DIS espera venda de Ganso à Europa para recuperar investimento

Paulo Henrique Ganso trocou o Santos pelo São Paulo em setembro de 2012 e viveu longo período de instabilidade no Morumbi, mas terminou a temporada de 2013 como o destaque do time. Passou a ser protagonista a partir da chegada do técnico Muricy Ramalho, com quem trabalhou e conquistou a Libertadores na Vila Belmiro. Em breve, se depender de quem detém a maior parte dos direitos econômicos, Ganso deverá deixar o São Paulo e se transferir para a Europa: a DIS, do grupo Sonda, vai encerrar suas atividades no futebol e espera que o meia seja vendido ao mercado europeu nos próximos anos para recuperar o investimento.

A DIS detém 68% de Ganso, e começará 2014 com 58% – por contrato, o São Paulo tem obrigação de comprar 10% do jogador por R$ 5 milhões após o meia ter participado de mais de 70% das partidas da temporada. Desgastada pela venda de Neymar ao Barcelona (ESP), a empresa de Delcir Sonda se afastará do futebol e tenta comercializar o portfólio de mais de 50 jogadores o mais rápido possível.

A estratégia em relação a Ganso é diferente. A empresa não quer se desfazer dos 58%. Por isso não oferece a parcela a outros investidores ou ao próprio São Paulo. A expectativa é por uma proposta de um clube europeu por 100% dos direitos. Assim, a DIS espera ter sua porção mais valorizada no mercado.

O planejamento da empresa em relação a Ganso, de 24 anos, condiz também com o que o estafe atual do jogador – a DIS deixou de representa-lo em julho, e deu lugar a Giuseppe Dioguardi – espera do mercado. Até no São Paulo, internamente, espera-se que a ascensão do meia seja seguida de milionárias propostas do futebol europeu. Ganso também nunca escondeu e até hoje fala sobre seu desejo em atuar no exterior e tem os grandes clubes italianos como principal alvo.

A DIS ainda deve adotar postura semelhante em relação ao zagueiro Dedé, do Cruzeiro. Aos 25 anos, ele compete por vaga na seleção brasileira para a Copa do Mundo e tem tudo para se valorizar em 2014. A empresa detém 55% de seus direitos econômicos e foi influente na transferência do Vasco para o clube mineiro, no meio do ano, assim como na saída de Paulo Henrique Ganso do Santos.

A transferência de Ganso ao São Paulo foi, proporcionalmente, mais valiosa que a de Alexandre Pato, do Milan (ITA) para o Corinthians, por R$ 40 milhões. Proporcionalmente, os 32% comprados pelo clube do Morumbi por R$ 17 milhões avaliam o jogador em R$ 53 milhões, na totalidade de seus direitos. Com Muricy Ramalho, Ganso voltou à boa fase e foi o principal jogador da equipe na recuperação que liquidou o risco de rebaixamento no Brasileirão – antes disso, foi reserva sob o comando de Ney Franco e Paulo Autuori.

Os jogadores menos expressivos da DIS devem ser negociados com clubes e outros grupos de investidores – o primeiro procurado pela empresa foi o português Jorge Mendes, que agencia astros como Cristiano Ronaldo e Falcao Garcia e o técnico José Mourinho. Ele é dono da GestiFute, considerada a maior empresa de gerenciamento de carreiras no futebol e possui também um fundo de investimento em atletas. No Brasil, é representado pelos ex-jogadores Deco e Luizão.

A DIS encerrará as atividades por causa do desgaste decorrente da transferência de Neymar ao Barcelona (ESP). O ex-atacante do Santos foi vendido por 17 milhões de euros (R$ 49,6 milhões). O Santos ficou com 9,35 milhões de euros (R$ 27 milhões), a DIS embolsou 6,5 milhões de euros (R$ 18,9 milhões) e a Teisa, dona de 5% dos direitos do atacante, lucrou outros 860 mil euros (R$ 2,5 milhões).

No entanto, a DIS questionou uma série de pontos nessa divisão. A empresa apontou amistosos, preferência em negociações com outros jogadores santistas e até um adiantamento dado a Neymar como formas de reduzir o valor que o Santos destinou ao grupo.O imbróglio ampliou uma rusga que já existia entre Santos e DIS. A empresa chegou a acionar a justiça para tentar receber um valor maior pela transferência de Neymar.

 

Fonte: Uol

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