Campeão do mundo aos 40, italiano Zoff desafia Ceni a jogar até os 41

Quando se fala em goleiros quarentões, talvez não haja lembrança mais marcante do que a do italiano Dino Zoff, aos 40 anos, erguendo a taça da Copa do Mundo de 1982. Referência na posição, o ex-capitão da Azzurra mandou saudações e um desafio ao aniversariante do dia,  Rogério Ceni, que entra nesta terça-feira para a seleta galeria dos quarentões do futebol:

– Mande saudações a ele. Eu joguei até os 41, vamos ver se ele chega lá – disse em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.

Zoff se aposentou no dia 2 de junho de 1983, e assumiu imediatamente o cargo de treinador de goleiros da Juventus, clube onde atuou por 11 anos, e fez história. Ídolo em seu país, Zoff penou no início da carreira. Só começou a ter destaque quando chegou ao Napoli, em 1967. Na Copa de 70, quando a Itália perdeu a final para a seleção brasileira, ele era reserva. Nas seguintes, 74 e 78, já havia assumido a condição de titular, mas ainda assim precisou superar a desconfiança de parte do público. As atuações impecáveis no tricampeonato, em 1982, garantiram ao veterano um lugar de destaque na história do futebol italiano.

Reserva nos Mundiais de 2002 e 2006 pelo Brasil, Rogério Ceni não tem currículo tão brilhante na Seleção, mas, em clubes, supera o colega. No próximo dia 7 de setembro irá completar 23 anos no São Paulo, sem falar nos 1.051 jogos e 107 gols. Marcas que chamam a atenção de Zoff, principalmente a faceta de goleiro-artilheiro. O italiano admite não conhecer tão bem o capitão tricolor, mas garante que a fase mais divertida de sua carreira foram justamente os últimos anos.

Dino Zoff goleiro itália (Foto: Getty Images)Dino Zoff, sem trabalhar como técnico desde 2005,
faz 71 anos em 28 de fevereiro (Foto: Getty Images)

– Sei quem é o Rogério, mas conheço pouco porque aqui não se vê muito futebol brasileiro. Mesmo a Seleção não é tão vista. Mas entre os 37 e 41 anos, vivi os melhores momentos da minha carreira. O goleiro não sente tanto cansaço, e você desfruta melhor do jogo, se diverte, aproveita o que está fazendo e ainda ganha um dinheiro (risos).

Em entrevista publicada na manhã desta segunda-feira, Ceni afirmou que ainda não sabe se vai se aposentar no fim do ano, quando seu contrato terminar. Embora reconheça que a probabilidade disso acontecer é grande, há uma série de fatores que serão considerados: sua condição física e a situação do São Paulo são os mais importantes.

30 anos depois de pendurar as chuteiras, Dino Zoff não acha que seja mais fácil estender a carreira hoje, com a evolução da medicina esportiva e as mudanças no futebol. Para ele, os diferenciais na duração da vida profissional de um jogador de futebol são a quantidade de lesões e uma rotina regrada, dentro e fora dos gramados.

Discurso que combina bem com o que pensa Rogério. As duas contusões mais graves da carreira do são-paulino foram lesões no tornozelo esquerdo, em 2009, e no ombro direito, no início do ano passado. Por conta disso, hoje seus treinos chegam a durar quatro horas, já que o trabalho de recuperação nos locais mais desgastados é intenso. À distância, Zoff acredita que o brasileiro pode ficar mais tempo em atividade, e garante que a técnica e a personalidade de um goleiro de 40 anos podem fazer a diferença para sua equipe.

– É uma vantagem ter mais personalidade, experiência, a técnica está muito apurada. A maior dificuldade é a parte física, mas pode ser superada se os exercícios são feitos regularmente. O importante é não ter grandes lesões e levar uma vida de atleta. A dificuldade hoje é igual.

 

Fonte: Globo Esporte

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