Audiência de processo contra Tricolor na Web termina sem acordo

Não houve acordo na nova audiência de conciliação realizada na tarde desta quarta-feira, no Forum de Cotia, no processo movido por José Geraldo de Oliveira (o Geraldo), gerente do CFA de Cotia, e Antonio Carlos da silva (o Silva), contra o editor do Tricolor na Web, Paulo Pontes. A proposta dos acusadores, mais uma vez, foi para que Paulo Pontes fizesse uma retratação no site, usando mesmo espaço e página, como diz a Lei de Imprensa.

O editor do Tricolor na Web, Paulo Pontes, foi taxativo ao afirmar que “retratação não faz parte do meu dicionário”. O juiz, então, encerrou a audiência, sem marcar nova data.

Agora o processo será encaminhado ao Ministério Público que vai analisar as peças e decidir se dará sequência ao processo ou pedirá arquivamento.

Um dos autores da ação, Antonio Carlos Silva, não compareceu à audiência. A alegação dada pelo advogado dos acusadores, Gustavo Francez, foi que Silva sofrera um acidente no interior do Estado e não conseguiria chegar a tempo. Para evitar a protelação, o advogado de Paulo Pontes, Valter Roberto Augusto, aceitou a explicação e participou da audiência mesmo sem a presença de Silva.

Relembre o caso

Na acusação que foi feita por José Geraldo de Oliveira e Antonio Carlos da Silva, eles alegam que Paulo Pontes cometeu crimes de calúnia e difamação ao afirmar que o clima no CT de Cotia era muito ruim e que Renê Simões não ficaria até o final do ano, pois, profissional sério, não compactua com o que ali é feito e teria problemas com Geraldo. Como todos sabem, Renê Simões saiu do São Paulo exatamente por bater Geraldo e não aceitar as coisas como elas são.

Diversos órgãos de imprensa (Uol, Globo Esporte, Folha de São Paulo, Terra, blogs) trouxeram o assunto à tona e cobraram explicações da diretoria.

O conselheiro Tércio Molica apresentou um requerimento na reunião do Conselho Deliberativo do São Paulo FC pedindo que fossem abertas as investigações, haja visto que “essas denúncis, em especial sobre o funcionário do CT de Cotia, já são nossas conhecidas, pelo menos da grande maioria dos conselheiros, porém, delas só se falava, ninguém ainda havia escrito. Agora estão escritas e para nossa vergonha publicadas. Elas têm nomes e endereço. Não podem mais serem ignoradas.”

Este requerimento foi indeferido pelo presidente do Conselho Deliberativo do São Paulo, José Carlos Ferreira Alves, que é desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. Alves alegou que havia uma ação judicial movida contra o editor do Tricolor na Web e que então o lógico seria esperar o assunto correr na esfera judicial para saber o resultado.

Estranho, não acham? Se os conselheiros sabiam o que se passava lá antes mesmo do Tricolor na Web ter publicado, por que nada foi feito? Pior, a partir da publicação e do requerimento do conselheiro Molica, por que nada continuou sendo feito? E tudo o que estamos falando está baseada na documentação apresentada pelos acusadores, na peça processual.

Depois das denúncias do Tricolor na Web, o portal Terra trouxe uma matéria que mostra a contratação de 14 garotos para a base. Um deles, Evangelista, tratado como o novo Lucas, jogou no próprio São Paulo até a categoria Sub-15, saiu, foi para Desportivo Brasil, e agora voltou à base são-paulina por empréstimo até 2014, com preço do passe fixado. Ou seja, demos de graça e pagamos para voltar. Foi isso mesmo o que entendemos da matéria?

CONTRATO ESTRANHO

Quanto à participação de Antonio Carlos Silva, que seria um empresário trabalhando em Cotia, os processantes juntaram um contrato que seria o que legalizaria sua atuação no CT como olheiro do Tricolor.

O problema é que o contrato foi feito com a empresa Silva Nishimori Promoção e Eventos Esportivos S/C Ltda. com sede em Cotia, na rua Iraque, 66, Jardim da Glóbira, representada pela sócia Sonia Emiko Nishimori Silva, comerciante. Em nenhum momento aparece o nome de Antonio Carlos Silva, ou o CNPJ da empresa, mas sim o CPF da “sócia”. Ora, se um contrato é feito com uma empresa, o que vale é o CNPJ e não o CPF. Certo?

O objetivo do contrato é a consultoria e assessoria esportiva pela contratada para os jovens atletas de futebol no CFA de Cotia. Mas uma comerciante pode prestar esse tipo de consultoria? Aliás, o que é consultoria esportiva? É ajudar a escolher a chuteira? É apresentar todos os tipos de esportes com bola ou não?

Para essa assessoria, o São Paulo FC paga R$ 20 mil mensais. Mas através de que tipo de nota é feito o pagamento, pois o contrato foi feito com CPF, e não CNPJ?

O contrato está assinado sem o reconhecimento de firmas dos responsáveis pelo São Paulo. E assinaram o contrato o presidente Juvenal Juvêncio, o diretor Financeiro, Osvaldo Vieira de Abreu, o diretor Jurídico Kalil Rocha Abdalla, o vice-presidente Ricardo Haddad e o diretor de Futebol da Base, Marcos Tadeu Novaes dos Santos. A única assinatura que está reconhecida é de Sôjnia Emiko Nishimura Silva. E não há testemunhas no referido contrato. Pode isso?

Nós continuaremos informando o andamento deste processo contra  nosso editor, Paulo Pontes. E, claro, estaremos informando a cada novo movimento que surtir. Não arredaremos pé nem voltaremos atrás em nada. Afinal, a nós, o que mais interessa é o São Paulo FC, que está acima, e muito acima, de quem o dirige.

8 comentários em “Audiência de processo contra Tricolor na Web termina sem acordo

  1. Caro Paulo…a você a minha solidariedade! As pessoas de bem nunca devem se vergar diante de uma situação como essa. Parabéns pela sua postura digna e correta.

    • Obrigado, Waldir. Você e todos os leitores do Tricolor na Web podem ter certeza que não recuarei um milímetro do que publiquei, pois tenho a responsabilidade de uma carreira inteira que construí nesses 31 anos de profissão.

  2. Paulo,
    Mais uma vez, parabéns pela coragem, postura correta, de quem não tem rabo preso com os poderosos de plantão e defende a instituição São Paulo F.C. acima de interesses rasteiros e projetos pessoais. Essa verdadeira demonstração de integridade, de amor por esse clube, só confirma meu respeito, admiração e total apoio a vc.
    Já tive oportunidade de cumprimentá-lo pessoalmente na sede social e faço questão fazê-lo,caso o encontre novamente. Vc é uma referencia. Como saopaulino e sócio do clube só posso dizer obrigado.

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