Experiências de Lúcio e Toloi inspiram o time para a decisão

– O futebol nos prova, diariamente, que o impossível hoje torna-se possível amanhã.

A frase foi dita pelo zagueiro Lúcio, um dos jogadores mais experientes do elenco são-paulino visando ao jogo desta quarta-feira, às 22h, contra o Atlético-MG. Calejado, o beque sabe da magnitude da tarefa que o time enfrentará para se classificar às oitavas de final da Libertadores e se apega nas vivências para mostrar que o “impossível é só questão de opinião”.

Em 1999, o Internacional precisava vencer o Palmeiras no Brasileiro para evitar o rebaixamento. Em campo, Lúcio, de 21 anos, participou da vitória colorada por 1 a 0. Onze anos depois, pela Internazionale (ITA), o beque ajudou o time italiano a vencer o Barcelona, tido como favorito, na semifinal da Liga dos Campeões. Agora, quer usar as experiências em busca da vaga.

–  O futebol é feio, de luta, entrega e foco. Nada é conquistado por acaso dentro de campo. Diante do Atlético-MG todos esses ingredientes estarão dentro da quatro linhas e também dentro de nós, que estamos ali no campo. Temos de crer até o último minuto – declarou, ao LANCE!Net.

Companheiro de zaga, Rafael Toloi também conta com momentos de superação, principalmente na Sul-Americana de 2010, quando o Goiás inverteu uma desvantagem contra o Palmeiras e foi à decisão. Na ocasião, o lateral-direito Douglas estava em campo. Nesta quarta-feira, ajudará na criação das jogadas ofensivas do clube.

– Sabíamos que seria difícil, mas não deixamos de acreditar. Pela mídia acho que dava que o Palmeiras sendo classificado. Aquilo foi importante para mim, para o meu amadurecimento e levo isso para acreditarmos, mostrar que somos capazes.

Nesta quarta-feira, na preleção antes de subir ao campo do estádio do Morumbi, os jogadores vão falar sobre jogar com a superação na ponta da chuteira. Pelas experiências, o time entra confiante para buscar a classificação.

Superações dentro do elenco

Desacreditado?
No Campeonato Brasileiro de 1999, o Inter precisava vencer o Palmeiras para escapar do rebaixamento. E, com gol de Dunga, conseguiu a vitória. O zagueiro Lúcio estava na equipe. Em 2010, o beque, atuando pela Internazionale (ITA) enfrentou o Barcelona, pela Champions League. O clube catalão era tido como o melhor do mundo, mas os italianos avançaram à final e, em seguida, faturaram a taça europeia após 45 anos.

Dupla da virada
Na Copa Sul-Americana de 2010, ainda pelo Goiás, o zagueiro Rafael Toloi e o lateral-direito Douglas estavam no time que encarou o Palmeiras na semi do torneio. Após perder em casa, o time, já  rebaixado no Brasileiro, decidiu a vaga fora de casa e, após sair atrás do placar, virou a partida e conseguiu avançar até a decisão do torneio sul-americano.

BATE-BOLA
LÚCIO, em entrevista exclusiva ao LANCE!Net

1 – Você esteve no time do Internacional, que se livrou do rebaixamento em 1999, após vitória contra o Palmeiras. Lembra daquele jogo?
Lembro muito bem! Precisávamos da vitória diante do Palmeiras, que tinha uma equipe bastante competitiva e qualificada. Foi uma partida muito tensa, complicada. Jogamos com toda a nossa força, toda a nossa vontade e, ao final, deu certo. Com aquele gol de cabeça do Dunga, a entrega de todos do elenco e com muita fé em Deus deu tudo certo no final.

2 – O foco e a preparação foram semelhantes com a de agora?
O foco de um time grande é sempre um só: vitória. Assim como naquela oportunidade, hoje precisamos vencer nosso adversário que, diga-se de passagem, tem um elenco excelente e que está em grande fase. Mas, em casa, com o apoio da nossa torcida, temos que ser fortes e superiores. É com esse pensamento que vamos entrar em campo contra o Atlético-MG. Eu tenho sempre comigo muita esperança e peço sempre força a Deus nesses momentos.

3 – Você vivenciou a final da Champions League pelo Bayer Leverkusen e ainda marcou um gol na final. Anos depois, você também atuou contra o time tido como melhor do mundo e, em dois confrontos, eliminou o Barcelona. Na final, venceu a Liga dos Campeões. Como foi a preparação?
Foi, como sempre, de muito trabalho e estudando os movimentos do adversário em jogos anteriores. No futebol, aliás, deve ser assim em todos os momentos. Para vencer, uma equipe precisa estar ciente do que tem que fazer e de tudo aquilo que o seu adversário pode apresentar, além de uma boa preparação psicológica e sempre crendo que Jesus esteja comigo em campo em todos os momentos.

