Comissão do Estatuto tem dia decisivo nesta quinta-feira

A Comissão que está elaborando novo estatuto do São Paulo tem dia decisivo nesta quinta-feira. A partir das 18h ela estará reunida para definir os últimos ítens propostos nas emendas dos sócios, e considerados os de mais difícil aceitação por parte do Conselho Deliberativo. A data final para entrega do novo estatuto para aprovação do Conselho Deliberativo é 31 de outubro.

De acordo com alguns membros da comissão, com os quais conversei, a deverá ser decidido a forma de votos no Conselho Deliberativo. Hoje a votação é aberta. Há a defesa de que todas as votações passem a ser secretas, exceção feita às das despesas e receitas. Mas a maioria da comissão entende que todas as votações devem ficar abertas, deixando para secreta apenas a de perda de direitos, como já é hoje.

Outro ponto polêmico é a quantidade de chapas para disputar a eleição para o Conselho. Hoje são apenas duas chapas: situação (amarela) e oposição (vermelha). Existe uma forte demanda para que sejam formadas três chapas, também algo de difícil aceitação dos conselheiros. O que é certo que será reduzido de 40 para 20 o número de candidatos que poderão ser votados pelos sócios, assim como poderá haver o chamado voto cruzado, ou seja, o sócio pode votar nos candidatos das duas chapas.

O maior problema, no entanto, é a eleição direta para presidente. A grande maioria dos conselheiros, já de idade bastante avançada, não aceitam ver os sócios elegendo o presidente. Sócio-torcedor, então, chega a ser uma ofensa. Ocorre que a demanda dos sócios, em sua massacrante maioria, para não dizer unanimidade, quer a eleição direta. Já houvera sido uma demanda bastante grande na primeira fase de elaboração do estatuto, e se tornou mais consistente agora, com as emendas.

Há um consenso entre os membros da comissão de que para 2017 o voto direto é inviável, por estar muito em cima da hora e também porque o próximo presidente fará um mandato de transição. Mas, com a intransigência sentida junto aos conselheiros, a comissão está tendendo a colocar como “estudo a ser feito nos próximos 12 meses” da possibilidade de se abrir para os sócios a eleição do presidente em 2020. Nesse âmbito também se discute uma fórmula para que o sócio-torcedor passe a ter direito a voto.

Também ficou decidido que a cônjuge terá direito a voto, mas nesse caso o titular não votaria. Em outras palavras, continua valendo um voto por título, mas que poderá ser dado pelo titular ou pelo (a) cônjuge).

Os membros da comissão, com os quais conversei, me deixaram claro que os presidentes Leco e Marcelo Pupo não tiveram ingerência nenhuma no novo estatuto. Apesar disso ser bastante salutar, o afastamento de ambos das discussões foi tão grande que chegou a significar, para essas pessoas, omissão.

Deixo claro que não vou aceitar essa proposta de “estudo” do voto direto. Até aceito a tese de que para 2017 fica muito em cima da hora e seria difícil organizar o pleito, com as barreiras que serão necessárias. Mas o estatuto deve prever que em 2020 a eleição será direta. A única forma de “estudo” que aceito são os critérios que serão utilizados para que os sócios-torcedores tenham direito a voto. Mas isso não quer dizer que, com isso, eles não participariam em 2020. De qualquer forma, não verei avanço e modernização neste novo estatuto se tudo continuar concentrado nas mãos de 240, futuramente 260, conselheiros. Esses senhores que são contra o voto direto o são ou por serem vitalícios e não precisarem do voto do sócio, ou por terem medo de serem punidos pelos sócios através do voto.

Senhores conselheiros, não afundem mais o São Paulo, por favor. Se aprovarem do jeito que está, o tal de estudo, terão uma voz contrária aqui. E essa voz será muito alta.

