Gestão do São Paulo tem estilo passional que marcou cartolas do Palmeiras

As diretorias de Palmeiras e São Paulo, que se enfrentam neste domingo no Morumbi, podem não se dar muito bem, mas conservam entre si mais semelhanças do que diferenças. E essas semelhanças ficaram mais claras nos últimos sete meses, os primeiros do presidente Carlos Miguel Aidar à frente do tricolor.

A cartolagem do São Paulo sempre foi considerada a mais sóbria e racional do Estado e sempre teve nos cartolas do Palmeiras seu oposto. Gestada no seio de descendentes de italianos, as diretorias palmeirenses ao longo da história criaram a imagem de um clube assolado por disputas internas, acaloradas discussões e brigas políticas que atrapalhavam o desempenho do time em campo.

Algumas dessas características agora acompanham a gestão de Carlos Miguel Aidar no rival do outro lado do muro que separa os dois centros de treinamento, na zona oeste da capital paulista.

Aidar assumiu em abril e logo comprou a briga que tiraria o atacante Alan Kardec do Palmeiras. O gesto deixou uma mágoa profunda no palmeirense Paulo Nobre. Os dois colecionam críticas mútuas através da imprensa.

Apesar do bom momento que o time tem na temporada, fora das quatro linhas a direção são-paulina viveu em apenas sete meses polêmicas e discussões que lembram às dos rivais.

Relembre algumas delas:

1 – Quando Aidar deu entrevista coletiva comendo banana para provocar Paulo Nobre.

Com apenas alguns dias no cargo, Aidar marcou uma entrevista coletiva e sentou em uma mesa cheia de cachos de banana. Enquanto respondia perguntas sobre as críticas do presidente Paulo Nobre em relação à contratação de Alan Kardec, ele descascava e comia as frutas. No Palmeiras, Nobre era apelidado de “banana” por desafetos.

2 – Quando ele disse que Kaká é perfeito para o São Paulo por ter “todos os dentes”.

O cartola acrescentou que Kaká, por ser bonito e alfabetizado, combinava perfeitamente com o clube. A declaração foi considerada elitista e preconceituosa. Aidar se defendeu e afirmou que era apenas uma brincadeira.

3 – Quando brigou com seu antigo aliado Juvenal Juvêncio e o demitiu.

A grande bomba dos últimos anos no Morumbi foi a entrevista à “Folha de S.Paulo” na qual Aidar fez duras críticas a seu antecessor na presidência. Juvenal havia sido seu principal cabo eleitoral. Os dois romperam e, em seguida, Juvenal foi demitido do cargo que tinha nas categorias de base do clube. O clima nos bastidores continua conturbado e opõe os aliados dos dois cardeais.

4 – Quando a disputa política impediu a votação do projeto de reforma do Morumbi.

Um dos reflexos dessa briga é o fato de que o a situação nunca consegue colocar em votação no Conselho Deliberativo o projeto de reforma do Morumbi, considerado essencial para deixar o estádio competitivo diante das novas arenas da cidade. O projeto não foi votado até hoje.

5 – Quando Aidar criticou o Cruzeiro por, supostamente, atrasar salários.

Em agosto, quando apresentou o meia Michel Bastos, o cartola disse que o Cruzeiro não era exemplo a ser seguido porque atrasaria constantemente o salário de seus atletas. Em nota oficial, os mineiros negaram e repudiaram a declaração.

6 – E depois quando ele mesmo atrasou pagamentos no São Paulo.

Um mês depois, devido à grave crise financeira no clube, revelou-se que o próprio São Paulo estava atrasando direitos de imagens de boa parte de seu elenco. Alguns jogadores chegaram a ter até três meses de pagamentos atrasados.

7 – Quando associou o Napoli à máfia italiana.

No meio de notícias de que o Napoli teria interesse em contratar Paulo Henrique Ganso, Aidar disse que nem a “Camorra toda” teria condições de levar o meia do Brasil. O clube italiano, claro, repudiou a associação.

8 – Quando um campeonato interno entre diretores e conselheiros foi parar na Justiça.

O exemplo mais prosaico da passionalidade dos cartolas são-paulinos aconteceu há uma semana quando um torneio interno entre diretores, sócios e conselheiros acabou em discussão e foi parar na Justiça. Tudo porque um dos times não concordou com uma decisão do juiz.

 

Fonte: Uol

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