Fosse outro – Ney Franco, por exemplo -, otreinador do São Paulo atual talvez estivesse recebendo cobrança muito maior da torcida devido à campanha irregular no Campeonato Paulista. Mas quem dirige o time é o tricampeão brasileiro Muricy Ramalho, que nesta quarta-feira chega à marca de 400 partidas pelo clube.
“As coisas estão sendo mudadas aos poucos. Tinha muita coisa errada no ano passado, era uma tristeza. Tenho dois anos de contrato e as costas largas. Sei o que estamos fazendo e vamos brigar pelos títulos”, disse, na sexta-feira, antes do empate com o Santos, o terceiro consecutivo.
O resultado de domingo diminuiu para três pontos a distância, mas o São Paulo ainda é apenas o segundo colocado do grupo A, atrás do Penapolense. Em um formato com um grande em cada grupo, o natural seria que o time de Muricy liderasse o seu, tal qual fazem Palmeiras e Santos em suas respectivas chaves. O Corinthians não está nem entre os que neste momento avançariam.
“Se já estão nos cobrando por não estarmos em primeiro, imagine se estivéssemos brigando para ficar entre os dois. A pressão seria ainda maior”, disse o atacante Osvaldo, nesta terça-feira. A cobrança a que o jogador se refere tem se limitado a eventuais vaias, como ao final do 0 a 0 com a Portuguesa, o primeiro da série de três empates. Nada além disso, e graças a Muricy Ramalho, em especial. Ele tem reconhecimento da torcida pelos feitos do passado – o não rebaixamento à segunda divisão nacional, em 2013, está entre eles – e veda bem a pressão.
Ele mesmo admite, entretanto, que só isso pode não bastar. “Temos sempre que conquistar títulos, porque a memória das pessoas é curta”, falou ao site do clube, ao comentar a marca que alcançará nesta noite, enfrentando o XV de Piracicaba, no Barão de Serra Negra. Uma marca inferior apenas às de Telê Santana (411 jogos), Poy (422) e Feola (532), mas que, com suas costas largas e seu longo vínculo, pode ficar bem maior.
“Minha ideia é ficar aqui até o final do meu contrato, e quem sabe encerrar a minha carreira. É claro, se me deixarem ficar até lá (risos). Aí consigo bater o recorde do Feola”, brincou o técnico, que levará ao interior paulista a quinta escalação diferente em cinco partidas.
Iniciada em 1994, a trajetória do ex-jogador à beira do campo tem cinco títulos pelo São Paulo. Além dos três troféus do Campeonato Brasileiro (2006, 2007 e 2008), ele conquistou a Copa Conmebol, em seu primeiro ano como treinador, e a Copa Master Conmebol, em 1996. Ao todo, nas três passagens pelo clube, soma 213 vitórias, 109 empates e 77 derrotas.
Fonte: Gazeta Esportiva