 

Paulo Pontes

7 comentários em “Comissão do Estatuto tem dia decisivo nesta quinta-feira

  1. Paulo,
    Parabéns pela luta.
    Uma pena que os outros blogs e sites de torcedores não tenham se engajado nessa luta da mesma forma que voce se engajou. Perderam a chance de fazer algo em favor do clube.
    Caso o projete não contemple essas mudanças, a luta passa para que o novo estatuto não seja aprovado na assembleia geral. E nesse caso eu tenho uma dúvida, que considero pertinente e importantíssima.
    Esse estatuto atual, legitimado na assembleia do SIM/NÃO, foi legitimado por apenas 120 dias. Tem prazo de validade. O que acontecerá se passados esses 120 dias não tivermos aprovado um novo estatuto?
    Qual estatuto estará em vigor? Teremos um buraco negro em termos de estatuto?
    Quais regras estarão valendo?

    • Obrigado, Paulo. Bem, até onde eu sei, se não for aprovado, voltará a valer o estatuto atual. Mas corremos, sim, o risco de ver o STF determinar a indicação de um interventor para o clube, por não cumprimento da sua decisão.

  2. Parabéns a quem cobra de coração mais direitos ao sócios e sócios-torcedores.

    Não se enganem meus amigos, há quem diga que cobra estes direitos (legítimos), quando em publico, mas nas conversas ao pé do ouvido e nas sobras, faz lobby para que tudo fique como está.

    DIRETAS JÀ!!!!!!!!!!!!!!!!

  3. Acho que o ST precisa ter um papel mais relevante na política do clube.

    O spfc é da torcida e não um brinquedo de um pequeno grupo de pessoas.

    Por que o ST não pode decidir também os rumos do clube?

  4. soberano ja tem nome do novo treinador para 2017 logo,logo eu falo para vocês ok

    beto nao sera o treinador do soberano em 2017 infelizmente

    minha carta com tudo para ser feito em 2017 no soberano esta quase pronta e logo coloco aqu

    rumo ao G7

    pra sempre soberano

  5. Em tempos de revisão estatutária, vamos pensar no significado do sócio torcedor, desprezado neste momento, mas avidamente procurado quando o assunto é financeiro.
    Quando, recentemente, passamos por uma invasão no CT, fato que ocorre com a maioria dos grandes times, em situação difícil, pelo que se saiba não se tratou de movimento de torcedores ou sócios torcedores, mas de elementos que se diziam torcedores.
    Estes últimos, pelo que se acredita, recebem para torcer, enquanto o sócio torcedor paga, para muitas vezes, não ir aos jogos.
    No entanto aqueles têm maior influência do que estes, e ainda os afugentam das arquibancadas, isto foge á lógica, pelo menos a minha.
    Então, por que não dar ao sócio torcedor o lugar que ele merece, possibilitando-o de participar na escolha de quem dirige seu time de coração, fazendo com que o eleito afaste aqueles que provocam situações que nada têm haver com o esporte e muito menos com a sustentação financeira.
    Muitos dirão, mas o time nem sempre joga no seu campo e é necessário levar torcida para locais distantes, isto é passado e tem mais, a inteligência não aceita soluções simplistas, como: pago e tenho o que quero, o realmente inteligente, cria e tem o que quer.
    Um programa bem elaborado nacionalmente ou até internacionalmente, propiciará torcida constante em qualquer lugar, e melhor, com parte da receita garantida.
    Tenho comigo que o sócio torcedor terá o “feeling” para ajudar a escolher sempre aquele que dará ao time seu melhor, que infelizmente hoje é escolhido somente por um grupo que saiu dos associados são paulinos, não são paulinos e dos que detestam futebol, possibilitando que grupos ou castas prevaleçam e dominem totalmente a administração do clube como um todo.
    Não podemos esquecer que os tempos são outros, quando o time foi criado todos tinham um único objetivo, fazer a entidade prosperar através do futebol, isto se manteve, mas outros interesses apareceram fazendo com que futebol, para muitos, se transformasse em um peso.
    Assim, vejo que a saída, não somente para o São Paulo, mas para os grandes times é a profissionalização, a independência administrativo/financeira, voto direto com participação dos sócios torcedores.
    Estes, compram produtos, compram ingressos, assistem os canais que transmitem seus jogos que pagam pela imagem, atraem patrocinadores, enfim fazem a economia do time prosperar, tendo apenas como retorno a satisfação de ver seu time bem colocado, jogando bem, sendo campeão.
    O São Paulo foi criado por torcedores, teve grandes torcedores em sua direção e assim deve ser mantido.

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