A negociação entre São Paulo e Grêmio pela troca do zagueiro Rhodolfo pelo volante Souza, que já prometia ser longa, deve atrasar ainda mais. Nos últimos dias, o interesse do Fluminense na contratação do zagueiro que pertence ao São Paulo e está emprestado ao Grêmio se transformou em uma consulta ao clube paulista, que agora vê na nova frente de negociação uma nova oportunidade para voltar a sonhar com a contratação do atacante Rafael Sóbis.

O entrave dos negócios é que para ter Rafael Sóbis o São Paulo terá de abdicar de Souza. A moeda de pagamento para as contrações é a mesma. Rhodolfo é desejado por Fluminense e Grêmio.

Para o São Paulo, a negociação com Souza é mais fácil, porém mais longa. O volante tem salários em padrão que o clube paulista pode pagar e não criaria obstáculos para acertar termos de contrato. A parte mais demorada deste caso seria o acerto entre clubes e partes envolvidas. O Grêmio detém 50% dos direitos econômicos do volante, enquanto o Porto (POR) – clube anterior – detém 25% e o empresário Carlos Leite mais 25%. Todos os envolvidos teriam de passar pela negociação e concordar com termos antes da concretização, mesmo nos moldes propostos pelo São Paulo, da compra exclusiva da parcela de 50% que pertence ao Grêmio.

No caso de Sóbis, o acerto seria mais rápido, porém o entrave salarial é complicado. O atacante recebe cerca de R$ 500 mil mensais no Fluminense, pleiteia renovação de contrato com aumento nos vencimentos e não aceita ganhar menos para defender o São Paulo. Sóbis tem interesse na transferência para o Morumbi, mas condiciona a saída à manutenção dos salários.

Até esta quarta-feira, o São Paulo afirmou que não pagaria o valor que o jogador recebe no Fluminense. Salários em R$ 500 mil são semelhantes aos de Luis Fabiano, sendo que no caso do camisa 9 o clube não investe com todo o valor e tem o aporte de patrocinadores. Agora, no entanto, o discurso mudou. A diretoria fala em fazer uma composição e oferecer ao atacante de 28 anos valor semelhante ao que ele ganha atualmente. O argumento é a rescisão com o zagueiro Lúcio, que recebia R$ 480 mil mensais no clube e agora defende o Palmeiras. O São Paulo fez acordo para rescindir, pagou parte do valor que deveria de forma acumulada – tinha mais um ano de vínculo – e liberou espaço no orçamento para um novo jogador próximo ao teto salarial.

A viabilidade de Souza é maior, as chances de concretizar o negócio com Sóbis continuam menores, mas a diretoria voltou a sonhar com o atacante. A carência para o setor ofensivo explica a mudança de postura: hoje, no elenco, só Luis Fabiano, Osvaldo e Ademilson são alternativas para o setor ofensivo. Silvinho, que era a última opção, foi liberado nesta quinta-feira para a Ponte Preta.

A contratação de Rhodolfo foi um pedido do técnico Renato Gaúcho à diretoria do Fluminense. O treinador gosta do zagueiro, com quem trabalhou em 2013 no Grêmio, na campanha que levou o clube gaúcho ao segundo lugar do Brasileirão. Rhodolfo está emprestado ao Grêmio até o fim de junho, mas tem cláusula que permite a saída caso receba proposta de transferência de outros clubes. O Atlético-PR detém 50% dos direitos econômicos do zagueiro, enquanto o São Paulo é dono de quase toda a outra metade – o empresário Joseph Lee detém uma parcela.

Fonte: Uol