4 – Contra o Atlético-MG, a tarefa é difícil, mas o time tem condições de passar. O que tirar de lições para o jogo?
O futebol é feio de luta, entrega e foco. Nada é conquistado por acaso dentro de campo. Diante do Atlético-MG todos esses ingredientes estarão dentro da quatro linhas e e também dentro de nos que estamos ali no campo. Temos que crer até o último minuto e crer que em Deus tudo que tudo é possível.

5 – Como diz uma música do Charlie Brown Jr, “o impossível é só questão de opinião”?
Todos os dias, vemos recordes mundiais sendo quebrados. Um esporte como é o futebol também nos prova, diariamente, que o é impossível hoje, torna-se possível amanhã. Tudo muda muito rápido em um esporte de alto rendimento, e eu creio e sei que para Deus não há impossíveis. Temos que fazer tudo que estiver ao nosso alcance pois quando não conseguimos fazer mais nada creio que nesse momento entra o agir de Deus. Tem sido assim em toda a minha vida, dentro e fora dos gramados.

BATE-BOLA
RAFAEL TOLOI, em entrevista exclusiva ao LANCE!Net

1 – Você esteve no time do Goiás que venceu o Palmeiras na Copa Sul-Americana. Mas, no primeiro jogo, perdeu em casa e teve de vencer fora. Lembra como foi a preparação?
A preparação foi a mesma, a equipe toda trabalhou com seriedade, confiante, sabendo que era capaz, da mesma forma que estamos trabalhando agora. O nosso grupo é muito forte, temos toda capacidade, basta nos unirmos dentro de campo para que a gente possa conquistar o resultado.

2 – Sabia da dificuldade para reverter a situação? O time estava desacreditado por todos?
Sabíamos que seria dificil, não deixamos de acreditar, pela mídia acho que dava o Palmeiras sendo classificado. O grupo todo acreditou, viemos confiantes e conquistamos a vitória. Estávamos motivados. Esse é o pensamento. Muda tudo. Não é mais Sul-Americana, é Libertadores, sabemos da pressão, da responsabilidade, confiantes. Estou no São Paulo, que é um clube imenso, grupo unido, confiante, e se jogarmos juntos vamos conquistar o resultado.

3 – O que trazer daquele jogo para o confronto diante do Atlético-MG?
Foi uma coisa importante para mim, para o meu amadurecimento, levamos isso para a gente acreditar, saber que é capaz para acreditar. Sabemos que podemos vencer o jogo, trabalhamos bem, é colocar dentro de campo, fazer bons jogos como a gente vinha fazendo. Todos têm qualidade, sabemos que podemos vencer, trabalhamos bem e agora é colocar dentro de campo.

Osvaldo também é decisivo

O atacante Osvaldo tem histórico de marcar gols em jogos decisivos. Tal fato pôde ser visto na final da Copa Sul-Americana, quando o camisa 17 marcou o segundo gol na vitória diante do Tigre (ARG). Além disso, nas passagens pelo Ceará e Fortaleza o jogador também teve momentos de protagonismo. Agora, diante do Atlético-MG, quer manter o brilho da “estrela” para que o time consiga a classificação.

– Busquei fazer o melhor e não me omitir, como sempre procuro fazer. Deus me abençoou, minha estrela brilhou, e consegui ajudar o time naquela ocasião (pelo Fortaleza, evitando o rebaixamento do time no Brasileiro) e em algumas outras na minha carreira. Estou muito confiante para esse jogo, ciente da minha responsabilidade e do que o torcedor do São Paulo espera de mim. O que posso prometer é que vou deixar a minha alma no campo por eles e pelo clube.

Osvaldo ainda procura fontes de inspiração para conseguir ter um bom rendimento na decisão contra o Galo.

– Nesses momentos é importante você ter personalidade, não se omitir. Acho que todo o time teve essa consciência e acabamos sendo recompensados por isso. Sabíamos que havia uma saída, nos agarramos naquele fio de esperança, as coisas foram acontecendo até que conseguimos nosso objetivo. A sensação de se realizar algo que todos consideram difícil, de se superar, é muito boa. Espero sentir isso de novo quando o juiz apitar o final da partida – completou.
Fonte: Lance

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