Aidar x Andrés: extremos de como os clubes devem negociar com a TV

Carlos Miguel Aidar será o novo presidente do São Paulo.  Após conseguir maioria na eleição de conselheiros no último sábado, é possível imaginar que o candidato indicado por Juvenal Juvêncio terá cerca de 30 votos de vantagem para o adversário Kalil Rocha Abdalla no pleito do próximo dia 16. Aidar já fala como presidente e conta uma das primeiras atitudes que planeja: iniciar a reconstrução da negociação coletiva dos direitos de transmissão de TV dos clubes brasileiros. A crítica à ruptura do modelo, que ocorreu em 2011 junto ao fim do Clube dos 13, é ao ex-presidente do Corinthians Andrés Sanchez.

“O Andrés se prestou a esse papel. Ele servir de elo de rompimento do Clube dos 13. Foi um desserviço que ele prestou, que só beneficiou os grandes clubes. Quero ver agora, voltando à presidência, se consigo sensibilizar os clubes a voltar à negociação coletiva. Poderia se abrir uma concorrência”, afirma Aidar, que lembra que com a renovação da TV Globo com os clubes até 2018, só poderá concretizar o retorno da negociação coletiva caso seja reeleito em 2017: “Fizeram esses contratos longos, que eu sou contra, e agora só poderemos fazer isso a partir de 2018”, completa.

A volta da negociação coletiva passa pela criação de uma nova liga entre os clubes. E Aidar tem experiência nisso. Ele foi um dos fundadores do Clube dos 13, em 1987, três anos após assumir a presidência do São Paulo. A entidade assumiu a negociação dos direitos de TV dos clubes e durou até 2011, quando a ruptura, liderada pelo Corinthians de Andrés Sanchez, fez com que cada clube negociasse individualmente.

Inicialmente, após a ruptura, houve aumento de receita de TV para os clubes, principalmente para os grandes. Porém, o fim da negociação coletiva aumentou a disparidade entre receitas televisivas dos clubes. São Paulo e Corinthians, personificados no embate entre Aidar e Andrés, servem de exemplo: em 2010, antes da ruptura, o São Paulo recebeu R$ 49,3 milhões contra R$ 55 milhões do Corinthians entre todas as competições. Em 2013, o São Paulo recebeu R$ 72,3 milhões contra R$ 102,5 milhões do Corinthians. A diferença, em três anos, passou de menos de R$ 6 milhões para mais de R$ 30 milhões.

Crítico do Itaquerão como estádio de abertura da Copa do Mundo, Carlos Miguel Aidar já troca as primeiras farpas com Andrés Sanchez, que será candidato a deputado estadual pelo PT. Em entrevista ao programa “Bola da Vez”, da ESPN Brasil, Andrés disse ironicamente que torcia pela vitória de Aidar na eleição são-paulina porque, caso Kalil Rocha Abdalla vencesse, o São Paulo estaria em melhores mãos: “Deus queira que o futuro próximo presidente do São Paulo seja o Carlos Miguel Aidar. Para nós corintianos é melhor que ele ganhe. Porque se ganhar o doutor [Kalil Rocha] Abdalla junto com o Marco Aurélio [Cunha], são pessoas mais modernas, mais esclarecidas no futebol, e vai ser maior a concorrência para nós. Então, torço para que o Carlos Miguel Aidar ganhe, que fica a sequência dos últimos anos que a gente já sabe como vem”, afirmou.

A eleição presidencial do São Paulo vai sacramentar a vitória de Aidar no próximo dia 16. Ele sucederá Juvenal Juvêncio após oito anos na principal cadeira do Morumbi.

Fonte: Uol

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