De execrado a curinga, Paulo Miranda sobe no conceito de Ney Franco

Os três jogos que fez improvisado nas laterais eleveram Paulo Miranda no conceito de Ney Franco. Ao chegar ao São Paulo, o treinador tinha dele a referência de um zagueiro sub-aproveitado e com histórico de ter sido retirado da concentração por decisão da diretoria, quando o comandante era Emerson Leão.

A história hoje é outra. Mesmo não sendo o titular do seu setor de origem, que tem Rafael Toloi e Rhodolfo na dupla de zaga, o beque virou um bom curinga. Foi bem como lateral direito nos duelos com Bahia e Ponte Preta e não comprometeu quando invertido para a esquerda, durante o clássico contra o Corinthians.

“O que me chamou atenção foi o lado emocional do jogador. Passando por todas essas dificuldades, não se entregou. Poderia ter cavado saída e não fez isso. Poderia ter se escondido no departamento médico, mas foi a campo. Como treinador, eu o valorizo muito mais ainda agora, porque me ajudou quando precisei dele”, destacou Ney Franco.

Paulo Miranda foi contratado em janeiro e caiu em desgraça depois de cometer pênalti na derrota por 3 a 1 para o Santos, que eliminou o São Paulo na semifinal do Campeonato Paulista, no Morumbi. Naquela ocasião, ainda vacilou no segundo gol adversário. Foi o bastante para a diretoria retirá-lo das oitavas de final da Copa do Brasil, frente à Ponte Preta.

A determinação da cúpula do futebol, em meio à concentração, de que ele não poderia ser mais escalado se deu a contragosto de Leão. O treinador só pôde voltar a usá-lo bem mais tarde. Recentemente, quando Ney Franco chegou, improvisou o volante Casemiro na defesa em vez de colocar Paulo Miranda ou qualquer outro beque de ofício disponível no elenco.

A redenção surgiu do acaso. Douglas se machucou e, por ter apenas o jovem Henrique Miranda à disposição, o comandante resolveu arriscar e deu uma chance ao zagueiro. Que foi bem e recebeu elogio até do exigente capitão Rogério Ceni após a vitória sobre o Bahia. Dois jogos depois, Paulo Miranda volta ao banco, mas com outro status. “Se precisar, ele joga até de volante”, comemorou Ney Franco.

Fonte: Gazeta Esportiva – Foto: Vipcomm

Um comentário em “De execrado a curinga, Paulo Miranda sobe no conceito de Ney Franco

  1. “Curingas” surgem em elencos deficientes. O Cícero no começo do ano era também era “curinga”.
    Paulo Miranda e Cícero merecem elogios pela disposição, mas a diretoria deveria ter vergonha de ver curingas no seu time.

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