.

Você tem o objetivo de se tornar ídolo do São Paulo?

Meu objetivo é fazer o meu melhor. Isso acontece ao natural. A gente sabe que ser ídolo do São Paulo, de uma grande equipe brasileira é importante, é o sonho de qualquer um. Demonstrando em campo boa perfomance, bom futebol, orgulho e alegria de estar defendendo as cores do São Paulo, esse status de ídolo vem naturalmente.

No próximo dia 22, o Felipão fará a primeira convocação dele. Você está de olho nessa lista?

Ele chegou a ligar para você depois que retornou para o Brasil? Não, não me ligou. Acredito que todo jogador que passou pela Seleção sabe da importância, responsabilidade e também o amor de representar a sua nação. Eu já passei por ali, já pude ganhar grandes títulos. A minha motivação continua a mesma. Meu objetivo maior é fazer o melhor pelo São Paulo e isso é uma consequência, que não depende só de mim. O importante é estar bem e, se caso acontecer, representar bem o Brasil.   Sua condição física tem sido muito elogiada.

Acredita que, assim como o Rivaldo e o Rogério, pode jogar com 40 anos?

Nunca tive uma lesão grave, que pudesse atrapalhar minha parte física e técnica. Espero continuar assim enquanto tiver saúde, disposição e mentalmente bem para jogar futebol e encarar os desafios. Vou fazer o meu melhor para me cuidar e chegar o mais longe possível.

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