Com dicas de Autuori, M. Guilherme quer “continuar por muito tempo” no SP

Autor do gol da vitória do São Paulo sobre o Sport, na última rodada do Campeonato Brasileiro, Marcos Guilherme não precisou de muito tempo para se adaptar ao clube. Contratado no dia 20 de julho, o atacante balançou as redes logoem sua estreia, contra o Botafogo. Para se sentir em casa tão rapidamente, o atacante contou com conselhos de alguém que conhece muito bem os bastidores do Morumbi, o ex-treinador Paulo Autuori.

“Quando acertei com o São Paulo, a primeira pessoa que veio à cabeça foi o Paulo. Trabalhei com ele no Atlético-PR e é um cara muito identificado com o São Paulo, um campeão de Libertadores e do mundo [em 2005]. Ele tem uma história aqui dentro. Então, peguei dicas com ele, que me passou coisas que são importantes para mim. Deixa para mim o que ele passou [risos]. É um cara sensacional, que me ajudou muito quando estava no Atlético, também”, disse Marcos Guilherme, em entrevista ao Uol.

O atacante, de 22 anos, estava no Dínamo Zagreb, da Croácia, e foi emprestado pelo Atlético-PR, dono dos seus direitos, até o fim da temporada 2018. São-paulino desde a infância e bem adaptado ao clube, Marcos Guilherme já pensa renovar o vínculo com o Tricolor, mesmo com o time longe de viver um bom momento no Brasileiro. Após o triunfo sobre o Sport, a equipe soma 31 pontos em 26 partidas, na 14ª posição.

“A ideia é continuar no São Paulo, sem dúvida. Eu me sinto em casa, todos me receberam muito bem. Estou jogando à vontade. Se depender de mim, quero continuar por muito tempo”, afirmou o jogador, que marcou quatro gols em dez partidas disputadas com a camisa tricolor.

Confira abaixo os principais trechos da conversa com Marcos Guilherme:

Momento do São Paulo

Acho que a equipe está crescendo a cada jogo. Penso que é muita mudança, o Dorival chegou há pouco tempo, eu, Hernanes e Petros também. O Militão e o Lucas Fernandes entraram agora no time. Então, a equipe precisa de um tempo para a gente pegar entrosamento e entender mais o companheiro que está ao lado. Acho que isso a gente está conseguindo. Sofremos muito, porque é difícil chegar há pouco tempo e já mostrar resultado. Então, acho que, pouco a pouco, temos ganhado jogos e isso melhora o nosso futebol para sairmos dessa situação.

Diferença de quando chegou

Vejo uma evolução. Acho que até nos treinamentos o Dorival tem mudado as características da equipe e isso tem dado resultado. A gente tem marcado mais forte as equipes, temos defendido melhor, que era uma situação que nós não estávamos muito bem. Levávamos muitos gols e acho que melhoramos nessa questão. Porque a gente marcando bem, sabemos que, com a qualidade dos nossos jogadores, a gente consegue atacar bem.

Objetivos do São Paulo no ano

É cedo para pensar em outros objetivos, precisamos sair logo dessa situação de rebaixamento para não ter mais nenhuma chance. A partir daí sim, podemos pensar em um passo maior. Por enquanto ainda não dá para pensar em Libertadores, Sul-Americana, em nada. A situação ainda é complicada. Estamos a um ponto da zona do rebaixamento. Tudo está muito embolado. Mas é lógico que a minha vontade e a do grupo é de a gente brigar lá em cima, por Libertadores. Mas é passo a passo.

Clima

A questão psicológica pesa muito nesse momento, porque é indiscutível a grandeza do São Paulo. O clube não está acostumado a vivenciar a situação de rebaixamento. Então, realmente, quando estamos nessa situação, a pressão vem. E com a pressão tudo fica mais difícil. Agora que a gente saiu da zona do rebaixamento, dá para ver até nos treinamentos que a equipe está mais solta, dá para brincar mais, a gente joga com a perna mais leve.

União do time

Isso é o mais importante. Sabíamos o momento que estávamos vivendo e o que isso poderia causar em caso de rebaixamento – tanto para cada jogador quanto para a instituição. Então, acho que está todo mundo bem ciente do momento e não vamos deixar isso acontecer. Temos focado muito para melhorar ainda mais o nosso jogo, para tirar o São Paulo dessa e ficar tranquilo.

Adaptação rápida

Realmente não achei que seria tão rápida. Porque na Croácia é muito diferente. No Brasil,  o campeonato é mais competitivo. Por isso, achei que precisaria de um pouco mais de tempo para me adaptar. Mas os gols me ajudaram muito, porque quando você chega e faz o gol, tira o peso, joga e treina mais solto. Esses gols foram muitos importantes para a minha adaptação.

Lugano

É um ícone do São Paulo, dá para ver que todo torcedor gosta dele. É impressionante, você tem uma visão fora, mas quando está aqui é muito melhor. É um cara que ajuda todo mundo. Ele não tem atuado muito, mas no dia a dia ele ajuda, conversa com um ou com outro, fala no vestiário, orienta no intervalo. Está sempre pronto para contribuir, por isso é um ídolo. Ele já está na história do São Paulo. Pode ter certeza de que nunca vão se esquecer dele.

Tricolor de coração

Sabemos que hoje em dia é muito complicado revelar o seu time porque muitas pessoas não entendem. Você pode fechar uma porta em um rival, pessoas podem pensar outras coisas. Mas tem muitas crianças que sonham em ser jogador e defender o seu clube do coração. Acho que posso ser um exemplo. Porque um dia sonhei jogar aqui e agora estou aqui. Vale a pena. Acho que pensei mais nisso. Acabei falando e não vejo problema nenhum.

Diferença de jogar pelo São Paulo

É muito diferente, porque você torceu a sua infância inteira pelo clube. É um sonho realizado. Por isso, quando você chega dentro de campo, não tem como você dar 50% ou 60%. Você sempre vai dar o seu melhor para o São Paulo vencer.

Sofreu como torcedor ao ver o time na zona do rebaixamento?

Não, porque sou profissional. Quando você vira profissional, deixa um pouco de ser torcedor. Mas o carinho que tenho pelo São Paulo é muito grande. Então, dá para ver que quando entro em campo que dou o meu melhor para tirar o São Paulo dessa.

Pai coruja

É uma sensação inexplicável, você entrar no campo com o seu filho … Agora, ele está aprendendo a falar, então, às vezes, vê qualquer jogo e fala gol do papai. É uma coisa que mexe comigo. Estou extremamente feliz com esse momento. Já comprei o uniforme do São Paulo e bola tenho umas cinco em casa, para ele se acostumar. Ele já chuta e não quer outro brinquedo, está no sangue. Tudo pesou [para eu voltar ao Brasil], mas acho que o mais importante foi o São Paulo. Porque é um clube em que eu sempre quis jogar, pela grandeza do São Paulo. Mas o fator família pesou muito, são 40 minutos daqui a Curitiba.

 

Fonte: Uol

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