Ausência de diretor causa “saia-justa” a Juvenal e recado cifrado de Ceni

O São Paulo está longe de viver um bom momento nos seus bastidores. Apesar das tentativas insistentes dos diretores em darem declarações públicas dizendo que tudo está sob controle, a ausência do diretor de futebol, Adalberto Baptista, na Bolívia, em jogo considerado o mais importante do ano, causou muito mal estar entre conselheiros, com torcedores e até mesmo com jogadores.

UOL Esporte conversou com diferentes pessoas que vivem no dia a dia são-paulino e a percepção foi a mesma. Apesar de já ter esse hábito há algum tempo de correr na Porsche Cup, é inadmissível deixar o clube de lado em um momento crítico como esse, onde a classificação da Libertadores está em jogo. Na hora da partida, ele estava em Portugal, onde conseguiu a modesta 13ª colocação em treinamentos de quinta-feira. Na sexta, ele não treinou alegando problemas pessoais.

Entre os diretores, a reclamação foi feita diretamente para o presidente, Juvenal Juvêncio, que disse entender as críticas e tentou fazer o “mea-culpa”. O cartola também ouviu críticas dos atletas e admitiu, internamente, que a ausência não “pegou bem” e usou até o termo “saia-justa”, apesar de ser um compromisso combinado desde o início do ano. Com os jogadores, a ausência virou até recado cifrado de Rogério Ceni.

Um importante conselheiro com longo tempo de vivência com Rogério relatou ao UOL Esporte que o fato de o goleiro repetir tantas vezes que estava orgulhoso de ter ido à Bolívia era um recado com endereço. Segundo ele, o capitão achou inadmissível ver o barco abandonado neste momento e acabou sendo a voz dos jogadores. Não foi à toa que o camisa 01 respondeu por mais de três vezes dizendo que “se orgulhava de ter ido a La Paz, apesar de toda a dificuldade que tinha com as dores no pé direito”.

Os torcedores, que já haviam criado a hashtag no Twitter no meio da semana pedindo a demissão de Adalberto por causa da saída de Luis Rosan, voltaram a protestar, desta vez, com pichação. O muro em frente ao Estádio do Morumbi acordou com a inscrição “Adalberto Playboy”, em referência ao hábito do diretor de correr de Porsche.

Além disso, jogadores também não ficaram satisfeitos com a saída de Rosan, a quem eram muito gratos por tantas recuperações. O fisioterapeuta saiu em conflito com Adalberto, que alegou insubordinação para sua decisão.

Por fim, as críticas se estendem pelo fato de Adalberto ter encabeçado a negociação fracassada com Eduardo Vargas, que acabou no Grêmio. Enquanto tudo acontecia, ele tirava férias na Austrália e tentava conduzir as conversas por celular. Outro aspecto fica por conta dele ter insistido bastante para a chegada de Paulo Henrique Ganso, que ainda não justificou os R$ 24 milhões investidos. Foi ele, também, quem liderou as transações para que Lúcio assinasse.

Os defensores de Adalberto Baptista alegam que o diretor sempre fez isso e nunca deixou o São Paulo de lado. Citam, até, que o dirigente chegou a trazer Luis Fabiano após uma viagem dessas. Procurado, o cartola não atendeu às ligações.

Via site oficial, depois de toda repercussão nos meios de imprensa e também entre os torcedores e conselheiros, ele se defendeu das críticas.

Sobre sua ausência no jogo

“Imagina para alguém que está presente em todos os jogos sejam em São Paulo ou fora e que assiste a maior parte dos treinos estar longe num jogo como esse? Foi uma sensação terrível, mesmo sabendo que o Presidente e vários outros diretores estavam na Bolívia. Era um compromisso pessoal que eu assumi no começo do ano e não poderia faltar. Fiz uma série de reuniões de preparação de amistosos e jogos-treino para o São Paulo, além de toda a logística da viagem da Copa Suruga Bank 2013”.

Saída de Luis Rosan

“Criou-se muita polêmica sobre a demissão do Rosan. Foi um enorme desgaste nos últimos dias. Antes de qualquer coisa, devo dizer que o Rosan é um profissional extremamente competente e com serviços prestados ao São Paulo e à Seleção. Nesse primeiro momento, o Rosan atribui a mim sua demissão. É natural. Fui eu que tomei a decisão, eu que comuniquei. Mas, com o passar dos tempos, espero que o Rosan perceba que seu próprio comportamento tornou impossível a continuidade do vínculo com o clube. Ele foi usado por pessoas que têm pretensões políticas no clube (que, se legítimas ou não, serão julgados pelos órgãos competentes do Clube no momento oportuno)”.

Sobre a derrota na Bolívia

“Acredito. Acredito muito na classificação. A evolução que o time vem apresentando nos últimos jogos me faz acreditar muito na vitória sobre o Atlético Mineiro. E, no outro jogo, que será realizado na Argentina, entendo que uma vitória do Arsenal ou mesmo um empate seriam os resultados mais lógicos”

Fonte: Uol

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