Dilema de Ceni: como atacar o Santos na Vila e não “virar passeio” outra vez

Rogério Ceni tem insistido que seu time joga para vencer, é ofensivo e busca o gol independentemente do estádio em que atua. O clássico desta quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), na Vila Belmiro, então, apresenta-se como um dilema para o técnico.

Nas últimas vezes em que o São Paulo tentou atacar o Santos fora de casa, tornou-se presa fácil. Em resumo, “virou passeio” – expressão consagrada por Galvão Bueno no 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil na Copa do Mundo.

Uma delas, inclusive, foi o último jogo oficial do ex-goleiro, que teve de ser substituído no intervalo após se machucar em dividida com Lucas Lima.

Em outubro de 2015, o Tricolor precisava vencer para avançar à final da Copa do Brasil, pois havia sido derrotado por 3 a 1 no Morumbi. O então técnico Doriva escalou Michel Bastos, Paulo Henrique Ganso, Alan Kardec, Alexandre Pato e Luis Fabiano. A tática videogame naufragou em 23 minutos, quando o Santos já vencia por 3 a 0. No segundo tempo, o São Paulo diminuiu para 3 a 1. Ceni, com o tornozelo direito machucado, foi substituído por Denis e nunca mais jogou.

Naquele mesmo ano, só que pelo Campeonato Brasileiro, o colombiano Juan Carlos Osorio escalou três atacantes na Vila: Wilder, Pato e Rogério. Até conseguiu equilibrar a partida por meia hora, mas depois sofreu 3 a 0.

Para a partida desta noite, Ceni nem tem um repertório ofensivo tão vasto. Lucas Pratto ainda não está inscrito e só deve estrear no fim de semana, diante do Mirassol. Outro atacante que seria titular, Wellington Nem se lesionou na primeira rodada do Campeonato Paulista e só deve retornar em março. A boa notícia é que o argentino Chavez, desfalque no último jogo por conta de dores musculares, foi relacionado.

Além dele, vão para o clássico o centroavante Gilberto, de quatro gols nos últimos dois jogos, e os velozes Luiz Araújo e Neilton, além de Cueva, meia que tem atuado mais adiantado.

A questão não passa somente pela escalação, mas principalmente pela postura do time em campo. Nos jogos anteriores, o São Paulo esteve postado com ousadia, tentando controlar o jogo e recuperar a bola sempre no campo de ataque do adversário.

O problema é que, quando a equipe não conseguiu fazer isso, o adversário avançou com liberdade, e isso pode ser fatal diante dos passes precisos de Lucas Lima para a velocidade dos atacantes, principalmente Copete, além da passagem do lateral-direito Victor Ferraz.

Cueva São Paulo (Foto: Érico Leonan/saopaulofc.net)Cueva, que é meia, tem atuado mais adiantado: até na Vila Belmiro? (Foto: Érico Leonan/saopaulofc.net)

Naquela semifinal de 2015, o São Paulo de Doriva apresentou um abismo entre defesa e ataque. Praticamente não existia meio-campo nem recomposição, e foi onde o Santos jogou facilmente. Como Ceni tem insistido na compactação, isso não deve ocorrer, mas a saída do rival em velocidade atormenta a comissão técnica.

A escalação tricolor ainda é uma incógnita. O técnico fechou o treino da última terça-feira para definir a equipe com atividades táticas e de bola parada. A tendência é que a base da goleada por 5 a 2 sobre a Ponte Preta no domingo seja mantida, com algumas mudanças prováveis, como o retorno do lateral-direito Buffarini à esquerda.

Próximo adversário: Santos
Local: Vila Belmiro, Santos
Data e horário: quarta-feira, 21h45 (de Brasília)
Escalação provável: Sidão, Bruno, Maicon, Rodrigo Caio e Buffarini; João Schmidt; Thiago Mendes, Cícero, Cueva e Luiz Araújo; Gilberto
Desfalques: Pratto e Jucilei (ainda não estão inscritos), Wellington Nem (estiramento na coxa esquerda) e Wesley (recupera-se de artroscopia no joelho esquerdo)
Arbitragem: Vinicius Gonçalves Dias Araujo, auxiliado por Anderson José de Moraes Coelho e Bruno Salgado Rizo
Transmissão: TV Globo para SP (com Cleber Machado, Caio Ribeiro, Casagrande e Paulo César Oliveira) e Premiere, Premiere HD e PFCI (com Odinei Ribeiro e Wagner Vilaron); Rádio Globo/CBN (com Oscar Ulisses, Mário Marra e Paulo Massini)

 

Fonte: Globo Esporte

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