A diretoria do São Paulo está muito preocupada com a relação entre Ney Franco e o elenco. Além do clima não estar bom nos bastidores, as manifestações públicas de ambos os lados têm incomodado à cúpula, que preza por resolver os problemas internamente.
Mas uma coisa é certa, o discurso de Juvenal Juvêncio em outubro de 2011 não será aplicado dessa vez. Naquela oportunidade, o presidente do clube afirmou que se a situação não melhorasse, ele trocaria os jogadores e não o técnico. Agora, se os resultados não surgirem na Copa Libertadores, a corda vai estourar para o lado de Ney Franco.
Na visão da diretoria, ter de se desfazer de um técnico eventualmente desvalorizado não causa grande impacto no mercado. Por outro lado, o sinal de alerta é ligado ao ver atletas de grande valor, caso de Ganso por exemplo, em baixa. O clube não quer perder seu investimento e patrimônio, já que também vive de grandes negociações.
O fato do Maestro não conseguir jogar é visto por muitos como culpa de Ney Franco. Se o meia está recuperado e liberado pelo departamento médico, por que ele não volta a atuar pelo menos próximo do nível que tinha no Santos, questionam os defensores de Ganso.
A situação do treinador não melhorou depois da vitória sobre o Oeste, no último domingo. Na coletiva, Ney tentou colocar ordem e afirmou que quem reclamar de ser substituído, não jogará mais. A diretoria não digeriu bem mais uma rebatida do treinador, que já havia respondido publicamente a Rogério Ceni (ano passado) e ao vice-presidente de futebol João Paulo de Jesus Lopes (há três semanas).
O descontentamento com o trabalho de Ney Franco é também porque a equipe não consegue apresentar bom futebol desde o início do ano e fracassou nos clássicos e jogos mais decisivos de 2013.
Por enquanto, o técnico será mantido no cargo. A expectativa é que ele consiga ao menos controlar as insatisfações dos jogadores e unir o grupo novamente, como estava no fim de 2012, quando o Tricolor conquistou a Sul-Americana. Se isso não ocorrer e o clima continuar ruim, o mau futebol deve seguir. A consequência pode ser uma eliminação precoce na Libertadores e a demissão de Ney Franco.
As discussões públicas com os jogadores
Rogério Ceni
No ano passado, contra a LDU de Loja (ECU), no Morumbi, Rogério Ceni queria a entrada de Cícero no time. Ney chamou Willian José e o goleiro reclamou. No campo mesmo, o treinador retrucou para Ceni. Na coletiva depois do jogo, Ney reprovou a atitude do capitão e disse que quem mandava na equipe era ele. No dia seguinte, Rogério também se pronunciou e negou haver qualquer conflito com o treinador.
Ganso
Titular contra o Palmeiras, com Jadson poupado, Paulo Henrique Ganso não gostou de ter sido substituído no início do segundo tempo, após a expulsão de Lúcio. Saiu de campo cabisbaixo, sussurrou insultos e atirou um copo d’água ao chão ao chegar no banco de reservas. Após a partida, disse não ter entendido a alteração, nem o motivo pelo qual ainda não é titular. Minutos depois, Ney Franco não criticou o atitude do meia, e defendeu a postura.
Lúcio
Contratado para encorpar o espírito aguerrido do elenco para a Copa Libertadores, Lúcio não gostou de ser substituído contra o Arsenal (ARG), na última quinta-feira. Saiu do gramado sem cumprimentar Ney Franco e os colegas de equipe, e foi para o vestiário. Lá, assistiu ao segundo tempo, e foi o primeiro a ir para o ônibus da delegação. No desembarque em Guarulhos no dia seguinte, alfinetou o treinador e confirmou a insatisfação.
Fonte: Lance
Vou dizer outra coisa:
O SP não precisava do Lúcio. Algum desavisado não foi capaz de raciocinar que, se os clubes italianos tinham interesse no Rodolfo é porque o Lúcio, que já estava lá, não estava servindo pra ninguém . Aí contratou-se um veterano que já não estava jogando regularmente, com salário altíssimo, que certamente causa algum desconforto nos companheiros e que, devidamente comparado, hoje produz muito menos que o Edson Silva que, tenho certeza, não deve ganhar 20% de seu parceiro de zaga.
E ainda faz “panca” pra sair do time. Na Itália ficava quetinho no banco e não reclamava.
Se a diretoria quiser um SP equilibrado como era antigamente, deveria reafirmar em público e particularmente a autoridade do Ney Franco e ficar ao seu lado neste momento de confusão; mesmo porque, outro técnico que viesse para o lugar dele já chegaria sabendo que seria apenas um “distribuidor” de camisas, sem autoridade alguma junto aos “medalhões” do time.
Paulo Roberto, vc tem razão no seu comentario.
Eu acho que o maior problema do São Paulo não
é o Ney Franco e sim o Lucio que veio ganhando
muito mais que os outros e isso esta gerando
desconforto.
É só lembramos do Ricardinho quando foi contratado.
Vou dizer uma coisa:
Quando Ganso e Neymar surgiram para o futebol, pelos toques precisos, que invariavelmente encontravam algum companheiro bem colocado, cheguei a apostar em que o Ganso seria o craque da dupla. Com o tempo, ainda jogando no Santos, percebi meu erro: o que acontecia é que, com Neymar puxando toda marcação sobre ele e desequilibrando, sobrava muito espaço e companheiros desmarcados para receber as bolas que ele tocava.
O que acontece hoje é que o SP não tem ninguém que mereça atenção especial e que puxe uma marcação maior, permitindo aos demais, espaço para receber bolas em condições de finalizar. Ademais, e isso só tem a ver com as condições técnicas do Ganso, ele tem errado, sistematicamente, passes de 3 ou 4 metros; em todos esses jogos que fez pelo SP, nenhuma vez deu um passe que lembrasse um craque; sua movimentação é lenta e previsível e não procura um espaço vazio para ter oportunidade de fazer diferença.
É uma pena, mas estou querendo acreditar que os santistas estão certo: um compadre carregava o outro. . .