Ceni salva São Paulo em noite de Morumbi vazio e “olé” irônico

O Morumbi foi palco de uma noite memorável nesta quinta-feira. As pouco mais de 4 mil pessoas que estiveram no estádio dificilmente se esquecerão de uma das partidas mais estranhas do São Paulo nos últimos tempos. Com as arquibancadas praticamente vazias e uma exibição desentrosada antes mesmo do apito inicial, a equipe de Muricy Ramalho venceu o inexpressivo São Bento apenas por 1 a 0, quatro dias depois de mais uma derrota para o Corinthians no mesmo local, e fez por merecer os protestos – e até ironias – da torcida.

O único gol foi marcado por Rogério Ceni, em pênalti convertido aos 28 minutos da segunda etapa. O goleiro, que assumiu a responsabilidade da cobrança mesmo depois de ter desperdiçado uma tentativa no revés de domingo para o arquirrival, foi o único jogador a ter o nome gritado pela principal torcida uniformizada – mas apenas depois de colocar a bola na rede e garantir os três pontos.

Antes disso, inconformados não apenas com o desempenho questionável do time na temporada, mas também com o preço dos ingressos praticados pela diretoria, alguns torcedores nem quiseram entrar para ver o jogo, preferindo ficar no portão de entrada em forma de protesto. Ataíde Gil Guerreiro, vice-presidente de futebol, foi o principal alvo das críticas, em função de declaração polêmica recente sobre os baixos públicos da coletividade são-paulina.

“Somos nós jogadores que temos que trazer a torcida, nós temos que fazer nossa parte para o torcedor comparecer. A partir do momento em que fizermos por merecer, eles voltarão a encher o Morumbi”, opinou Carlinhos, substituto de Reinaldo, no intervalo. Após pouco mais de um mês em recuperação, o lateral esquerdo foi uma das seis novidades em relação à escalação titular de domingo. Além dele, também entraram Auro, Lucão, Thiago Mendes, Alexandre Pato e Alan Kardec, nos lugares de Bruno, Rafael Toloi, Souza, Luis Fabiano e Ganso.

Quando o sexteto e o restante do time subiram ao gramado, nem mesmo as principais torcidas uniformizadas estavam na arquibancada. Faixas e cânticos surgiram somente com a bola já rolando. Ao contrário do que é feito de costume, portanto, nenhum jogador – nem mesmo Rogério Ceni – teve o nome gritado. O mesmo ocorreu com o técnico Muricy Ramalho, que no intervalo e nos primeiros minutos do segundo tempo ouviu o grito de “queremos trabalho”.

Na primeira etapa, o treinador assistiu de pé a uma atuação muito ruim de seus jogadores. Ricky Centurión, único jogador aplaudido na derrota para o Corinthians, foi novamente uma das exceções. Ainda assim, o meia-atacante argentino encontrou dificuldade diante da retranca do São Bento. Alexandre Pato, o artilheiro da equipe, também não estava com a pontaria calibrada. O lance de maior perigo para o goleiro Henal foi em uma cobrança de falta de Rogério Ceni, aos 13 minutos, que o obrigou a se esticar para espalmar a bola a escanteio.

A única alteração de Muricy no intervalo foi trocar Thiago Mendes por Hudson. Nada mudou. A essa altura, a principal organizada são-paulina emendava um canto atrás do outro. Além de atacar o volante Souza, que também havia criticado o pequeno público após a derrota no clássico e não atuou nesta quinta-feira em virtude de dores musculares na coxa direita, os torcedores chamaram o time de amarelão e pediram a demissão de Ataíde Gil Guerreiro, tal qual fizeram outros são-paulinos no portão de entrada.

Em campo, um destaque ligeiramente positivo no segundo tempo foi Michel Bastos. O meia arriscou arremates de fora da área e quase marcou. No primeiro deles, no primeiro minuto, forçou Henal a uma difícil defesa no chão. Cinco minutos depois, ao receber passe de Centurión, bateu rente à trave. O passe a Michel Bastos, a propósito, foi um dos últimos lances do argentino, que deu lugar a Boschilia aos 20 minutos, no momento em que a torcida ironizava o próprio time com gritos de “campeão” e “olé” a cada passe dos jogadores.

Não foi a segunda substituição de Muricy, mas sim a primeira, que indiretamente assegurou o resultado positivo. Aos 26 minutos, Hudson invadiu a área e foi derrubado. Rogério Ceni converteu a cobrança, abriu o placar e comemorou com os companheiros. Nove minutos mais tarde, o volante voltou a surpreender e quase ampliou a vantagem. Após driblar dois marcadores, ele finalizou rasteiro no canto esquerdo e viu Henal fazer a defesa. A torcida, porém, não cessou as ironias e vaias até o último apito desta véspera de sexta-feira 13.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

Um comentário em “Ceni salva São Paulo em noite de Morumbi vazio e “olé” irônico

  1. Ceni o kct, quem salvou o time foi o Hudson e o Boschilia, dois preteridos pelo Treineiro que está implorando para ser demitido, essa diretoria está comprometendo o semestre mantendo esse aposentado no cargo.

    Haja vergonha, o que aconteceu com o meu São Paulo que era referência?

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