Campeão por Palmeiras e São Paulo, Leão não vê favoritismo alviverde

Emerson Leão marcou época no Palmeiras. Campeão mundial com a Seleção Brasileira de 1970 e bicampeão brasileiro vestindo a camisa do Verdão (1972 e 1973), o goleiro, posteriormente como treinador, seguiu acumulando glórias no futebol, como os Campeonatos Brasileiros de 1987, pelo Sport, e o de 2002, pelo Santos, além do último Paulistão do São Paulo, em 2005. Afastado dos gramados desde que deixou a coordenadoria técnica da Portuguesa neste ano, o agora entusiasta da bola analisou as equipes de São Paulo e Palmeiras, que disputarão o clássico deste sábado, e, ao contrário da maioria, não crê em um grande favoritismo do Verdão.

Embora o Palmeiras tenha um elenco mais extenso e tarimbado que o do São Paulo, Leão não reconheceu a vantagem alviverde para o Choque-Rei. Segundo ele, a individualidade técnica no futebol atual pouco pode fazer frente a um esquema bem montado.

“A diferença individual é muito pouca [entre as duas equipes], o que faz a diferença hoje é o coletivo. Agora, o treinador do Corinthians é novo, começou agora, o do São Paulo é novo, o Cuca voltou agora para o Palmeiras, a responsabilidade aumentou. O [Dorival] Júnior é o único que já estava no cargo. Pode um time grande estar com o maior grupo à disposição e o outro com um time misto, e acontecer a vitória do time misto. Depende muito de como o jogador trabalha e da postura do treinador”, comentou Leão.

Eliminado do Paulistão, da Copa do Brasil e também da Copa Sul-Americana, o São Paulo tem apenas o Campeonato Brasileiro para disputar até o final da atual temporada. Os fracassos deste primeiro semestre geraram desconfiança por parte da torcida, carente de um título. A última vez que o Tricolor ergueu uma taça foi em 2012, quando se sagrou campeão da Sul-Americana, contra o Tigre, da Argentina.

Apesar do longo jejum de troféus, Rogério Ceni pode usar a experiência de 25 anos como jogador profissional para suportar a pressão por resultados, que agora o atinge de maneira mais incisiva.

“Eu sou partidário de que qualquer time grande tem obrigação de ganhar um título por ano. Ainda falta o Brasileiro para o Rogério [Ceni]”, disse Leão antes de ser questionado se as eliminações do São Paulo neste ano pressionam o ex-goleiro. “Ele [Rogério Ceni] estava no meio de tudo isso como jogador, então ele evidenciou. Quando você evidencia, isso pode te ajudar. Quem sabe ele possa usar essas evidências a seu favor”, completou.

Exemplo da transição de goleiro para treinador, Emerson Leão, por fim, citou as vantagens que um ex-jogador da posição possui ao começar a atuar na beira dos gramados.

“O fato de ter sido o jogador que olha de frente para todos ajuda. Ele consegue visualizar coisas que outros não. Ele tem por obrigação ser o comandante atrás da defesa e mostrar aquilo que tem que ser feito. Goleiro tem que ter uma personalidade ímpar, saber tomar as decisões. Isso reflete no posicionamento de um treinador e no posicionamento de um ‘líder’”, concluiu.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

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